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BC quer adaptar caixas eletrônicos para bancos digitais oferecerem saques

Banco Central também avalia possibilidade que permitiria clientes de um banco fazerem saques em bancos rivais

Caixa eletrônico: com intenção do BC de alterar o sistema das máquinas, bancos digitais poderão oferecer serviço de saques (Suriyapong Koktong/Getty Images)

Caixa eletrônico: com intenção do BC de alterar o sistema das máquinas, bancos digitais poderão oferecer serviço de saques (Suriyapong Koktong/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 16 de dezembro de 2019 às 15h56.

Última atualização em 16 de dezembro de 2019 às 16h16.

O Banco Central quer regular a modalidade de arranjo de pagamento de saque e aporte em caixas eletrônicos para que bancos digitais e competidores de menor porte possam oferecer esse serviço a um custo menor, o que culminaria em maior competição no sistema financeiro.

Em proposta de circular sobre o tema que colocou em consulta pública nesta segunda-feira, o BC estabeleceu que arranjos de saque e de aporte passem a ser submetidos a sua aprovação e regulação, para que recebam "idêntico tratamento regulatório dispensado às outras modalidades de arranjos de pagamento".

Segundo o BC, ficariam assim garantidas "a interoperabilidade, o acesso não discriminatório aos serviços e às infraestruturas necessários ao funcionamento dos arranjos de pagamento e o atendimento às necessidades dos usuários finais".

Hoje, esses serviços são ofertados a partir de contratos comerciais fechados entre as operadoras de caixas eletrônicos e as instituições financeiras e de pagamento, não sendo submetidos ao BC.

Com a mudança, os instituidores de arranjos de saque e de aporte passariam a ter que ingressar com pedido de autorização para instituição do arranjo, ressalvados os casos de dispensa previstos na própria regulação, informou o BC.

"Há evidências de que os bancos digitais, os emissores de moeda eletrônica e mesmo bancos tradicionais de menor porte, por não disporem (ou disporem de forma muito limitada) de canais de atendimento presenciais, têm enfrentado custos elevados para dar acesso a esses serviços para seus clientes", argumentou o BC.

"Com a nova regulação, proposta pelo BC, espera-se corrigir essa distorção, nivelar as condições concorrenciais entre agentes e aumentar a competição no Sistema Financeiro Nacional e no Sistema de Pagamentos Brasileiro", acrescentou.

O Banco Central também estuda permitir que clientes bancários façam saques em caixas eletrônicos de bancos rivais, afirmou nesta segunda-feira o diretor de Organização do Sistema Financeiro do órgão, João Manoel Pinho de Mello.

Uma vez que a consulta se torne norma, o BC também poderia proibir que redes de ATMs, como o Banco 24horas, cobrem taxas diferentes entre as instituições financeiras.

"O objetivo da norma é ampliar a concorrência no serviço de saque e aporte e ampliar o acesso a serviços financeiros", disse Pinho a jornalistas.

A consulta pública ficará aberta até 14 de fevereiro do ano que vem.

A investida vem após o presidente do BC, Roberto Campos Neto, ter pontuado há cerca de um mês que estava de olho nas tarifas cobradas por saques em caixas eletrônicos, e que a atuação da empresa TecBan estaria atrapalhando a competição.

Controlada por Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil, Santander Brasil e Caixa Econômica Federal, a TecBan é dona da rede de caixas Banco24Horas.

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