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Em meio à crise, juro do rotativo do cartão sobe em abril a 335% ao ano

Os números são influenciados pelos efeitos da segunda onda da pandemia, que voltou a colocar em isolamento social parte da população e reduziu a atividade das empresas

 (boonchai wedmakawand/Getty Images)

(boonchai wedmakawand/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de maio de 2021 às 11h10.

Em meio às dificuldades das famílias para fechar as contas durante a pandemia do novo coronavírus, o juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito subiu 0,7 ponto porcentual de março para abril, informou nesta sexta-feira o Banco Central. A taxa passou de 334,6% para 335,3% ao ano.

Os números são influenciados pelos efeitos da segunda onda da pandemia de covid-19, que voltou a colocar em isolamento social parte da população e reduziu a atividade das empresas. O rotativo do cartão, juntamente com o cheque especial, é uma modalidade de crédito emergencial, muito acessada em momentos de dificuldades.

O juro do rotativo é uma das taxas mais elevadas entre as avaliadas pelo BC. Dentro desta rubrica, a taxa da modalidade rotativo regular passou de 306,2% para 309,8% ao ano de março para abril. Neste caso, são consideradas as operações com cartão rotativo em que houve o pagamento mínimo da fatura.

Já a taxa de juros da modalidade rotativo não regular passou de 356,8% para 355,2% ao ano. O rotativo não regular inclui as operações nas quais o pagamento mínimo da fatura não foi realizado.

No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro passou de 167,6% para 165,7% ao ano.

Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 64 6% para 65,4%.

Em abril de 2017, começou a valer a regra que obriga os bancos a transferir, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, a juros mais baixos. A intenção do governo com a nova regra era permitir que a taxa de juros para o rotativo do cartão de crédito recuasse, já que o risco de inadimplência, em tese, cai com a migração para o parcelado.

Atualmente, porém, o risco de inadimplência aumentou, justamente porque muitas famílias estão enfrentando redução de renda, na esteira da pandemia.

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