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Aproveite para comprar dólar agora antes que suba de novo

O Federal Reserve (Fed, banco central americano) deve subir os juros até o fim do ano, provocando a desvalorização das demais moedas do mundo


	Dólar: o dólar em queda dificultará o ajuste das contas externas brasileiras e a melhora da competitividade do setor industrial local
 (Susana Gonzalez/Bloomberg)

Dólar: o dólar em queda dificultará o ajuste das contas externas brasileiras e a melhora da competitividade do setor industrial local (Susana Gonzalez/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2015 às 15h06.

São Paulo - A queda do dólar nas últimas semanas está sendo considerada exagerada pelos analistas, que acreditam que o real pode voltar a se desvalorizar em breve. Depois de atingir R$ 3,30 em meados de março, o dólar comercial, das exportações e importações, está hoje sendo negociado a R$ 2,91.

Já o dólar turismo, que chegou a R$ 3,50, é negociado a R$ 3,12. “Para quem quer comprar dólar, pode ser uma ótima oportunidade”, diz o economista Alexandre Espírito Santo, da Simplific Pavarini.

Essa queda atual não se sustenta nem pelos fundamentos econômicos internos ou externos e nem pelas expectativas do mercado, diz Sidnei Moura Nehme, economista da NGO Corretora de Câmbio.

“No confronto dos fatores em torno da moeda americana no exterior, o que interessa para os americanos protelarem a elevação do juro que impactaria no seu avanço da atividade econômica beneficiando a eurozona, e os fatores ‘made in Brasil’, não há fundamentos que sustentem a apreciação do preço do real que está sendo registrada”, afirma o economia, em relatório enviado aos clientes.

Ele lembra que não interessa ao próprio governo brasileiro que o dólar continue em queda, pois isso dificultará o ajuste das contas externas brasileiras e a melhora da competitividade do setor industrial local, prejudicando também a retomada da economia.

Já o economista de uma gestora de grande banco estrangeiro, em apresentação para clientes, avalia que estamos passando por um período de descompressão do câmbio para perto de 3%, mas que esse processo não deve durar por muito tempo.

Ele lembra que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) deve subir os juros até o fim do ano, provocando a desvalorização das demais moedas do mundo, o que terá impacto na competitividade dos produtos brasileiros no exterior.

Além disso, apesar de o dólar ter saltado de R$ 2,00 para R$ 3,00 em pouco mais de dois anos, a desvalorização da moeda brasileira não foi suficiente para provocar um ganho real para os exportadores, uma vez que os preços internos, especialmente os salários, também subiram e corroeram parte desse ganho.


Potencial significante de alta


Em relatório enviado aos clientes, o Citibank também vê o movimento atual de queda do dólar diante do real como temporário, apesar de acreditar que a moeda americana deve perder sua força diante do euro, do iene e de outras moedas por conta dos sinais de menor aquecimento da economia.

O banco americano diz estar cauteloso com o recente rali da moeda brasileira e vê “significante potencial para o dólar subir daqui para frente”.

Para o banco, o aparente compromisso do governo em fazer o que for necessário para entregar um superávit primário no fim do ano dentro do prometido para manter o grau de investimento do país, uma postura mais agressiva do Banco Central em relação ao combate à inflação e menor intensidade no escândalo da Petrobras ajudam a reduzir o prêmio de risco dos ativos brasileiros.

No entanto, num horizonte de três meses, o banco não acredita que o movimento atual do dólar seja sustentável, apesar de também não ser provável uma volta aos picos deste ano.

O Citibank estima um dólar em R$ 3,15 como preço de equilíbrio. Além de tudo, o banco diz que a perspectiva para o Brasil continua sombrio, com uma previsão de queda no PIB de mais de 1% este ano e pequena recuperação no ano que vem, o que deve levar a uma política mais expansionista e facilitar a desvalorização do real, mesmo que o dólar lá fora continue perdendo força.

Portanto, a tendência é que esse dólar volte a subir no médio prazo.

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