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Fraude do leite pode prejudicar oferta de ações da Parmalat

Fundo que controla alimentícia planeja captar cerca de R$ 1 bilhão na Bolsa

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

A adulteração descoberta pela Polícia Federal no leite produzido por fornecedores da Parmalat em Minas Gerais pode impactar negativamente a oferta pública de Brazilian Depositary Receipts (BDR, certificados que permitem a empresas estrangeiras terem acesso ao mercado acionário brasileiro) da Laep Investments, fundo de private equity que desde 2006 controla a alimentícia. O fato de ter seu nome envolvido no escândalo, apesar de figurar como vítima, pode assustar os investidores, que têm até amanhã para realizar seus pedidos de reserva dos papéis.

Em comunicado, a Parmalat afirma que não compra produtos processados, envasados ou embalados pelos produtores e que mantém "um rigoroso processo de avaliação da qualidade do leite cru, que vai além dos exigidos pela legislação em vigor". A empresa informa, ainda, que recebe diariamente volume superior a 2 milhões de litros de leite cru fornecidos por mais de 5 mil produtores e cooperativas de todo o país, seguindo as especificações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Com a oferta pública de BDRs, a Laep pretende subsidiar um ambicioso plano de desenvolvimento para elevar a Parmalat a patamares somente alcançados pelos grandes produtores mundiais de leite. Pelas estimativas dos coordenadores da operação, os 67,7 milhões de BDRs devem ser lançados com valor entre 11,50 reais e 15,50 reais cada, permitindo ao fundo captar cerca de 1 bilhão de reais.

Além de financiar os negócios da própria Parmalat, os recursos devem ser direcionados também à recém-criada Integralat. Por meio dela, a Laep pretende produzir leite de baixo custo e alta qualidade, firmando parcerias com os pequenos produtores situados em diversas regiões do país ( hoje, a rede de relacionamentos conta com 66.000 produtores) e criando seu próprio gado leiteiro. Para tanto, adquiriu em julho deste ano a In Vitro, empresa que produz e comercializa embriões bovinos, permitindo à Integralat desenvolver e criar animais dentro dos padrões que considera os mais adequados para o mercado brasileiro.

Unindo o baixo custo e a alta qualidade do leite da Integralat com a marca, os recursos tecnológicos e de logística da Parmalat, o fundo acredita ser possível ampliar a liderança da alimentícia no setor de leite UHT. Hoje, a companhia detém 30,2% de participação de mercado, segundo a consultoria ACNielsen, e conta com sete fábricas próprias, uma fábrica arrendada, quatro industrializadoras, seis centros de distribuição (sendo um próprio e cinco terceirizados), seis operadores logísticos e 19 postos de captação.

Não é a primeira vez, no entanto, que surgem notícias que podem influenciar a oferta pública da Laep. Na semana passada, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) determinou a inclusão de um estudo de viabilidade econômico-financeira da Parmalat e da Integralat no prospecto da operação, além da disponibilização de informações referentes ao plano de opção de compra de ações da companhia. Devido às alterações, os investidores que realizaram pedidos de reserva podem desistir da operação até as 14 horas da próxima sexta-feira (26/10).

Criado em 1994, o Grupo Laep já nasceu com o objetivo de adquirir empresas dos setores de alimentação e varejo em dificuldades, reestruturá-las e recuperá-las. No Brasil, além da Parmalat, a Laep Investments é dona das marcas Glória, Alimba, Lacesa e Kidlat.

 

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