Apesar das despesas maiores com alimentação, gastos menores com restaurantes, transporte e combustível renderam economia (iFood/Divulgação)
Marília Almeida
Publicado em 5 de junho de 2020 às 17h04.
Apesar de ter aumentado em até 60% os gastos em estabelecimentos online e 40% em supermercados, o consumo das classes C e D durante a quarentena caiu, em média, 12%. É o que aponta pesquisa feita pekla Superdigital, fintech do Grupo Santander.
O levantamento dividiu as compras em três períodos: 15 de fevereiro a 15 de março (30 dias antes da quarentena); 16 de março a 15 de abril (30 primeiros dias da quarentena); e 16 de abril a 15 de maio (segundo mês de quarentena).
Os dados mostram que, entre o 1º e o 2º período, os clientes das classes C e D gastaram 33% menos em restaurantes, 37% menos com transporte, 28% menos com combustível; e 74% menos com hospedagem. Em contrapartida, os gastos em estabelecimentos online cresceram 60%; enquanto em supermercados aumentaram 40%.
Entre o primeiro e o terceiro período, os gastos com restaurante caíram 31%; 47% com transporte; 37% com combustível e 74% com hospedagem. Na outra ponta, os gastos em estabelecimentos online subiram 62%; enquanto em supermercados o avanço foi de 29%.
Já quando avaliado especificamente gastos em aplicativos, houve um avanço significativo em apps de delivery (173%); e-commerces em geral (278%) e streaming (41%). Já gastos com aplicativos de transportes caíram 48%, enquanto que em redes físicas de fast food, o recuo foi de 64%.
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A composição do gasto médio mensal também revela mudanças de comportamento: o gasto mensal com supermercados subiu de R$ 142 para R$ 170, enquanto no online o volume aumentou de R$ 113 para R$ 130. As quedas mais significativas ficam por conta dos setores de transportes (de R$ 86 para R$ 55) e combustíveis (de R$143 para R$ 96), quedas de 36% e 33%, respectivamente.
Grande parte das mudanças aconteceram por conta da instituição de home office para trabalhadores.
Veja abaixo como os hábitos de consumo foram alterados em cada capital:
Os dados mostram que, entre o 1º e o 2º períodos, os clientes das classes C e D gastaram 254% a mais com estabelecimentos online, 3% a mais com restaurantes, 19% a menos com supermercado e 34% a mais com transportes. Em Brasília podemos notar uma enorme diferença em relação às outras capitais brasileiras.
Já na capital do Paraná, podemos observar nos dados que, entre o 1º e o 2º períodos, os clientes das classes C e D gastaram 17% a mais com estabelecimentos online, 37% a menos com restaurantes, 35% a mais com supermercado e 40% a menos com transportes.
Em Fortaleza, os números mostram que, entre o 1º e o 2º períodos, os clientes das classes C e D gastaram 33% a mais com estabelecimentos online, 35% a menos com restaurantes, 66% a mais com supermercado e 38% a menos com transportes.
Em Manaus, os dados apontam que, entre o 1º e o 2º períodos, os clientes das classes C e D gastaram 86% a mais com estabelecimentos online, 46% a menos com restaurantes, 23% a mais com supermercado e 53% a menos com transportes.
Já em Porto Alegre, os dados mostram que, entre o 1º e o 2º períodos, os clientes das classes C e D gastaram 23% a mais com estabelecimentos online, 33% a menos com restaurantes, 66% a mais com supermercado e 43% a menos com transportes.
Na capital fluminense, os números mostram que, entre o 1º e o 2º períodos, os clientes das classes C e D gastaram 73% a mais com estabelecimentos online, 41% a menos com restaurantes, 44% a mais com supermercado e 44% a menos com transportes.
Em Salvador, podemos anotar que entre o 1º e o 2º períodos, os clientes das classes C e D gastaram 127% a mais com estabelecimentos online, 40% a menos com restaurantes, 39% a mais com supermercado e 30% a menos com transportes.
Já em São Paulo, os dados apontam que, entre o 1º e o 2º períodos, os clientes das classes C e D gastaram 56% a mais com estabelecimentos online, 38% a menos com restaurantes, 45% a mais com supermercado e 28% a menos com transportes.