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Corretora prevê lucro 31% menor para a CPFL, devido à revisão de tarifas

Geração de caixa e lucro devem ficar abaixo dos de 2007 pelos próximos três anos, estima a Ágora

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

A CPFL Energia deve encerrar 2008 com um lucro líquido de 1,130 bilhão de reais, montante 31% menor que o do ano passado. A estimativa é da Ágora Corretora, que aposta em uma deterioração dos números da companhia, devido à revisão das tarifas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Em abril, a Aneel analisou o preço da energia de duas distribuidoras da empresa. Para a CPFL Paulista, a agência determinou um corte de 13,61% na tarifa média. Para a RGE, permitiu um reajuste de 4,77%. As duas empresas representam 73% do faturamento da holding CPFL Energia. "O ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) deverá ser impactado negativamente, resultando em redução das margens operacionais", afirma a Ágora.

No ano passado, o lucro líquido da CPFL foi de 1,643 bilhão de reais. Segundo a Ágora, esse patamar não será alcançado pelos próximos três anos. Além da queda de 31% para os ganhos deste ano, a Ágora projeta números abaixo dos de 2007 para os próximos anos. Em 2009, o lucro esperado é de 1,245 bilhão. Para 2010, espera-se que suba para 1,469 bilhão.

As margens também não se recuperarão nos próximos anos. Depois de contabilizar uma margem de ebitda de 36,4% no ano passado, a CPFL deve apresentar um múltiplo de 27,9% neste ano, e de 27,5% nos dois anos seguintes. A margem líquida também deve cair de 17,5%, em 2007, para 11,6% em 2008, 11,5% no ano que vem, e 12,1% no posterior.

Desempenho na bolsa

O desempenho contábil da empresa, porém, não deve pesar sobre o preço das ações da CPFL (CPFE3) na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A Ágora estima um preço-alvo para dezembro de 46,49 reais por ação. A cifra representa um potencial de valorização de 27,02% sobre o fechamento da sexta-feira (25/7), de 36,60 reais. Neste ano, a CPFL acumula alta de 9,90% na bolsa, entre o primeiro pregão do ano e esta sexta. O desempenho contrasta com o do Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista. No mesmo período, o índice registra perdas de 8,94%, baixando de 62.815 para 57.199 pontos.

A recomendação da corretora é de manutenção dos papéis. "Nossa recomendação se fundamenta no potencial de valorização comparativamente menor que outras empresas do setor. Entretanto, ressaltamos que a empresa é um destaque em termos de retorno sobre os dividendos", afirma a corretora.

A Ágora calcula o P/L do papel (relação preço da ação sobre o lucro esperado por ação) em 15,5 neste ano. Na prática, é a mesma coisa que dizer que um investidor demoraria 15,5 anos para recuperar o dinheiro aplicado no papel. Esse é um dos parâmetros para determinar se a ação está "cara" (P/L mais alto que o do setor ou o do mercado) ou "barata" (P/L menor). No próximo ano, o P/L deverá ficar em 14,1. No ano passado, o índice foi de 10,7. Entre as ações do setor elétrico, a de menor P/L, segundo a Ágora, é a Tractebel (8,3). Já o P/L da Cesp é o maior de todos: 44.

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