22 corretoras recomendam ações para abril

São Paulo - Revertendo a sequência de quedas dos últimos meses, o Ibovespa , principal índice de referência da bolsa brasileira, fechou março com alta de 7,04%. Mesmo com a recuperação, no acumulado de 2014 o índice ainda registra variação negativa, com queda de 2,12%.

As carteiras recomendadas de ações também fecharam o mês com resultados positivos, de forma geral. Mas, dentre as 22 carteiras recebidas por EXAME.com até o fechamento desta reportagem, apenas três tiveram desempenho superior ao Ibovespa: a da Walpires (+10,75%), da Geral (+8,75%) e a da Geração Futuro (+8,60%).

Segundo as corretoras , a alta da Bovespa foi puxada sobretudo pela melhoria no cenário internacional, com destaque para os Estados Unidos , e pela boa reação do mercado diante da queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff , que se refletiu na alta das ações de empresas estatais.

As ações mais sugeridas para abril foram: Vale ( VALE5 ), sugerida por 12 corretoras; Pão de Açúcar ( PCAR4 ), recomendada em dez portfólios; BB Seguridade ( BBSE3 ) e Itaú Unibanco ( ITUB4 ), ambas sugeridas por nove corretoras; BRF ( BRFS3 ), presente em oito carteiras; e Ambev ( ABEV3 ), recomendadas por sete corretoras.

Por meio dos relatórios mensais, analistas destacaram que em abril deve ser mantida a postura de cautela. Os mercados devem ficar atentos aos dados de crescimento do primeiro trimestreda China, que serão divulgados no dia 15 de abril, e àreunião do Fed em 30 de abril, que não deve trazer grandes surpresas, mas deve confirmar a manutenção da redução dos estímulos.

Internamente, serão monitoradas a reunião do Copom , que pode definir uma nova elevação da taxa básica de juros, a Selic , além dos balanços de resultados das empresas no primeiro trimestre de 2014 (que talvez tenham mais repercussão sobre os resultados de maio).

Veja a seguir as recomendações de cada corretora para o mês de abril:

Alpes/Wintrade
Ativa
BB Investimentos
Bradesco/Ágora
Concórdia
Geração Futuro
Geral
Gradual
Guide Investimentos (ex-Indusval)
Magliano
Omar Camargo
Pax
Planner
Quantitas
Rico/Octo Investimentos
Santander
Souza Barros
Spinelli
Um Investimentos
Votorantim
Walpires
XP Investimentos

Alpes/Wintrade

Desempenho em março: +4,20%. Desempenho em 2014: -4,94%.
Papéis incluídos: Bradespar e Klabin (units). Papéis retirados: Klabin (preferenciais), Petrobras, CCR e Vale.

Destaques do relatório: A Petrobras sai da carteira uma vez que a mudança no cenário eleitoral que animou as ações pode não se concretizar. Além disso, o cenário de seca deve pesar sobre a inflação e impedir um novo repasse nos preços dos combustíveis, enquanto aumenta a necessidade de importação de diesel para as usinas térmicas. Já a CCR foi retirada por ter boa parte de sua dívida atrelada ao CDI, que tem perspectiva de alta, além de receitas atreladas ao PIB, cujo crescimento deve ser revisado para baixo.

A troca das ações preferenciais da Klabin pelas units se deve ao fato de a empresa ter realizado o desdobramento de suas ações recentemente e ter aberto novo período para conversão dos atuais acionistas, de 31 de março a 9 de abril. Isso deve aumentar a liquidez das units e diminuir a das ações preferenciais. Finalmente, a troca de Vale por Bradespar, sua holding controladora, se deve ao forte desconto da holding frente aos ativos por ela controlados.

Ativa

Desempenho em março: +4,12%. Desempenho em 2014: -3,76%.
Não houve alterações na carteira para abril.

