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Brasileiros gastam US$ 2,7 bilhões com imóveis em Miami

Brasil ocupa o terceiro lugar na lista de países que mais buscam imóveis nos Estados Unidos, atrás do Canadá e da Venezuela


	De abril de 2014 até março deste ano, as cidades mais procuradas pelos brasileiros no país foram Miami e Orlando, na Flórida
 (Divulgação)

De abril de 2014 até março deste ano, as cidades mais procuradas pelos brasileiros no país foram Miami e Orlando, na Flórida (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2015 às 15h27.

São Paulo - No ano passado, os investidores brasileiros representaram 6% das vendas de imóveis realizadas na Flórida para estrangeiros não residentes, segundo dados de um relatório do segmento imobiliário daquele Estado americano.

Com isso, o Brasil ocupa o terceiro lugar na lista de países que mais buscam imóveis nos Estados Unidos, atrás do Canadá e da Venezuela.

Foram 6,7 mil imóveis vendidos para brasileiros, que somaram uma cifra de US$ 2,7 bilhões em 2014.

O preço médio dos empreendimentos era de US$ 409,6 mil, superior aos demais compradores estrangeiros, que gastaram em média US$ 300,6 mil.

A forte procura por investimentos fora do país acompanha o sentimento de frustração com o cenário político e econômico local, afirma Daniel Rosenthal, diretor e idealizador da Investir USA Expo, evento que reúne incorporadoras, imobiliárias americanas, serviços jurídicos e investidores no Brasil.

“O alto grau de insatisfação acaba se misturando com a vontade de ter outro lugar para morar”, afirma.

A última edição do USA Expo, que aconteceu em março de 2015, em São Paulo, bateu recorde de negociação, com um volume de US$ 32 milhões em acordos.

Tipo de investimento

De acordo com o levantamento, metade dos compradores tinham a intenção de alugar o imóvel ou passar férias. Do total investido, 8% dos brasileiros apostaram em fins comerciais e outros 44% escolheram condomínios ou apartamentos.

Sem ‘jeitinho brasileiro’

O trabalho de Rosenthal no Investir USA Expo passa pela detalhamento e acompanhamento de todos estágios necessários para que um brasileiro possa comprar seu imóvel nos EUA.

No entanto, segundo ele, o estilo americano nos negócios acaba por chocar-se com o famoso ‘jeitinho brasileiro’, criando situações embaraçosas.

Um deles é o de pechinchar, tentando um desconto no valor do imóvel, o que não é muito usual no mercado americano. Alguns chegam a propor fazer o negócio “por fora”, sem corretor, para não pagar a comissão.

“É comum que muitos brasileiros insistam em tirar o corretor da compra, para tentar ‘baratear’ o negócio, o que não ocorre nos EUA”, exemplifica.

Ele afirma ainda que os compradores também tentam fugir dos impostos e têm dificuldades para cumprir os prazos americanos para documentos e pagamentos, mais rígidos e condicionados por multas.

Diversificação e rendimentos

Rosenthal detalha que a compra de um imóvel nos EUA era vista como chance de diversificação para muitos investidores, mas que agora há também oportunidades, uma vez o valor dos imóveis no exterior está em muitos casos mais baixo e com qualidade superior na comparação com o Brasil.

“Lá (nos EUA), uma casa em condomínio fechado, com duas vagas, já vem até com eletrodomésticos, móveis e ar-condicionado”, diz.

Ele afirma ainda que as perspectivas do mercado americano, agora em fase de recuperação, garantem rendimentos mais atraentes aos investidores.

Uma locação residencial em Atlanta, por exemplo, renderia cerca de 7,5%, reais ao ano segundo o diretor, ante 3,8% de um aluguel residencial no Rio de Janeiro.

Veja a comparação do rendimento dos imóveis americanos com outras aplicações:

Tipo de Investimento Rendimento Anual Real
Aluguel residencial em Atlanta (EUA) 7,5%
Aluguel residencial no Rio de Janeiro 3,8%
Fundo de Investimento em Fundos de Renda Fixa (FIF-RF) 0,5%
Letra Financeira do Tesouro (LFT) 1%
CBD com 95% do CDI 1,4%
Poupança 0,2%

Pagamento à vista

De abril de 2014 até março deste ano, as cidades mais procuradas pelos brasileiros no país foram Miami e Orlando, na Flórida, e Los Angeles, na Califórnia. O setor calcula ainda que 69% dos brasileiros pagaram em dinheiro e 20% financiaram o imóvel, uma situação bem diferente da dos americanos, que em geral financiam as propriedades por muitos anos.

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