Minhas Finanças

Como financiar as férias, o IPTU e o IPVA

Conheça as opções de crédito mais baratas para as tradicionais despesas de início de ano

Crédito: até a viagem de férias pode ser financiada (SXC/SXC)

Crédito: até a viagem de férias pode ser financiada (SXC/SXC)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2011 às 07h00.

São Paulo – IPVA, IPTU, material e matrícula escolar e até férias. A lista das contas que surgem entre o final de um ano e o início de outro parece não ter fim. Como o gasto costuma superar o dos meses ao longo do ano, nem sempre é possível pagar à vista todos os compromissos financeiros. Profissionais liberais e autônomos que não têm 13º salário nem férias remuneradas são os que costumam sofrer mais e muitas vezes apelam para empréstimos para cobrir todas as despesas.

Como há uma série de opções de crédito no mercado, é importante escolher a linha correta para pagar a menor taxa de juros possível. Confira as dicas de especialistas para definir a forma mais racional de pagar as contas:

Parcelamento direto

“Alguns impostos podem ser parcelados diretamente com os cobradores, sem taxa de juros”, afirma Miguel Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac). Esse é o caso do IPTU (imposto cobrado sobre a propriedade de imóveis) e o IPVA (sobre veículos). O número de parcelas, entretanto, pode não ser suficiente. Ainda que o pagamento do IPTU seja dividido ao longo do ano, o IPVA deve ser quitado até março.

Em geral, o desconto para quem paga à vista é menor do que o custo de um empréstimo bancário. O consumidor deve pesar se o valor mensal vai caber no bolso e se tem condições de dispor daquele dinheiro em um espaço de tempo menor do que o que precisaria se tomasse uma linha de crédito. A sugestão de Miguel é que negociações do mesmo tipo tentem ser feitas em outras ocasiões, como na compra de material escolar, diretamente com as lojas. Segundo pesquisa realizada pela Anefac, as linhas de crédito do comércio têm taxa de juros média de 5,46% ao mês, mais alta do que a do crédito pessoal, porém mais baixa do que o cartão de crédito.

Linhas pessoais

“As menores taxas de juros estão hoje no crédito consignado”, afirma Oliveira. A modalidade, porém, é dirigida para quem pode ter o desconto direto na folha de pagamento – principalmente funcionários de grandes empresas, servidores públicos, aposentados e militares. Como a inadimplência é muito baixa na categoria, as taxas de juros também são reduzidas.

Para quem não tem direito à modalidade, a sugestão de Oliveira é buscar linhas de crédito pessoal em seu banco e utilizar o fato de ser cliente para tentar negociar juros mais atrativos.

Uma recomendação no caso de crédito pessoal é importante. “Não recomendamos nunca as financeiras”, diz Hessia Costilla, economista da PROTESTE. Segundo ela, os juros praticados pelas companhias especializadas estão entre os mais altos do mercado.


Férias financiadas

Muitas empresas aéreas e agências de viagem parcelam bilhetes ou pacotes em várias vezes sem juros. Nada é mais barato do que isso. Para quem precisa tomar um empréstimo para arcar com os outros gastos das férias, a PROTESTE realizou uma pesquisa para traçar o perfil das linhas de crédito oferecidas nos bancos de varejo. A conclusão foi que Itaú, Bradesco e Caixa Econômica Federal têm linhas específicas, enquanto outras instituições pesquisadas oferecem produtos similares aos convencionais para o cliente.
Segundo Hessia Costilla, quando não há possibilidade de se programar com antecedência, as linhas são, sim, uma boa opção. “O consumidor tem que observar seu limite financeiro para pagar as parcelas. Se couber no bolso, os juros são mais baixos e vantajosos do que o do cartão de crédito”, diz. Segundo ela, a principal desvantagem dessas linhas é a dificuldade de conseguir o financiamento, já que é necessário apresentar todo o orçamento da viagem pronto.

Confira a simulação de duas viagens nos três bancos:

Viagem Nacional de 2.000 reais em 6 parcelas

table.tableizer-table {border: 1px solid #CCC; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;} .tableizer-table td {padding: 4px; margin: 3px; border: 1px solid #ccc;}
.tableizer-table th {background-color: #104E8B; color: #FFF; font-weight: bold;}

Instituição e linha Condição Parcela Custo Efetivo Total (% a.a.)
Itaú/Crédito para Viajar Sem entrada R$ 382,05 60,89
Bradesco/CDC Pacote de Viagens 30% de entrada R$ 267,63 61,3
Caixa/Crédito para Turismo Sem entrada R$ 403,69 95,87

Viagem internacional de 4.500 reais em 12 parcelas

table.tableizer-table {border: 1px solid #CCC; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;} .tableizer-table td {padding: 4px; margin: 3px; border: 1px solid #ccc;}
.tableizer-table th {background-color: #104E8B; color: #FFF; font-weight: bold;}

Instituição e linha Condição Parcela Custo Efetivo Total (% a.a.)
Itaú/Crédito para Viajar Sem entrada R$ 478,32 59,33
Bradesco/CDC Pacote de Viagens 30% de entrada R$ 440,49 66,43
Caixa/Crédito para Turismo Sem entrada R$ 524,28 91,73

Fonte: PROTESTE


Linha especial para a escola

Segundo Oliveira, alguns bancos lançam linhas especiais em janeiro para pagamento de material escolar, que, em geral, têm juros mais baixos que o do crédito pessoal. “Essas linhas têm juros entre 3,5% e 4%, enquanto as taxas do crédito pessoal giram próximo dos 5%”, diz.

Cartão de crédito é a opção mais cara

Entre as seis linhas de crédito para pessoa física pesquisadas pela Anefac, o cartão de crédito tem a taxa de juros mais alta, com cobrança de 10,69% ao mês. Confira os resultados da pesquisa de novembro:

table.tableizer-table {border: 1px solid #CCC; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;} .tableizer-table td {padding: 4px; margin: 3px; border: 1px solid #ccc;}
.tableizer-table th {background-color: #104E8B; color: #FFF; font-weight: bold;}

Linha de crédito Taxa ao mês Taxa ao ano
Juros do comércio 5,46% 89,26%
Cartão de crédito 10,69% 238,30%
Cheque especial 8,41% 163,53%
Crédito direto ao consumidor (CDC) bancos 2,20% 29,84%
Emprestimo pessoal de bancos 4,39% 67,46%
Empréstimo pessoal de financeiras 8,88% 177,57%
Acompanhe tudo sobre:13-salárioaplicacoes-financeirasCarrosfinanciamentos-pessoaisImpostosIPTUIPVALeãoorcamento-pessoal

Mais de Minhas Finanças

O que fazer se você não recebeu 13º salário? Veja como agir e seus direitos

PIS/Pasep 2024 pode ser sacado até 27 de dezembro; veja quem tem direito

PIS/Pasep vai mudar; entenda a alteração aprovada no Congresso

O que fazer com a 2ª parcela do 13° salário? Benefício é pago até hoje