São Paulo – Ao comprar um veículo por meio de um financiamento, o comprador pode optar por realizar a operação com o banco da própria montadora, ou com os demais bancos de varejo do mercado. Mas, por conta de alguns subsídios oferecidos pelas montadoras, suas taxas costumam ser mais vantajosas.

Para comparar as condições oferecidas por cada banco atualmente, a seguir estão detalhadas as taxas de juros médias efetivamente praticadas pelos bancos de montadoras e pelos grandes bancos de varejo na semana de 19 a 25 de novembro, segundo informações fornecidas ao Banco Central pelas próprias instituições financeiras.

Bancos de montadoras

Instituição	Concessionárias atendidas	Taxa mensal	Taxa anual
BMW Financeira	BMW	0,69%	8,54%
CIA CFI RCI BRASIL/ RCI Banque	Renault	0,79%	9,93%
Banco Honda	Honda	0,96%	12,17%
Banco PSA Finance Brasil	Citroën e Peugeot	0,97%	12,25%
Banco Mercedes Benz	Mercedes Benz e Smart	0,98%	12,36%
Banco GMAC	Chevrolet	1,11%	14,12%
Banco Volkswagen	Volkswagen	1,17%	14,91%

Bancos grandes de varejo

Instituição	Taxa mensal	Taxa anual
Caixa Econômica Federal	1,40%	18,17%
Banco do Brasil	1,41%	18,29%
HSBC	1,44%	18,78%
Itaú Unibanco	1,51%	19,69%
Bradesco	1,59%	20,78%
Santander	1,60%	20,94%

Fonte: Banco Central

Como pode ser observado na tabela, o banco de montadora com a taxa mais alta, o Banco Volkswagen, ainda tem taxas menores do que o banco de varejo com as taxas mais baixas, a Caixa. Ainda que montadoras como a Fiat e a Toyota não tenham suas taxas informadas no banco de dados do Banco Central, a comparação permite concluir que, no geral, as taxas de montadoras hoje são muito mais vantajosas. 

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De acordo com Nicola Tingas, economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), com o aumento da inadimplência, os bancos de montadoras passaram a oferecer condições de financiamento mais vantajosas para atrair compradores. “No último ano, os bancos de montadoras criaram uma modalidade de financiamento na qual conseguiriam subsidiar parte das taxas, oferecendo mais atrativos para a venda de seus veículos novos”, comenta. 

Apesar de mais baratos, os bancos de montadoras costumam exigir uma entrada mais alta e são oferecidas a clientes com melhor histórico de crédito. É por isso que as concessionárias também disponibilizam o financiamento de outros bancos, apesar de não divulgá-los ostensivamente.

Diferenças de custos entre bancos e montadoras podem superar 7 mil reais

Para mostrar na prática o impacto dos juros no custo final do financiamento, vamos comparar quanto um comprador pagaria no banco com as taxas mais baixas e mais altas da tabela.

De acordo com uma simulação feita na Calculadora do Cidadão, ferramenta do Banco Central, no financiamento de um carro de 50 mil reais, com entrada de 10 mil reais, para quitar o bem em três anos (36 meses) o comprador pagaria no banco da BMW parcelas de 1.258 reais, totalizando 45.288 reais ao final do financiamento (sem considerar a entrada).

Já no Santander, no mesmo financiamento, as parcelas subiriam para 1.470 reais, totalizando 52.920 reais (sem a entrada). Uma diferença de 7.632 reais entre os bancos.

A comparação também pode ser feita entre dois bancos de montadoras. Ainda que não seja possível financiar um carro da Volkswagen no banco da BMW, por exemplo, se o comprador estiver em dúvida entre o carro de uma montadora ou de outra, o custo do financiamento pode ser um critério de desempate.

Para comparar os custos, vale pedir uma simulação diretamente ao vendedor de cada concessionária, ou perguntar quais são as taxas praticadas e fazer a simulação por conta própria. Na Calculadora do Cidadão, informando o montante que vai ser financiado e o prazo, a ferramenta mostra quais serão as parcelas pagas.

Compare o Custo Efetivo Total

Ainda que os juros possam mostrar parte da diferença de custos entre cada banco, para comparar exatamente quanto você irá pagar no final do financiamento é preciso observar o Custo Efetivo Total (CET) do financiamento, que inclui não só os juros como outros custos do financiamento. 

“A concessionária tem a obrigação de mostrar ao cliente o CET para que ele saiba exatamente o que está comprando e o que está pagando”, afirma o economista-chefe da Acrefi. 

Ele acrescenta que mais importante do que observar as diferenças de custos entre os bancos, é avaliar a capacidade de arcar com as parcelas do financiamento. “A primeira escolha não é onde fazer o financiamento, mas quanto eu posso pagar. Muita gente vai até a concessionária e no entusiasmo escolhe um carro melhor do que poderia pagar. Quando chega a parcela do financiamento percebe que assumiu uma dívida maior do que poderia”, diz Tingas.