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Após delações, momento é para investimento em renda fixa

Diante de eventos que causam apreensão e incerteza no mercado, a tendência é que os preços fiquem instáveis em um primeiro momento

Renda fixa: caso o investidor liquide suas aplicações nesse primeiro momento, pode amargar a subida dos preços logo na sequência ou então não encontrar opções de aplicações que lhe deem o retorno desejado (BrianAJackson/Thinkstock)

Renda fixa: caso o investidor liquide suas aplicações nesse primeiro momento, pode amargar a subida dos preços logo na sequência ou então não encontrar opções de aplicações que lhe deem o retorno desejado (BrianAJackson/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de maio de 2017 às 17h29.

São Paulo - A crise envolvendo a JBS e Michel Temer causou tensão no mercado.

A B3 (Bolsa de Valores de São Paulo) registrou queda de mais de 8% no Índice Bovespa nesta quinta-feira, 18, o que resultou em prejuízo para os investidores.

Apesar da forte retração, especialistas recomendam cautela, principalmente antes de liquidar um investimento.

"Ainda não há uma tendência para os preços dos ativos", diz a professora de Finanças do Insper Juliana Inhasz, que espera uma definição mais clara na próxima semana.

Diante de eventos que causam apreensão e incerteza no mercado, a tendência é que os preços fiquem instáveis em um primeiro momento e depois sigam determinada direção.

Caso o investidor liquide suas aplicações nesse primeiro momento, pode amargar a subida dos preços logo na sequência ou então não encontrar opções de aplicações que lhe deem o retorno desejado.

Christian Lupinacci, do Portal do Trader, sugere calma por parte do aplicador. "Melhor um prejuízo de 10% do que outro de 30%", afirma.

Professor de Finanças da Fecap, Eduardo Contani diz que a reação dos mercados ontem pode ter sido exagerada. Ele espera que as perdas sejam revertidas nos próximos dias, ainda que os preços não voltem ao patamar anterior.

A recomendação geral é que o investidor que pretende aplicar recursos em algum ativo busque títulos de renda fixa de prazo mais longo ou fundos cuja carteira seja composta por eles.

Alexandre Cabral, professor de finanças da FIA, recomenda o Certificado de Depósito Bancário (CDB), Tesouro Selic (título pós-fixado, cuja rentabilidade segue a variação da taxa de juros básica da economia) e Tesouro IPCA (título que tem a rentabilidade composta por uma taxa predefinida no momento da compra mais a variação da inflação).

"Até R$ 5 mil, o investimento ideal para curto prazo, entre um e dois anos, é o Tesouro Selic. Para o médio prazo, entre cinco e seis anos, é CDB de banco. E para longo prazo, com retirada em 2030, 2040, o ideal é Tesouro IPCA. Quem tem mais de R$ 5 mil, deveria investir em CDB de banco para curto e médio prazo e Tesouro IPCA no longo", afirma o professor.

No entanto, o investimento em títulos pré-fixados deve ser encarada com cautela, já que ainda não existe uma certeza sobre o que vai acontecer com a taxa de juros.

"Temos uma perspectiva com o mercado futuro, mas pode ser que ele não se concretize", destaca Christian Lupinacci.

"Ainda não podemos afirmar se é melhor apostar em investimentos pré-fixado ou pós-fixado", diz.

Pensar no longo prazo também vale para ações e a recomendação é que o investidor busque papéis que oscilem menos.

"Para essas ações, mesmo que o mundo desabe, sua variação é bem menor do que a média. E mesmo quando o mercado sobe, a ação sobe menos que a média. Os investidores que possuem esse tipo de aplicação em sua carteira acabam tendo uma perda menor", explica Contani, da Fecap. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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