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BC tem fila de intervenções

Banco Central precisa encerrar dezenas de intervenções e liquidações extrajudiciais. Os maiores casos são os do Bamerindus, Econômico e Nacional

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

A intervenção no Banco Santos é a primeira feita pelo Banco Central desde 1998, quando o Martinelli e o Pontual passaram a ser controlados pelo BC. O Martinelli fechou as portas em 2002. O caso do Pontual, porém, ainda não foi resolvido. É essa a situação de outras 80 instituições financeiras que estão sob a tutela do BC. Os maiores casos são os do Bamerindus, Econômico e Nacional, que estão há mais de sete anos em liquidação extrajudicial. Juntos, os três devem mais de 30 bilhões de reais a clientes, credores e ao governo, que emprestou dinheiro a essas instituições com juros subsidiados por meio do Proer, o programa de recuperação de bancos criado em 1995. A soma é alta, mas não há qualquer previsão para o término dessas liquidações. "É impossível prever", diz Natalício Pegorini, responsável pela liquidação do Econômico.

Há alguns meses, surgiu o boato de que o Econômico, que fechou as portas em 1995, teria dinheiro suficiente para pagar tudo o que deve a correntistas, credores e ao governo. O banco tem 11 bilhões de reais em ativos, segundo Pegorini. "O problema é que não sabemos o valor exato das dívidas", diz ele. Em tese, o Econômico deve cerca de 11 bilhões de reais. Existem, no entanto, processos de ex-clientes correndo na Justiça que podem aumentar ou diminuir a cifra, e o próprio BC pode contestar a correção de sua dívida com o banco. Isso porque os empréstimos feitos pelo BC via Proer ao Econômico foram corrigidos somente pela TR nos últimos nove anos. "Há quem ache pouco", diz Pegorini. Tudo isso atrasa a conclusão do processo e o ex-dono do banco, Ângelo Calmon de Sá, que hoje é fazendeiro, chegou a acusar o governo de adiar o término da liquidação de propósito. Pegorini contesta. "Como podemos encerrar a liquidação sem ter certeza de nada?"

A quebra do Econômico, que ocorreu em agosto de 1995, foi a primeira grande crise financeira do Real. Três meses depois, foi a vez do Nacional. Antes de fecharem as portas, as duas instituições estavam entre os dez primeiros do ranking de bancos brasileiros por total de ativos (veja quadro abaixo). Nessa época, o governo decidiu criar o Proer, programa de financiamento que destinou pelo menos 20 bilhões de reais para recuperar bancos insolventes. O objetivo era sanear pelo menos parte das instituições, vendê-las a outros grupos e evitar pânico no mercado financeiro. O Econômico, por exemplo, foi comprado pelo Excel (que anos depois foi comprado pelo espanhol BBVA, hoje do Bradesco). O Nacional foi incorporado pelo Unibanco. Apesar das fusões, a quebradeira continuou e, em 1997, o BC interveio no Bamerindus, então o sexto maior banco brasileiro. Os recursos do Proer entraram em cena mais uma vez e o banco e foi comprado pelo HSBC.

Na prática, os bancos que passam a ser controlados pelo BC param de funcionar e são administrados por um interventor indicado pelo governo. A diferença entre uma intervenção e uma liquidação é que, na primeira, o banco pode voltar a operar. É isso que acontece com o Banco Santos. A liquidação tem o objetivo de levantar recursos para pagar clientes e credores. Bamerindus, Econômico e Nacional, que estão hoje sendo liquidados, também passaram por um processo de intervenção.


Antes da quebradeira
Antes da quebra do Bamerindus, do Econômico e do Nacional, esta era a situação do sistema financeiro brasileiro, segundo o Banco Central.

Posição

Banco
1 Banco do Brasil
2 Caixa Econômica Federal
3 Banespa (comprado pelo Santander)
4 Bradesco
5 Ita
6 Bamerindus (em liquidação)
7 Unibanco
8 Nacional (em liquidação)
9 BCN (comprado pelo Bradesco)
10 Econômico (em liquidação)

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