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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.
As ações da Petrobras enfrentam uma baixa significativa nesta quarta-feira, após a divulgação da notícia de que o governo deve reduzir o preço do óleo diesel para combater os efeitos da crise sobre o setor de transportes.
Às 12h45, os papéis ordinários da empresa (PETR3) apresentavam queda de 2,41%, cotados a R$ 37,65. As ações preferenciais (PETR4), por sua vez, caíam 2,03%, cotadas a R$ 29,88.
A queda contraria o movimento no preço internacional do petróleo, que às 13h (horário de Brasília) subia mais de 1% na Bolsa Mercantil de Nova York.
Os caminhoneiros reivindicam um corte de 30% no preço do combustível e alegam que de 40% a 50% do valor do frete corresponde ao gasto com óleo diesel. O barateamento poderia ajudar os trabalhadores do setor a sobreviver à crise, num momento em que 80% dos motoristas que compraram caminhão novo ou refinanciaram a dívida que já possuíam encontram-se inadimplentes, segundo entidades do setor.
Peso sobre a Petrobras
De acordo com O Estado de S. Paulo, a discussão sobre o preço do diesel também teria sido tema de uma conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, na noite de segunda-feira.
Gabrielli afirmou aos jornalistas, nesta quarta-feira, que não sabe nada sobre a pressão dos caminhoneiros para mudanças no preço do combustível e que a Petrobras não lida com essa demanda diretamente porque vende o produto às distribuidoras, e não aos caminhoneiros.
Ainda assim, uma das possíveis medidas para baratear o diesel é reduzir o lucro da Petrobras na operação de venda do combustível. Hoje, 60% do preço do produto correspondem ao lucro e ao custo de produção.
Outra forma seria reduzir o Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) incidente sobre o diesel. No ano passado, o governo reduziu o tributo incidente sobre a gasolina, mas não mudou a cobrança sobre o diesel.