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Conselhos dos mestres

Saiba o que os maiores especialistas do mercado financeiro brasileiro pensam na hora de investir o próprio dinheiro

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2010 às 21h03.

Administrar recursos de outras pessoas é um trabalho duro, estressante e complexo. É preciso fazer escolhas que podem aumentar ou reduzir drasticamente o patrimônio dos outros. Não raro, isso tem de ser feito em poucos segundos, geralmente em momentos de forte turbulência. Por isso, quem trabalha na gestão de recursos cerca-se de cuidados, elabora minuciosas análises e consulta manuais de procedimento para fundamentar suas decisões. Mas e quando nem todo esse aparato é suficiente? O que esses profissionais fazem na hora de administrar o próprio dinheiro? EXAME consultou alguns dos mais conhecidos profissionais do mercado financeiro brasileiro para saber o que eles pensam -- e como agem -- na hora de escolher as melhores alternativas para investir os próprios recursos.

Nelson Rocha Augusto - Presidente da BB DTVM
"Olhar os prazos e os impostos"
O primeiro ponto antes de investir é saber se você vai usar o dinheiro logo ou num futuro distante. Por exemplo, se seu objetivo é pensar na aposentadoria, é bom estar ciente de que dá para correr mais riscos quando se é jovem. O segundo ponto é quanto se paga de imposto de renda ao longo do tempo, para não mudar de estratégia na hora errada. Por exemplo, a alíquota cai depois do primeiro ano de investimento em um fundo de renda fixa, mas se você mudar de idéia com 11 meses e 15 dias, a vantagem desaparece. Por fim, é preciso investir tempo para se educar financeiramente. Isso independe da formação do investidor. Um médico ou um diretor de teatro podem ter uma boa educação financeira. Basta buscar ajuda e querer aprender. Para isso há sites de bancos cheios de conselhos e regras, além da mídia especializada, que costuma ser uma boa fonte de informação.

Luiz Carlos Mendonça de Barros - Sócio-diretor da Quest Investimentos
"Todo risco vale a pena para quem sabe o que quer"
Investir ficou mais complicado. A economia brasileira está mais estável do que no passado e menos sujeita a mudanças extremas como acontecia há alguns anos. Em compensação, agora ela depende mais do que ocorre no cenário mundial. Uma crise em um país distante, como a Turquia ou a Islândia, tem reflexos nos investimentos realizados no Brasil. Por isso, o investidor tem de acompanhar também o mercado internacional. Atualmente, o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) é tão importante para o investidor brasileiro quanto o Copom. Sempre digo que hoje é preciso ter "um olho no peixe e outro no gato".

Robert John van Dijk - Diretor-superintendente do Bradesco Asset Management
"Todo risco vale a pena para quem sabe o que quer"
Correr riscos compensa desde que o investidor saiba bem o que quer no futuro. Se uma pessoa pretende começar a investir e tem pouco dinheiro e muito medo, ela já sabe o que não deve fazer. Por exemplo, os fundos de ações são atraentes, mas só para quem não vai precisar do dinheiro no curto prazo. Outro ponto importante é sempre se aconselhar com quem entende. Ninguém precisa ser especialista no assunto. Mas assim como procuramos um médico quando estamos doentes, um consultor financeiro também saberá diagnosticar o que é melhor para cada investidor.

Gustavo Cerbasi - Consultor financeiro, autor de Casais Inteligentes Enriquecem Junto
"Fuja das dicas: elas não são informações, são boatos"
Tenho três conselhos. Primeiro: invista seu tempo para buscar informação, quer você seja um investidor ultraconservador, quer seja bastante agressivo. Segundo: fuja das dicas. Ignore quando um amigo conta que "ouviu dizer" que determinada ação vai subir. Isso não é informação, é boato. Terceiro: saiba diferenciar investimento de especulação. Se alguém diz que o dólar vai cair ou que os juros vão subir, isso é pura especulação, algo muito diferente de analisar economicamente as causas da queda do dólar ou da alta de uma determinada ação. O pequeno investidor, que não fica observando o mercado durante todo o dia, tem de ser menos tático e mais estratégico. Ele deve prestar mais atenção se a empresa está construindo uma nova fábrica do que na variação de suas ações.

Luiz Fernando Figueiredo - Sócio-diretor da Mauá Investimentos
"Atenção aos direitos dos minoritários"
Meu princípio é que para investir não basta o "eu ouvi falar". Quando estou investindo em uma empresa, por exemplo, preciso saber o que estou fazendo, para reduzir ao mínimo possível os riscos que estou correndo. Isso significa ler o balanço, conversar com o responsável pelos investimentos e ver quanto a empresa se preocupa com a governança corporativa e com os direitos dos minoritários. Fazer isso pode levar dias, ou até mesmo semanas, mas esse ponto faz toda a diferença: se a empresa não respeita os pequenos acionistas, ela dificilmente vai ser um bom negócio para mim.

Marcelo Karvelis - Sócio da Claritas Investimentos
"Ouça opiniões diferentes antes de tomar sua decisão"
Investimentos são como futebol. Todo mundo acha que sabe qual a melhor maneira de armar o time, mas isso não é verdade. Por isso, é necessário pedir sempre a ajuda de profissionais. E não só de um único especialista, é bom ouvir opiniões diferentes antes de tomar uma decisão. Para investir, você tem de saber onde está pisando, precisa conhecer todas as características do negócio que você quer fazer. É preciso conhecer bem as particularidades de cada investimento: risco, volatilidade e formação de preços. Um bom exemplo são as oscilações do mercado. Muitas oscilações significam risco elevado, mas ausência de oscilação não significa ausência de risco para o investidor.

Rodrigo Xavier - Diretor executivo da Pactual Asset
"O mercado tem movimentos irracionais"
Investir é uma arte que exige estudo. É preciso informar-se e educar-se, lendo livros didáticos e acompanhando a mídia especializada. O mercado pode ter movimentos irracionais mesmo quando a economia e a política vão bem. O investidor deve ter sangue-frio nessas horas, pois, mesmo com todo preparo, as chances de fazer besteira são grandes em momentos de estresse. O profissional tem de se cercar de cuidados para diminuir a probabilidade do erro e o leigo tem de ser bem assessorado.

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