“CDB isento de IR” finalmente ficou acessível
A LCI, que antes só era vendida nos bancos a clientes que estivessem dispostos a aplicar ao menos 50.000 reais, agora está acessível a quem quer investir qualquer quantia
Da Redação
Publicado em 16 de março de 2012 às 18h35.
São Paulo – Quem gosta de investir em renda fixa ganhou uma boa noticio no início deste ano. A LCI, uma espécie de “CDB imobiliário” cuja rentabilidade líquida é praticamente imbatível entre investimentos de risco muito baixo, começou a ser oferecida nos bancos a pequenos investidores. A iniciativa mais ousada foi do banco Sofisa, que começou hoje a oferecer a aplicação sem nenhuma exigência mínima de capital no site Sofisa Direto.
Há duas semanas, o Santander já havia tomado a decisão de lançar o produto para os clientes de renda média, mas com aplicação inicial de 30.000 reais. Antes disso, as LCI estavam acessíveis para clientes da Caixa Econômica Federal para aplicações mínimas de 50.000 reais e na Brazilian Mortgages, com investimentos iniciais de ao menos 10.000 reais. De forma geral, entretanto, só havia nos grandes bancos um esforço de vendas para clientes de “private banking”, que tem ao menos 1 milhão de reais em aplicações financeiras.
A aplicação do Sofisa é interessante tanto em termos de aplicação inicial quanto de rentabilidade. A LCI é um título lastreado em operações de crédito imobiliário que conta com isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas. Isso quer dizer que o ganho do investidor com a aplicação não é tributado. As LCI do Sofisa remuneram o investidor de acordo com o prazo da aplicação, conforme a tabela abaixo:
Prazo da aplicação em LCI | Rentabilidade | A quanto isso equivale considerando um CDB sobre o qual incide o IR |
---|---|---|
3 meses | 91% do CDI | 117% do CDI |
6 meses | 93% do CDI | 116% do CDI |
9 meses | 93% do CDI | 116% do CDI |
12 meses | 94% do CDI | 114% do CDI |
É importante notar que é a isenção de IR que torna o produto atrativo. O próprio Sofisa permite aplicações em CDB que pagam no mínimo 100% do CDI (a taxa de juro usada de referência para empréstimos entre bancos, hoje em 10,33% ao ano). Se não fosse a isenção de IR, portanto, um papel que paga de 91% a 94% do CDI não seria atrativo. Mas sem a mordida do Leão, que come entre 15% e 22,5% do ganhos em aplicações de renda fixa, a rentabilidade oferecida equivale a um CDB que paga 114% a 117% do CDI. Esse retorno dificilmente será obtido uma por pessoa física com CDB, caderneta de poupança, fundos DI, fundos de renda fixa ou Tesouro Direto.
A LCI do Sofisa, no entanto, tem três desvantagens em relação a outas aplicações de renda fixa. A primeira é que não há liquidez diária. O investidor que aplica no produto terá de deixar o dinheiro parado por no mínimo três meses. É necessário se planejar direito, portanto, porque o investidor que for surpreendido por algum imprevisto, tiver de arcar com alguma conta e não tiver dinheiro em conta vai pagar juros bem maiores se tomar um empréstimo.
O segundo ponto a ser considerado é que com a LCI o investidor corre o risco de crédito do banco. Como qualquer banco médio, o Sofisa oferece ao investido um risco bem maior que um título público ou um CDB de uma grande instituição financeira. Os bancos médios geralmente são bem alavancados, não possuem depósitos e precisam captar no mercado o dinheiro utilizado nas operações de crédito. Sempre que o ambiente econômico é ruim, o crédito costuma secar. É por isso que os bancos Santos, Morada e PanAmericano estão entre os que enfrentaram problemas de liquidez nos últimos sete anos.
Caso um banco realmente quebre como aconteceu com o Santos, o investidor só tem seu capital garantido até o limite de 70.000 reais. Acima desse valor, o investidor se tornará um credor da massa falida do banco de terá de esperar para receber apenas uma parte do capital que investiu na instituição. É por isso que especialistas em finanças recomendam aos investidores aplicar menos de 70.000 reais em papéis de bancos médios. Quem tem mais dinheiro fica mais seguro se colocar o dinheiro em LCI da Caixa ou do Santander – ainda que a rentabilidade seja um pouco inferior.
A terceira desvantagem é que a aplicação estará disponível para o investidor. Bazili Swioklo, diretor do Sofisa Direto, explica que a LCI só pode ser emitida por bancos que oferecem empréstimos imobiliários ou possuem imóveis como garantia de outros créditos. O banco Sofisa, portanto, tem um limite não muito alto de recursos que podem ser captados com LCI.
Inicialmente estarão disponíveis aos investidores 100 milhões de reais em LCI. Quando esse estoque acabar, ele não sabe dizer se e quando haverá novas emissões. “A LCI é mais rentável que o CDB pós-fixado que oferecemos no site. Um produto não canibaliza o outro, no entanto, porque nem sempre os investidores terão as duas opções.”
Para o banco, o uso de LCI como instrumento de captação de recursos também é bastante interessante. Ao invés de pagar até 110% do CDI ao aplicador, o custo de levantar o dinheiro será de no máximo 94% do CDI. “É um dinheiro que vem com um custo interessante para o banco e que, devido à isenção de IR, também é vantajoso para o investidor”, diz Swioklo.
