Cenário é favorável para investidor mais conservador
Com a Selic a 14,25% ao ano - maior patamar desde julho de 2006 -, a renda fixa se torna atrativa pela boa rentabilidade a um baixíssimo risco
Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2015 às 10h46.
São Paulo - Com a perda do selo de bom pagador pelo Brasil, cresce o coro entre os especialistas de que o investidor deve ficar mais conservador em suas aplicações financeiras, apostando suas fichas na renda fixa.
"A classificação (por agências de risco) só chancela o que já está acontecendo, gritando ainda mais no ouvido do investidor o que ele deveria fazer nesse momento", afirma Michael Viriato, coordenador do laboratório de finanças do Insper.
"Temos um cenário que é favorável para o investidor ficar mais conservador - ainda não está na hora de fazer apostas", diz.
Num cenário de alta taxa de juros, com a Selic a 14,25% ao ano - maior patamar desde julho de 2006 -, a renda fixa se torna atrativa pela boa rentabilidade a um baixíssimo risco.
Entre as aplicações, especialistas destacam os títulos pós-fixados, atrelados a um indexador, como o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ou a Selic.
"Os indexados ao CDI - LCI, LCA, CDB e LC - são uma ótima opção", diz Mauro Calil, especialista em investimentos do Banco Ourinvest.
Para o pequeno investidor, com quantias menores, ele indica o título público Tesouro Selic, pois acredita que o rebaixamento do País pela agência aumenta a pressão para que o Banco Central volte a elevar os juros em breve.
Viriato também indica os pós-fixados, conforme a necessidade do prazo de resgate.
"O investidor que tem despesas no curto prazo pode aplicar nos ativos referenciados ao CDI", afirma o professor.
"Aos que já estão pensando na aposentadoria, se configura uma oportunidade de comprar títulos referenciados à inflação, que estão com taxas de juros reais muito atrativas", diz.
Na quinta-feira, 10, títulos do Tesouro Direto indexados ao IPCA com vencimento em 2035 eram negociados por 7,57% ao ano mais o IPCA futuro. Em agosto, o IPCA acumulado em 12 meses chegou a 9,53%.
"O importante é sair da poupança, que ficará bem abaixo da inflação neste ano", diz Calil.
Bolsa
Apesar de o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) - considerado o termômetro do mercado acionário brasileiro - ainda estar em patamares considerados baixos, especialistas indicam que não é a hora de arriscar.
"No atual cenário desafiador da economia, em que as empresas estão perdendo resultado, arcando com custos maiores e tendo receitas menores, os preços das ações tendem a cair", afirma Viriato. "O investidor deve cair fora da Bolsa agora, pois a volatilidade vai aumentar muito", diz Calil.
Dólar
Especialistas também desaconselham investimento em dólar, pois traz um alto risco para um ganho pequeno.
"Para quem tem alguma despesa ou algum passivo em câmbio, é importante se proteger em algum instrumento cambial. Para quem não tem, apostar em alta é muito arriscado, pois ele já subiu muito", diz Viriato.
São Paulo - Com a perda do selo de bom pagador pelo Brasil, cresce o coro entre os especialistas de que o investidor deve ficar mais conservador em suas aplicações financeiras, apostando suas fichas na renda fixa.
"A classificação (por agências de risco) só chancela o que já está acontecendo, gritando ainda mais no ouvido do investidor o que ele deveria fazer nesse momento", afirma Michael Viriato, coordenador do laboratório de finanças do Insper.
"Temos um cenário que é favorável para o investidor ficar mais conservador - ainda não está na hora de fazer apostas", diz.
Num cenário de alta taxa de juros, com a Selic a 14,25% ao ano - maior patamar desde julho de 2006 -, a renda fixa se torna atrativa pela boa rentabilidade a um baixíssimo risco.
Entre as aplicações, especialistas destacam os títulos pós-fixados, atrelados a um indexador, como o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ou a Selic.
"Os indexados ao CDI - LCI, LCA, CDB e LC - são uma ótima opção", diz Mauro Calil, especialista em investimentos do Banco Ourinvest.
Para o pequeno investidor, com quantias menores, ele indica o título público Tesouro Selic, pois acredita que o rebaixamento do País pela agência aumenta a pressão para que o Banco Central volte a elevar os juros em breve.
Viriato também indica os pós-fixados, conforme a necessidade do prazo de resgate.
"O investidor que tem despesas no curto prazo pode aplicar nos ativos referenciados ao CDI", afirma o professor.
"Aos que já estão pensando na aposentadoria, se configura uma oportunidade de comprar títulos referenciados à inflação, que estão com taxas de juros reais muito atrativas", diz.
Na quinta-feira, 10, títulos do Tesouro Direto indexados ao IPCA com vencimento em 2035 eram negociados por 7,57% ao ano mais o IPCA futuro. Em agosto, o IPCA acumulado em 12 meses chegou a 9,53%.
"O importante é sair da poupança, que ficará bem abaixo da inflação neste ano", diz Calil.
Bolsa
Apesar de o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) - considerado o termômetro do mercado acionário brasileiro - ainda estar em patamares considerados baixos, especialistas indicam que não é a hora de arriscar.
"No atual cenário desafiador da economia, em que as empresas estão perdendo resultado, arcando com custos maiores e tendo receitas menores, os preços das ações tendem a cair", afirma Viriato. "O investidor deve cair fora da Bolsa agora, pois a volatilidade vai aumentar muito", diz Calil.
Dólar
Especialistas também desaconselham investimento em dólar, pois traz um alto risco para um ganho pequeno.
"Para quem tem alguma despesa ou algum passivo em câmbio, é importante se proteger em algum instrumento cambial. Para quem não tem, apostar em alta é muito arriscado, pois ele já subiu muito", diz Viriato.