Veja como fugir do golpe (Hero Images/Getty Images)
Denyse Godoy
Publicado em 31 de agosto de 2020 às 20h53.
Última atualização em 31 de agosto de 2020 às 21h53.
A engenheira de alimentos Camila Morgana Dalberti da Rosa, de Concórdia, interior de Santa Catarina, teve uma surpresa ruim quando abriu a caixa do que deveria ser um celular novinho comprado pela internet. Em vez do aparelho, pelo qual havia pago 2.000 reais parcelados no cartão de crédito, recebeu um sachê de molho de tomate. O caso foi relatado no site da Rádio Catarinense.
Rosa ficou especialmente decepcionada porque, acostumada a fazer compras em lojas virtuais, tinha seguido todas as recomendações de segurança. "Procurei pela loja, vi as referências, a reputação do vendedor, os comentários de clientes, o histórico de vendas, mandei pergunta e recebi resposta, enfim, estava tudo certo e então efetuei a compra”, disse à Rádio Catarinense.
Esse tipo de golpe tem se multiplicado no país. Neste mês, já foram relatados em sites de notícias casos como o de um consumidor do Rio de Janeiro que comprou um celular e recebeu, no lugar, uma mandioca, e o de um potiguar que adquiriu um iPhone XR e levou uma pedra.
A história da catarinense Rosa teve um final feliz porque o Mercado Livre, site onde foi feita a compra, cancelou a transação e estornou a primeira parcela que havia sido cobrada do cartão de crédito da consumidora.
Se a compra foi realizada em um site idôneo, geralmente o consumidor é reembolsado caso não receba o produto, mesmo que o portal seja apenas um intermediário entre uma loja e o cliente – o chamado marketplace, um tipo de shopping center de pequenos, médios e grandes comerciantes. É o modelo do Mercado Livre, que diz em seu site garantir a entrega dos produtos comprados e devolver o dinheiro do cliente se houver algum problema (exceto para produtos como alimentos, bebidas e roupa íntima).
Nas compras feitas diretamente de lojas conhecidas, o desvio pode acontecer no transporte da loja até o cliente, por exemplo. Mesmo assim, após investigação, as varejistas costumam reparar o dano ao consumidor.
Mas, quando o golpe se dá em uma loja virtual falsa, a perda é certa. Para evitar cair nessa cilada, a consultoria de informações financeiras e de crédito Serasa Experian recomenda:
1. Pesquise a idoneidade da loja, conferindo os dados comerciais da empresa como CNPJ e endereço
2. Identifique as informações de contato: telefone, endereço e e-mail
3. Fique de olho na certificação digital: as lojas mais confiáveis buscam obter selos de segurança e certificações digitais que protegem os dados fornecidos pelos clientes. Essa informação deve constar na página inicial do site. Além disso, o endereço de um site de comércio eletrônico seguro começa com “https” e não “http”
4. Atente à qualidade dos textos: erros de português e fotos de má qualidade são bons indícios de sites que não são idôneos
5. Conheça a reputação da empresa: pesquise em redes sociais e sites como o Reclame Aqui e nos órgãos de proteção ao investidor o que outros consumidores falam da loja
6. Peça indicações a parentes e amigos que já têm o hábito de comprar pela internet
7. Leia a política do site para conhecer as medidas de segurança adotadas e seu sistema de trocas e devolução
8. Use wifi, computador ou smartphone seguros na compra
9. Fuja de promoções mirabolantes: se um determinado produto está muito mais barato do que na concorrência, desconfie
10. Guarde os comprovantes das compras: imprima ou salve no computador as telas que indicam que a compra foi realizada, anote os códigos de confirmação e guarde os e-mails com dados da transação, pois podem ser úteis no caso de uma reclamação
Procurado para comentar o caso da consumidora catarinense, o Mercado Livre não respondeu até a publicação desta matéria.