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Investidores recebem bem a análise de perfil

Clientes de fundos agora preenchem questionário que ajuda a decidir onde aplicar o dinheiro

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h33.

São Paulo - Reunião da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) realizada apenas 15 dias após a Análise de Perfil do Investidor (API) terminou com resultado positivo. Segundo Marcos Villanova, superintendente executivo de investimentos do Bradesco, 100% dos clientes aos quais foram oferecidos o questionário antes de decidirem onde investir aceitaram participar do novo método de aplicação.

O sistema visa reconhecer o perfil do cliente e determinar quais investimentos mais facilmente podem trazer satisfação a ele, de acordo com a divisão em algumas classes, como conservador ou arrojado. Esse tipo de análise é usada em diversos países - principalmente nos EUA, onde está em vigor desde 1991 - para auxiliar clientes dos bancos em suas aplicações. Desde 2008, a Anbima pretendia implementá-lo no Brasil, onde, segundo a comissão que discutiu a instalação da API, o investidor maduro ainda é um caso raro.

Uma série de perguntas, definidas individualmente pelos bancos com base nos fatores gerais pré-estabelecidos (idade, renda, objetivo do investimentos, aversão a risco, experiência com investimentos e tempo de recuperação do dinheiro) determina o perfil de investimentos que é mais condizente com o cliente. A partir daí, caso o investidor deseje desconsiderar a pesquisa e aplicar em fundos que fogem de seu perfil, ele deverá assinar um termo de compromisso. Além disso, a volatilidade do mercado pode fazer com que as recomendações do banco mudem. A partir daí, o cliente será convidado a mudar seus investimentos.

O balanço inicial do modelo foi feito durante um workshop sobre a API, realizado na terça-feira (19/01) na sede da Anbima, em São Paulo. Durante o evento, Sérgio Mello, representante da entidade no workshop, destacou que o Comitê de Regulação e Fiscalização dos Mercados Financeiro, de Capitais, de Seguros, de Previdência e Capitalização (Coremec) já sinalizou com a inclusão desse método em outras instituições financeiras além dos bancos, nos moldes da API. “Mas ainda não há um prazo para que essa obrigatoriedade seja instituída”, ressaltou.

Um dos intentos com a adoção é, dentro de alguns anos, desenhar o perfil geral do investidor brasileiro. Apesar disso, Villanova acha que a tarefa seria difícil, uma vez que cada banco resolveu adotar um estilo de questionário e de classificação do investidor.

Rosaline Nunes, superintendente do HSBC, lembra que conhecer melhor o cliente e recomendar os investimentos que mais tem semelhanças com seu perfil já era prática na maioria dos bancos, mas ela considera importante o registro, agora oficial, de que é trabalho da instituição financeira manter o investidor no caminho certo.

Claudio Sanches, diretor do Itaú Unibanco, acredita que o API traz uma resposta à demanda dos investidores. “Havia uma necessidade, o cliente estava procurando um serviço assim”, afirma. “Por isso há grande aceitação”. De acordo com ele, as vantagens para as instituições que aderirem são conhecimento do cliente, possibilidade de oferecer serviços condizentes com seu perfil – que, assim, serão mais facilmente aceitos – e a criação da fidelidade ao banco.

O API entrou em vigor no dia 4 de janeiro e o objetivo é realizar uma pesquisa ao final de 2010 para reconhecer os prós e os contras da medida, “para fins de evolução do processo”, diz Villanova. Este primeiro momento, segundo a comissão, serve para testar a quantidade e qualidade da adesão.

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