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13º salário: veja 5 dicas para aproveitar bem o dinheiro

Segunda parcela será paga até o dia 20 de dezembro; especialistas alertam para empolgação com o dinheiro não causar mais dor de cabeça

13º salário: especialistas dão dicas de como aproveitar o dinheiro (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

13º salário: especialistas dão dicas de como aproveitar o dinheiro (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 30 de novembro de 2023 às 11h22.

Última atualização em 7 de dezembro de 2023 às 12h03.

O momento que os trabalhadores sob o regime CLT mais esperam finalmente chegou. Nesta quinta-feira, 30, foi paga a primeira parcela do 13º salário. Já a segunda parcela será paga até o dia 20 de dezembro. Dinheiro “a mais” é sempre motivo para comemoração. Contudo, é preciso muito cuidado para que o entusiasmo não influencie os gastos e o que era para ser um fôlego no bolso, se torne uma dor de cabeça.

“A primeira parcela do 13º salário pode ser uma oportunidade para organizar as finanças, fazer investimentos ou realizar projetos pessoais. A melhor forma de utilizar esse recurso vai depender da realidade e momento financeiro de cada um. O trabalhador pode pagar dívidas, antecipar parcelas de financiamentos, criar ou reforçar sua reserva de emergência, fazer investimentos de médio/longo prazo ou então realizar algum projeto pessoal como uma viagem de final de ano”, comenta João Bertelli, planejador financeiro CFP e sócio da A7 Capital.

A EXAME Invest consultou especialistas e separou 5 dias para auxiliar os trabalhadores assalariados a aproveitarem bem os valores. Como destaca Renato Costa, analista de educação financeira do Sicoob, o valor é muito esperado, principalmente nesse período festivo que é o final do ano. Mas a empolgação deve ficar de lado e a razão deve prevalecer neste momento!

Dicas de como usar o 13º salário

1 - Tem dívidas em atraso? Pague-as!

Ser honesto consigo mesmo, quando se trata de dinheiro, não é uma tarefa fácil. Afinal, ter dívidas em atraso geram ansiedade, medo e outros sentimentos conflituosos. Mas é necessário enfrentá-los para acabar de vez com o problema. Segundo Costa, listar as dívidas e organizar por ordem de vencimento é o primeiro passo. Isso pode ser feito por meio de planilha ou no papel e caneta. O importante é não deixar nenhuma para trás.

Ao conseguir visualizar de maneira ampla, o “bicho papão” pode até parecer menor do que realmente é. Após esse passo, a dica, que parece clichê, é: pague-as! “Dívidas do cartão de crédito e cheque especial devem ser priorizadas no momento da quitação, já que costumam ter os juros mais altos que os outros empréstimos”, orienta Bertelli.

Marcos Milan, professor da FIA Business School, também acrescenta que com o dinheiro em mãos, a negociação pode se tornar mais fácil. Isso porque há descontos para pagamentos à vista. “Também não podemos esquecer que os gerentes de conta tem metas para bater até o fim do ano. Soma-se a isso o recente viés de queda na taxa básica de juros e pronto! Temos a melhor receita possível para que você chame seus credores à mesa para discutir reduções, abatimentos e renegociações favoráveis ao seu bolso”, pontua.

2 - Crie uma reserva de emergência

Se a inadimplência não for o seu caso, é importante manter algum valor guardado para emergências. “Não fique afobado em pagar todas as suas dívidas que ainda não venceram e ficar sem nenhum recurso em conta. É importante quitar dívidas, mas se as contas estão em dia é necessário manter um valor de emergência. Crie sua reserva mesmo que seja separando um pouquinho por mês para este fim. E lembre-se que a reserva de emergência pode estar em um investimento de liquidez imediata, rendendo um pouquinho para você mensalmente”, salienta Costa.

3 - Não se endivide com gastos de final de ano

Outro clássico dessa época do ano são os finais de semana de agenda cheia, com happy hour, amigo secreto, confraternizações entre amigos. Presentes para amigos e familiares, saída com colegas de trabalho e mimos para si mesmo custam caro. Por isso, Milan indica que usar o 13º salário para esse tipo de gasto vai ajudar a não se enrolar com cartão de crédito no início do ano seguinte.

Além disso, as viagens de final de ano devem entrar na planilha de gastos, pois demandam um valor elevado, seja com passagens, passeios ou experiências. “Por ser alta temporada, as viagens de final de ano sempre contam com preços especiais para quem não se preparou ao longo do ano. Usar o 13º para pagar parte desses gastos também ajuda a não se enrolar com o cartão ou com o cheque especial”, afirma.

4 - Separe uma parte para os gastos de começo de ano

O fim de ano passou e chega um novo ciclo - e novos gastos. Os primeiros meses são marcados por contas anuais como Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), renovação de apólices de seguros, ajustes de aluguéis e condomínios, além de custos maiores para quem tem filhos, como material escolar, uniforme, matrículas de faculdade.

“Essas despesas podem ser parceladas, mas normalmente existe o desconto para o pagamento à vista. Quem gosta de economizar deve considerar seriamente o uso do 13º salário para arcar com esses gastos. Como recompensa, o valor daquelas parcelas que você não precisará pagar podem e devem se tornar investimentos”, destaca Milan.

5 - Invista o 13º salário

Se as dívidas estiverem sob controle, o dinheiro para os gastos de fim e começo de ano estiver separado e o trabalhador possuir uma reserva de emergência, investir é uma boa ideia. “Ao investir a primeira parcela do 13º, o trabalhador fará seu dinheiro crescer a médio e longo prazo, permitindo que ele se proteja da inflação, aproveite o poder dos juros compostos e tenha mais capacidade de realizar objetivos financeiros no futuro. O investidor deve buscar investimentos compatíveis com seu perfil de risco e objetivos financeiros”, salienta Bertelli.

Segundo o especialista, a decisão de onde investir depende do perfil de risco do investidor, dos seus objetivos financeiros e do prazo em que pretende manter esse recurso investido. Na renda fixa, por exemplo, o investidor terá retornos mais seguros e previsíveis e pode se aproveitar do momento atual em que os juros básicos da economia brasileira ainda estão altos, com a Selic em 12,25% ao ano. Já na renda variável, os ativos podem oferecer um potencial maior de retorno, só que com a contrapartida de maiores riscos e mais volatilidade.

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