São Paulo – Quem gosta de investir em renda fixa ganhou uma boa noticio no início deste ano. A LCI, uma espécie de “CDB imobiliário” cuja rentabilidade líquida é praticamente imbatível entre investimentos de risco muito baixo, começou a ser oferecida nos bancos a pequenos investidores. A iniciativa mais ousada foi do banco Sofisa, que começou hoje a oferecer a aplicação sem nenhuma exigência mínima de capital no site Sofisa Direto.
Há duas semanas, o Santander já havia tomado a decisão de lançar o produto para os clientes de renda média, mas com aplicação inicial de 30.000 reais. Antes disso, as LCI estavam acessíveis para clientes da Caixa Econômica Federal para aplicações mínimas de 50.000 reais e na Brazilian Mortgages, com investimentos iniciais de ao menos 10.000 reais. De forma geral, entretanto, só havia nos grandes bancos um esforço de vendas para clientes de “private banking”, que tem ao menos 1 milhão de reais em aplicações financeiras.
A aplicação do Sofisa é interessante tanto em termos de aplicação inicial quanto de rentabilidade. A LCI é um título lastreado em operações de crédito imobiliário que conta com isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas. Isso quer dizer que o ganho do investidor com a aplicação não é tributado. As LCI do Sofisa remuneram o investidor de acordo com o prazo da aplicação, conforme a tabela abaixo:
Prazo da aplicação em LCI | Rentabilidade | A quanto isso equivale considerando um CDB sobre o qual incide o IR |
---|---|---|
3 meses | 91% do CDI | 117% do CDI |
6 meses | 93% do CDI | 116% do CDI |
9 meses | 93% do CDI | 116% do CDI |
12 meses | 94% do CDI | 114% do CDI |
É importante notar que é a isenção de IR que torna o produto atrativo. O próprio Sofisa permite aplicações em CDB que pagam no mínimo 100% do CDI (a taxa de juro usada de referência para empréstimos entre bancos, hoje em 10,33% ao ano). Se não fosse a isenção de IR, portanto, um papel que paga de 91% a 94% do CDI não seria atrativo. Mas sem a mordida do Leão, que come entre 15% e 22,5% do ganhos em aplicações de renda fixa, a rentabilidade oferecida equivale a um CDB que paga 114% a 117% do CDI. Esse retorno dificilmente será obtido uma por pessoa física com CDB, caderneta de poupança, fundos DI, fundos de renda fixa ou Tesouro Direto.
A LCI do Sofisa, no entanto, tem três desvantagens em relação a outas aplicações de renda fixa. A primeira é que não há liquidez diária. O investidor que aplica no produto terá de deixar o dinheiro parado por no mínimo três meses. É necessário se planejar direito, portanto, porque o investidor que for surpreendido por algum imprevisto, tiver de arcar com alguma conta e não tiver dinheiro em conta vai pagar juros bem maiores se tomar um empréstimo.
O segundo ponto a ser considerado é que com a LCI o investidor corre o risco de crédito do banco. Como qualquer banco médio, o Sofisa oferece ao investido um risco bem maior que um título público ou um CDB de uma grande instituição financeira. Os bancos médios geralmente são bem alavancados, não possuem depósitos e precisam captar no mercado o dinheiro utilizado nas operações de crédito. Sempre que o ambiente econômico é ruim, o crédito costuma secar. É por isso que os bancos Santos, Morada e PanAmericano estão entre os que enfrentaram problemas de liquidez nos últimos sete anos.
Caso um banco realmente quebre como aconteceu com o Santos, o investidor só tem seu capital garantido até o limite de 70.000 reais. Acima desse valor, o investidor se tornará um credor da massa falida do banco de terá de esperar para receber apenas uma parte do capital que investiu na instituição. É por isso que especialistas em finanças recomendam aos investidores aplicar menos de 70.000 reais em papéis de bancos médios. Quem tem mais dinheiro fica mais seguro se colocar o dinheiro em LCI da Caixa ou do Santander – ainda que a rentabilidade seja um pouco inferior.
A terceira desvantagem é que a aplicação estará disponível para o investidor. Bazili Swioklo, diretor do Sofisa Direto, explica que a LCI só pode ser emitida por bancos que oferecem empréstimos imobiliários ou possuem imóveis como garantia de outros créditos. O banco Sofisa, portanto, tem um limite não muito alto de recursos que podem ser captados com LCI.
Inicialmente estarão disponíveis aos investidores 100 milhões de reais em LCI. Quando esse estoque acabar, ele não sabe dizer se e quando haverá novas emissões. “A LCI é mais rentável que o CDB pós-fixado que oferecemos no site. Um produto não canibaliza o outro, no entanto, porque nem sempre os investidores terão as duas opções.”
Para o banco, o uso de LCI como instrumento de captação de recursos também é bastante interessante. Ao invés de pagar até 110% do CDI ao aplicador, o custo de levantar o dinheiro será de no máximo 94% do CDI. “É um dinheiro que vem com um custo interessante para o banco e que, devido à isenção de IR, também é vantajoso para o investidor”, diz Swioklo.