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Cosan espera captar até 2 bilhões de dólares com IPO em Nova York

Companhia se reestrutura e cria holding no exterior que realizará oferta inicial de ações

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

A Cosan espera captar até 2 bilhões de dólares com uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na Bolsa de Valores de Nova York. O pedido foi encaminhado nesta segunda-feira (25/6) a Securities and Exchange Commission (SEC - o equivalente americano à Comissão de Valores Mobiliários). A emissão deve ser realizada entre setembro e outubro. Uma parte dos recursos será aplicada nos projetos já em andamento da Cosan, como a construção de três usinas em Goiás, que deverão agregar mais 10 milhões de toneladas de capacidade de moagem ao grupo. Outra parcela será aplicada em aquisições no Brasil e no exterior.

Segundo o prospecto apresentado às autoridades americanas, o IPO será realizado por uma nova companhia, criada dentro do processo de reestruturação da Cosan. Trata-se da Cosan Limited, uma holding com sede em Bermuda e que detém 100% da Cosan brasileira. Os demais 49% estão em poder do mercado. A Cosan Limited lançará duas classes de ações ordinárias na Bolsa de Nova York. A classe A será dirigida para os investidores. Entre as suas características, estão o direito a tag along e equivalência de um voto para cada ação. As de classe B serão totalmente subscritas pelo atual controlador da Cosan, Rubens Ometto. Para manter o controle sobre o grupo, esses papéis corresponderão a dez votos por ação. Os investidores brasileiros também poderão participar da emissão, por meio da compra de Brazilian Depositary Receipts (BDRs) de nível 3.

A Cosan Limited vai transferir os recursos captados no IPO para a Cosan, a fim de impulsionar seus planos de investimento. Em abril, a companhia anunciou a intenção de investir cerca de 1,7 bilhão de dólares até 2012, com vistas ao aumento da produção. Essa quantia será suficiente para aumentar em 50% a capacidade instalada, hoje em 40 milhões de toneladas anuais distribuídas por 17 usinas. Na conta, está incluída a construção de três unidades em Goiás, que agregarão mais 10 milhões de capacidade. Os outros 10 milhões virão de melhorias e ampliações nas plantas existentes. Na época, a companhia informou que dispunha, em caixa, de 600 milhões de dólares para iniciar os projetos. O modelo de captação do restante ainda não estava definido.

Distribuição de recursos

No documento entregue à SEC, a companhia afirma que, do total de recursos arrecadados no IPO, até 650 milhões de dólares poderão ser aplicados na construção das usinas goianas. Outros 500 milhões seriam destinados à ampliação e modernização das unidades existentes. Cerca de 350 milhões iriam para projetos de co-geração de energia em cinco usinas; 100 milhões seriam destinados à compra de colheitadeiras; 50 milhões para a expansão da área plantada; e 25 milhões para pesquisas.

Em linhas gerais, a distribuição de recursos é bastante semelhante aos investimentos projetados pela Cosan, na apresentação de seus planos em abril.

O prospecto também cita a intenção da empresa de investir na aquisição de novas usinas, seja no Brasil ou no exterior. O Caribe é uma das áreas apontadas como interessantes.

Troca de ações

Após a conclusão do IPO da Cosan Limited, uma segunda operação será efetuada - a troca de ações da Cosan pelas da Cosan Limited. A oferta será voluntária e os atuais detentores de papéis da companhia brasileira poderão trocá-los por ações de classe A da holding estrangeira ou por BDRs. De acordo com o fato relevante apresentado à CVM hoje, a expectativa é que a proporção de troca seja de um para um.

O capital social da Cosan é composto por 188,886 milhões de ações ordinárias - a companhia é listada no Novo Mercado da Bovespa desde novembro de 2005, sendo a pioneira do setor sucroalcooleiro a abrir capital. Cerca de 49% dos papéis estão nas mãos do mercado.

Maior produtora de açúcar e álcool do país, a Cosan foi alvo de boatos de compra na semana passada. A ADM, líder americana em produção de etanol, afirmou que estuda a compra da companhia como forma de entrar no mercado brasileiro. A declaração foi suficiente para disparar os papéis da Cosan, que fecharam em alta de 6,03% na sexta-feira. Entre as 60 ações que compõem o Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, a Cosan é a que apresenta a maior queda neste ano. Por volta das 13h55 de hoje, as ações eram comercializadas a 35,74 reais, uma desvalorização de 0,85%. Enquanto isso, a bolsa subia cerca de 0,24%.

Para ler o prospecto preliminar da oferta da Cosan Limited, apresentado à SEC, clique aqui (versão em inglês).

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