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Crédito com garantia em imóvel pode reduzir prestação em até 71%

Estudo feito pela BV Financeira mostra que esta redução pode ajudar o devedor a reorganizar suas contas com a redução dos gastos com a dívida

Imóveis: o crédito com garantia em imóveis ainda enfrenta resistências por parte dos clientes (AlexRaths/Thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 22 de agosto de 2017 às 15h19.

O crédito com garantia em imóveis , ou refinanciamento imobiliário, permite uma redução expressiva nas prestações pagas pelos devedores.

Estudo feito pela BV Financeira mostra que o custo mensal de uma dívida com garantia em imóvel, com juros de 1,53% ao mês, pode ser 71,5% menor que o de um crédito pessoal, com custo de 8,94% ao mês.

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Uma diferença expressiva que pode ajudar o devedor a reorganizar suas contas com a redução dos gastos com a dívida.

O banco simulou a prestação mensal de um empréstimo de R$ 50 mil em 60 meses em várias linhas de crédito com seus juros médios e o resultado são valores que vão de R$ R$ 4,667 mil a R$ 1,318 mil.

A diferença é um reflexo do juro menor cobrado na linha com garantia, que representa menos risco para o banco e que, por isso, pode cobrar menos. Além disso, o prazo mais longo do crédito com garantia em imóvel permite uma prestação mais baixa.

No quadro abaixo, é simulada uma operação de R$ 50 mil em 60 meses nas diversas modalidades de crédito para pessoa física do mercado usando suas taxas médias:

Produto Taxa Média  a.m Parcela
Crédito Pessoal 8.94%R$ 4,667
Consignado Privado 3.87%R$ 2,237
Refin c/Garantia 2.32%R$ 1,611
Consignado Público 2.10%R$ 1,530
Consignado INSS 2.09%R$ 1,526
Cred. Imóvel 1.53%R$ 1,328

Simulação de um empréstimo de R$ 50 mil por 60 meses. Fonte: BV Financeira

O crédito com garantia de imóvel é a opção mais barata e com maior prazo do mercado, explica Michele Zitune Tawil, gerente executiva de imobiliário e seguros da BV Financeira.

Enquanto esse tipo de empréstimo tem taxas de 15,6% mais a variação do IPCA ao ano, os juros do cartão de crédito chegam a 192% ao ano, ou 9,3% ao mês.

Mesmo assim, muitos consumidores utilizam o cartão de crédito para financiar dívidas por prazos longos, quando poderiam trocá-las por opções mais baratas disponíveis no mercado.

O resultado é que, quando percebem, a dívida já está tão grande que a pessoa perde o controle de suas contas.

“Isso mostra que a educação financeira ainda é um desafio para este mercado”, afirma a executiva, acrescentando que “muitos clientes nos procuram tomados por linhas mais caras e com menor prazo”.

Segundo Michele, dependendo da dívida, o cliente consegue substitui-la por uma mais barata e, com o recurso do desdobro, o próprio banco faz a quitação do débito anterior do cliente.

Além de reestruturação de dívidas, o crédito com garantia em imóveis pode ser uma opção para pessoas físicas com necessidades de recursos para pagar uma reforma ou custear o casamento ou estudo dos filhos no exterior.

Além disso, com a crise econômica, pequenos empresários aumentaram a procura para conseguir recursos para seus negócios, como pequenas franquias, ou para bancar estoques.

Como os recursos obtidos são livres, o cliente pode usar o valor para o que quiser, sem necessidade de apresentar projetos ou plano de negócios.

Na BV, o valor mínimo do imóvel dado como garantia é R$ 100 mil e o mínimo financiado de R$ 50 mil. O percentual máximo do empréstimo será equivalente a 60% do valor do imóvel, e o uso do crédito do dinheiro é livre.

Resistência cultural

Apesar das vantagens, o crédito com garantia em imóveis ainda enfrenta resistências por parte dos clientes, afirma Gilberto Duarte de Abreu Filho, presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

“O brasileiro ainda fica receoso de dar o imóvel como garantia, é uma barreira cultural, apesar das vantagens dessa linha”, diz, citando a redução do valor das parcelas pelo juro menor e pelo prazo maior para pagar.

Mas Abreu Filho acredita que a tendência é de crescimento dessas operações, até pela queda da taxa Selic neste ano, prevista para chegar a 8% ao ano ou menos, o que tende a reduzir os juros do crédito com garantia imobiliária, assim como o juro dos financiamentos para a casa própria.

“Com a taxa básica Selic caindo para 8%, os custos de captação dos bancos também caem e é possível reduzir mais as taxas para o consumidor, para mais perto de um dígito”, diz, lembrando que os recursos do crédito com garantia em imóvel não vêm da caderneta de poupança, mas de papéis emitidos elos bancos, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCI).

Hoje, segundo o executivo, o mercado de crédito com garantia em imóvel tem cerca de R$ 12 bilhões em operações.

Este conteúdo foi publicado originalmente no site da Arena do Pavini .

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