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Construtoras esticam prazo de entrega de imóvel em SP

O aumento dos prazos para entrega das chaves está sendo adotado pelas construtoras, numa tentativa de evitar os desgastes com atrasos que acontecem desde o fim de 2009

Entre 2008 e 2010, o número de processos contra construtoras passou de 202 para mais de 500 (Divulgação)

Entre 2008 e 2010, o número de processos contra construtoras passou de 202 para mais de 500 (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de abril de 2011 às 08h33.

São Paulo - A euforia que tomou conta do mercado imobiliário brasileiro nos últimos cinco anos pegou em cheio, primeiro, o bolso do consumidor: o preço do imóvel praticamente dobrou no período. Agora, além de pagar mais caro pela casa própria, o cliente terá de esperar mais tempo para se mudar.

Levantamento feito pela Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp) mostra que, no primeiro trimestre de 2007, 25% dos empreendimentos lançados na Grande São Paulo tinham prazo de entrega de entre 30 e 45 meses, o máximo praticado no setor. Entre janeiro e março de 2011, esse tempo já é estabelecido para 40% dos lançamentos. Até então, a maioria dos imóveis eram entregues em até 15 meses.

A dilatação dos prazos para entrega das chaves está sendo adotada pela maioria das construtoras e incorporadoras, numa tentativa de evitar os desgastes com atrasos de obra, como os que vêm ocorrendo desde o fim de 2009. Um levantamento feito com dados do Tribunal de Justiça de São Paulo dá uma ideia da gravidade do problema: entre 2008 e 2010, o número de processos contra construtoras passou de 202 para mais de 500.

"As obras entregues com atraso foram contratadas com a cabeça de 2007, quando havia mão de obra, insumos e equipamentos disponíveis no mercado", diz o diretor de economia do Sindicato da Construção em São Paulo, Eduardo Zaidan. Naquela época, com dinheiro em caixa para investir, houve uma corrida das incorporadoras para lançar empreendimentos. O resultado não poderia ter sido outro: o que havia em abundância começou a faltar. "Veio uma pressão enorme de falta de gente, máquinas, material e na hora de entregar o imóvel, simplesmente, ele não estava pronto. Não dá mais para prometer no mesmo prazo." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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