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Fuga no atacado

A evasão estrangeira não se restringiu ao varejo, mas também ocorreu com os bancos de investimento e de atacado, que reduziram drasticamente sua exposição ao mercado brasileiro nos últimos dois anos. Nomes internacionais famosos, como o americano JPMorgan e o suíço CS First Boston, vêm tendo uma atuação discreta. "As ordens da matriz foram para […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

A evasão estrangeira não se restringiu ao varejo, mas também ocorreu com os bancos de investimento e de atacado, que reduziram drasticamente sua exposição ao mercado brasileiro nos últimos dois anos. Nomes internacionais famosos, como o americano JPMorgan e o suíço CS First Boston, vêm tendo uma atuação discreta. "As ordens da matriz foram para reduzir a exposição", diz Carlos Castanho, que vai presidir o CS First Boston do Brasil até dezembro. "O Brasil passou a ser considerado arriscado demais depois da volatilidade do dólar em 2002."

Os bancos de investimento também foram prejudicados pelas abruptas mudanças da economia, que extinguiram ramos de negócios inteiros. Instituições pequenas que chegaram nos tempos de câmbio controlado para financiar importações brasileiras ficaram sem ter o que fazer quando o real se desvalorizou. Casas especializadas no lançamento de papéis brasileiros no exterior perderam a razão de ser depois de o mercado se fechar aos papéis de países emergentes. Quem vivia basicamente de fusões e aquisições não conseguiu gerar negócios suficientes para cobrir seus custos quando as transações minguaram. Como regra geral, só os polivalentes sobreviveram. "Os bancos que se apoiavam em um ou dois negócios não resistiram", diz Bernard Mencier, presidente do BNP Paribas. "Só sobrou quem era capaz de oferecer uma multiplicidade de serviços ou quem conhecia muito bem o mercado."

As perspectivas para os bancos de investimento estrangeiros no Brasil não são boas para os próximos anos. Segundo Castanho, um retorno maciço é pouco provável, pois as matrizes devem continuar avessas a fazer negócios em países emergentes durante algum tempo. Além disso, boa parte de sua atividade vem sendo transferida para empresas de administração de recursos e fundos de private equity. "Eles têm mais flexibilidade e menos custos que um banco de investimentos tradicional", diz Castanho, que vai deixar a presidência do CS First Boston em dezembro para lançar um negócio desse tipo. Concorrerá com as empresas de dois ex-presidentes do Banco Central: a Gávea Investimentos, de Armínio Fraga, e a Rio Bravo, de Gustavo Franco.

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