Consórcio de imóvel vale a pena?

Esssa modalidade de consórcio é indicada para quem não paga aluguel ou não tem pressa em adquirir um imóvel. Como o prazo dos grupos varia de 60 a 180 meses, se você não tiver sorte nem recursos extras, será necessário ter muita paciência para realizar seu sonho da casa própria. A dinâmica de um consórcio é como a de uma poupança feita em conjunto. Forma-se um grupo com o objetivo de comprar um imóvel de determinado valor (20 000 a 250 000 reais) e todos pagam mensalidades durante determinado prazo (que pode ser de 60 a 180 meses).

As mensalidades são calculadas com base no valor do imóvel desejado e no prazo de duração do grupo. Também estão embutidas nessas parcelas a taxa de adesão (1% ou 2%), a de administração (11% a 20% no período) e a parte destinada ao fundo de reservas. Algumas administradoras também incluem seguro de vida ou contra desemprego, para permitir que contratempos não atrapalhem o andamento do grupo. As mensalidades são corrigidas pelo INCC (índice de preços do setor imobiliário), o que assegura que mesmo depois de, por exemplo, dez anos, você consiga comprar o mesmo imóvel. Todos os meses a administradora reúne o grupo em assembléia e contempla dois participantes com o crédito referente ao valor do imóvel: um por meio de sorteio e outro de lance (30% a 60% do imóvel). Já é permitido usar o FGTS para isso.

Com o crédito recebido, o participante poderá adquirir o imóvel. Se preferir transformar o crédito em dinheiro, poderá fazê-lo 180 dias após ter sido contemplado, mas será preciso primeiro quitar o débito total com o grupo. O ideal é entrar num grupo em formação, mas também é possível aderir a um em andamento. Adquirir um imóvel por meio de consórcio é com certeza mais barato e menos burocrático que contrair um financiamento imobiliário, mas, se você não escolher bem a administradora, corre grande risco de ficar sem o imóvel e nunca mais pôr a mão no dinheiro poupado. Num financiamento imobiliário, os juros são altos, pois o risco é da instituição, em caso de inadimplência.

Não há burocracia para participar de um grupo. Basta ter dinheiro para pagar a taxa de adesão e a primeira mensalidade. A documentação exigida é mínima: CIC, RG e assinatura do termo de adesão. A burocracia começa após ser contemplado, quando será preciso comprovar renda ou apresentar fiador como garantia de que você continuará pagando suas mensalidades. Há certos cuidados a ser tomados antes de aderir a um grupo. Primeiro, verifique a situação da empresa no Banco Central e no Procon. Leia atentamente o contrato e confirme se consta tudo o que foi prometido. Por fim, observe as regras do manual da Caixa Econômica Federal e do contrato sobre a utilização do FGTS, não deixe de participar das assembléias e analise os demonstrativos. Você encontra a lista das administradoras de consórcio no site do Banco Central (www.bcb.gov.br).