A corretora Ativa revisou sua indicação para as ações do Pão de Açúcar de "neutra" para "compra. Em relatório assinado pela analista Juliana Campos, o preço-alvo dos papéis foi elevado de 69,19 para 85,57 reais, indicando um potencial de valorização de 32,7%. O maior otimismo deve-se ao crescimento da economia brasileira e à incorporação da Casas Bahia. Como existiam muitas dúvidas no mercado sobre a concretização da fusão das duas gigantes do varejo, a Ativa ainda excluía a Casas Bahia no cálculo de seu preço-alvo para a ação.

Para chegar ao valor justo dos papéis, a corretora considerou que o Pão de Açúcar vai cumprir sua meta de abrir cem lojas neste ano, elevando em 8,1% a área de vendas. Os investimentos devem alcançar 1,5 bilhão de reais, com metade desse valor aplicado em abertura e reforma de lojas. Na comparação apenas entre as mesmas lojas, as vendas devem crescer 10,4% neste ano. Por outro lado, a margem Ebitda terá uma pequena queda, de 7,4% para 7,2%.

Já o Ponto Frio deverá apresentar resultados melhores do que inicialmente esperava a corretora. As vendas brutas devem crescer nada menos do que 43,9% neste ano, após a estagnação de 2009. O resultado deve elevar a participação do Ponto Frio no mercado de varejo de bens duráveis. Já a margem Ebitda da empresa, que foi negativa no ano passado, deve alcançar +3,6% em 2010.

Por outro lado, a Ativa enxerga quatro riscos para quem investir nas ações do Pão de Açúcar: 1) Pouca transparência na divulgação dos dados contábeis da Casas Bahia; 2) Queda das vendas de bens duráveis com o ciclo de aumento das taxas de juros; 3) Dificuldades ainda desconhecidas na integração de Casas Bahia e Ponto Frio; e 4) Concorrência acirrada no setor de varejo em cidades específicas como o Rio de Janeiro.