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Congresso americano tenta salvar o pacote de ajuda aos bancos

Senadores negociarão mudanças no texto para atrair deputados que votaram contra a proposta

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

O Congresso americano se articula para salvar o bilionário pacote de ajuda aos bancos, rejeitado nesta segunda-feira (29/9) pela Câmara dos Deputados. À frente do movimento, estão os senadores, que pretendem negociar um novo texto nesta quarta-feira (1/10), quando o Congresso retoma os trabalhos. Hoje, parte dos parlamentares ausentou-se de Washington para comemorar o Ano Novo judaico. "Não sairemos daqui até que o trabalho esteja concluído", afirmou o presidente do Comitê Bancário do Senado, o democrata Christopher Dood, à agência de notícias Bloomberg.

A rejeição ao plano por 228 votos a 205 causou pânico nos mercados financeiros de todo o mundo. O Índice Dow Jones da Bolsa de Nova York registrou sua maior queda, em pontos, de sua história. A queda equivale à evaporação de 1 trilhão de dólares da bolsa americana em um único dia - mais que os 700 bilhões de dólares que o governo americano pretende aplicar na compra de títulos podres e hipotecas de bancos em dificuldade. A Bolsa de Valores de São Paulo chegou a ter os negócios interrompidos à tarde, após o Ibovespa, principal indicador do pregão, cair mais que 10%. O índice fechou o dia em queda de 9,36% - o pior resultado desde janeiro de 1999.

Diante da reação dos mercados, os senadores esperam que pequenas mudanças no plano de socorro ao sistema financeiro sejam suficientes para quebrar a resistência dos deputados contrários. "A queda de 777 pontos do Dow Jones é uma força poderosa para encontrarmos os votos restantes para aprovar o pacote", afirma Chris Lehane, consultora política do Partido Democrata. Para ser aprovada na Câmara, a proposta precisa de 218 votos.

Pouco espaço para negociar

Dos 228 votos contrários à medida, 133 vieram dos republicanos, e 95, dos democratas. A negociação, no entanto, pode levar os líderes partidários a perderem os votos dos democratas, enquanto buscam seduzir os republicados refratários à idéia de usar recursos do Tesouro para apagar o incêndio de Wall Street. Os republicanos mais conservadores criticam a proposta, por entender que ela faz o contribuinte pagar pelos erros e excessos cometidos pelos banqueiros nos últimos anos. Para aderirem, os deputados republicanos podem forçar a Securities and Exchange Commission (SEC, o equivalente à CVM brasileira) a suspender a marcação a mercado dos títulos, e fazer com que os bancos divulguem o valor real dos títulos envolvidos em problemas.

Se os negociadores não encontrarem espaço junto aos republicanos, podem se voltar para mais concessões aos democratas. Parlamentares desse partido defendem mais mecanismos para a proteção dos mutuários inadimplentes, como a alteração dos contratos hipotecários de indivíduos insolventes, a fim de abater o valor da dívida.

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