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Genéricos são bons para a saúde e para o bolso

Por lei, os medicamentos genéricos são pelo menos 35% mais baratos que os originais

Genéricos são identificados pela tarja amarela com a letra "G", com a indicação da lei que lhes deu origem, a de número 9.787/99. (Germano Lüders/Exame)
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Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2010 às 16h44.

São Paulo - Quem chega a uma farmácia com uma receita médica na mão pode ficar na dúvida entre levar o medicamento genérico, o de referência ou um similar. Nem todo mundo sabe a diferença entre esses três tipos e pode questionar se o genérico, ainda que mais barato, é mesmo tão eficaz quanto o de referência. Outra dúvida é sobre o motivo que leva o genérico a ser, muitas vezes, mais caro que um similar de marca.

Os genéricos são os únicos medicamentos que podem, por lei, substituir os medicamentos inovadores que lhes deram origem. Em adição a isso, eles são, pelo menos, 35% mais baratos que seus medicamentos de referência. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pro-Genéricos), na prática o desconto médio é de 50%, podendo chegar a 85%.

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O Zoltec, da Pfizer, usado no tratamento de micoses, por exemplo, só pode ser substituído pelo genérico Fluconazol, fabricado por alguns laboratórios. O da Medley, por exemplo, custa 48% menos que o original, ao passo que o da Zydus chega a ter uma redução de 67%. Já o Bromazepam, da Merck, genérico do ansiolítico Lexotan, da Roche, custa 57% menos.

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A intercambialidade e o preço reduzido estão estabelecidos na lei que criou os medicamentos genéricos em 1999. Para que eles sejam registrados, portanto, são obrigatórios testes de equivalência farmacêutica e bioequivalência em seres humanos, que garantem que os genéricos terão a mesma composição química do medicamento de referência, além de serem absorvidos pelo organismo na mesma concentração e velocidade.

Mas ao chegar à farmácia procurando um medicamento, é possível que o consumidor se depare com outros remédios de marca, diferentes do medicamento de referência. São os chamados "medicamentos similares", que têm o mesmo princípio ativo do medicamento de referência, mas não podem substituí-los legalmente.

Isso porque eles não necessariamente passaram pelos testes de bioequivalência a que os genéricos são obrigatoriamente submetidos. Eles só podem ser utilizados caso o médico assim determine. Pode acontecer de um similar ser mais barato do que o genérico. No caso do Fluconazol, o Flucanil, da Geolab, é 24% mais barato que o genérico da Zydus.


O que vem por aí

Genéricos são bons para economizar, mas cabe exclusivamente ao farmacêutico, e não ao balconista, substituir o medicamento de referência recomendado pelo genérico correspondente. De qualquer maneira, o melhor mesmo é pedir para o médico indicar o princípio ativo na receita. Caso ele tenha alguma restrição em relação ao genérico e não deseje a substituição, isso deve estar claro no receituário. É possível saber se um medicamento já possui um genérico correspondente por meio de uma lista divulgada no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

De acordo com a Progenéricos, hoje em dia mais de 90% das doenças já podem ser tratadas com genéricos. Já são 350 princípios ativos registrados e mais de 3.000 medicamentos genéricos, em diferentes formas de apresentação. A venda de genéricos vem crescendo, mas sua participação no mercado ainda é de apenas 22% das unidades vendidas. Em mercados mais maduros, como os Estados Unidos, a Alemanha e o Reino Unido, essa participação já chega a 60%.

Por envolverem expiração de patentes, muitas vezes os lançamentos de genéricos vêm envolvidos em certa polêmica entre os laboratórios. Muitos entram com ações judiciais para tentar prolongar as patentes. Foi o que fez a Pfizer, que tentou estender a patente do Viagra. Mas o laboratório não teve sucesso. O Citrato de Sildenafila, genérico do famoso remédio para disfunção erétil, chegou às prateleiras em junho deste ano, apenas um dia depois da expiração da patente.

Quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que a patente do Viagra deveria mesmo expirar em 2010, abriu um precedente para mais de 30 outros processos relativos aos prazos de validade das patentes de remédios para doenças como câncer, diabetes, hipertensão e leucemia. Com o Citalor (referência) e o Lipitor (similar), também da Pfizer, aconteceu o mesmo. A extensão da patente não foi concedida, e o genérico Atorvastatina Cálcica, para tratamento da hipertensão, foi lançado em agosto.

Essa nova onda de genéricos vem sendo dedicada a fórmulas mais complexas, como a do Efavirenz (Merck), usado no tratamento da AIDS, ou o Seroquel (AstraZeneca), usado no tratamento de doenças como esquizofrenia e transtorno bipolar. Até o final de 2011, outros remédios muito utilizados devem ganhar genéricos, como o Diovan (Novartis), para hipertensão, o Zyprexa (Eli Lilly), para esquizofrenia e transtorno bipolar, e o antiácido Nexium (AstraZeneca).

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