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Extrovertidos são mais endividados, aponta pesquisa

Resultado foi observado na Inglaterra e é reforçado por pesquisa no Brasil, que mostra que pessoas mais extrovertidas investem menos

Grupo de amigos: extrovertidos gastam mais com restaurantes e bebidas alcoolicas, aponta estudo (Ivanko_Brnjakovic/Wikimedia Commons)

Marília Almeida

Publicado em 8 de dezembro de 2016 às 15h40.

São Paulo – Pessoas mais extrovertidas costumam acumular mais dívidas e ter menos investimentos. Essa é a conclusão de uma análise do British Household Panel Survey, baseada em dados do centro britânico.

Na Inglaterra, o censo não inclui apenas dados socio-econômicos e demográficos, mas também perguntas sobre habilidades cognitivas da população. A pesquisa revelou que os mais extrovertidos costumam usar mais o limite da conta e ter mais dívidas no cartão de crédito , por exemplo.

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Os dados foram apresentados por Vera Rita de Mello Ferreira, doutora em psicologia econômica, e por Bernardo Fonseca Nunes, PhD membro do Behavioural Science Centre da Universidade de Stirling, durante o Seminário de Pesquisas em Educação Financeira e Comportamento, promovido pela Comissão de Valores Mobiliários ( CVM ) nesta semana.

Uma das razões para a relação entre o traço da personalidade e o descontrole financeiro é que os extrovertidos costumam sair mais para encontrar amigos em restaurantes e também consomem mais bebidas alcóolicas. Ou seja, acabam gastando mais do que pessoas mais introvertidas, que passam mais tempo em casa.

Outra pesquisa, feita pela CVM, reforça esse resultado ao apontar que pessoas mais extrovertidas costumam ter menos investimentos em fundos e títulos públicos, entre outras aplicações financeiras.

O levantamento da autarquia foi feito com 3.305 pessoas, que responderam a um questionário online entre julho de 2015 a abril de 2016. Dependendo da resposta, os participantes do levantamento receberam uma pontuação para cada traço de personalidade analisado. “Quanto mais extrovertida, menor a propensão em ter ativos financeiros”, diz Frederico Shu, coordenador de estudos comportamentais e pesquisas da CVM.

Como atividades realizadas junto com outras pessoas deixam os extrovertidos felizes, a saída não é parar de gastar, mas, sim, entender que poupar para o futuro irá permitir que a pessoa possa continuar a ter essas experiências, mesmo em cenários adversos, diz Shu.

Um incentivo para os extrovertidos investirem pode ser a criação de clubes de investimentos entre amigos. “O assunto deve dar prazer. Promover um encontro para trocar ideias sobre o assunto é uma maneira de incentivar a poupança. Esses eventos são comuns nos Estados Unidos, mas também podem ser replicados no Brasil”, diz o coordenador de estudos da CVM.

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