Destaques do relatório: os analistas da Ativa dizem permanecer céticos em relação ao cenário global para os próximos meses, sobretudo no que diz respeito a Brasil e China. No entanto, acreditam que algumas teses de investimento permanecem válidas e apresentam sólidos fundamentos e interessantes potenciais de valorização.

BB Investimentos

Desempenho em março: +3,94%. Desempenho em 2014: -8,1%.
Papéis incluídos: Arteris, Banrisul, Cyrela, IMCH, Mills, Petrobras e Rossi. Papéis retirados: Embraer, Minerva, MRV, Porto Seguro, Suzano, Tupy, Ultrapar.

Destaques do relatório: Apesar das diversas trocas realizadas na carteira, não foram feitos comentários sobre as alterações. A corretora apenas afirmou que o cenário para abril é promissor. Segundo os analistas, a reunião do Fed, prevista para o dia 30 de abril, não deve trazer notícias negativas, apenas a continuidade de redução dos estímulos, fato já esperado pelo mercado; e o obstáculo maior pode vir da China, que divulgará em 15 de abril o seu resultado do primeiro trimestre, mas a tempo de a bolsa brasileira se recuperar de uma eventual queda.

Bradesco/Ágora

Desempenho em março: +2,30%. Não foi divulgado o desempenho no acumulado de 2014.

Papéis incluídos: Ultrapar. Papéis retirados: Brasil Pharma.

Destaques do relatório: Segundo os analistas, a Ultrapar entra na carteira por operar em mercados estáveis, o que torna o ativo menos arriscado, e por apresentar um bom potencial diante da recente aquisição da rede de farmácias Extrafarma. A corretora se mantém cautelosa porque, apesar da correção da bolsa em março, a alta foi motivada por fatores externos, eos fundamentos locais continuam desafiadores, com destaque para os resultados das enquetes eleitorais, que têm influenciado o desempenho das estatais.

Concórdia

Desempenho em março: +4,93%. Desempenho em 2014: -5,82%
Papéis incluídos: Lojas Americanas. Papéis retirados: Gerdau.

Destaques do relatório: Segundo os analistas, investidores têm deixado de focar nos fundamentos das empresas para capturar oportunidades momentâneas. Neste cenário, pesquisas que reflitam a perda de popularidade do atual governo podem seguir impulsionando empresas mais expostas à intervenção estatal. Podem pesar para a queda da bolsa fatores como a recuperação do governo em pesquisas, além de dados menos animadores da economia interna e da economia externa (China e EUA). Diante desse quadro, foram recomendadas ações com capacidade de manter sua operação a despeito das instabilidades, e que têm forte potencial de recuperação frente ao elevado desconto de alguns ativos.

(*) Preço médio segundo os analistas consultados pela Bloomberg

Geração Futuro

Desempenho em março: +8,60%. Desempenho em 2014: +1,20%.
Papéis incluídos: Cetip. Papéis retirados: Klabin.

Destaques do relatório: A Cetip foi acrescentada à carteira por ter mais previsibilidade de resultados que a Klabin, mesmo em um cenário volátil e de menor crescimento econômico. A companhia tem uma elevada margem EBITDA (70%), baixa necessidade de capital, base de receitas diversificada e uma barreira de entrada a competidores para seus principais produtos. Cerca de 50% das receitas são recorrentes e não dependem do fluxo de ativos negociados.

Geral Investimentos

Desempenho em março: +8,45%. Desempenho em 2014: -5,16%.
Papéis incluídos: Bradesco e Vale. Papéis retirados: Grendene e Itaú Unibanco.

Destaques do relatório: As ações do Bradesco foram acrescentadas no lugar dos papéis do Itaú porque estes acabam de sofrer forte valorização. Já a Vale entra por estar seguindo uma estratégia de redução de custos, disciplina de alocação de capital e foco em projetos de maiores retornos em minério de ferro. Além disso, a companhia se beneficia do preço elevado do minério de ferro e do câmbio. A empresa também aderiu recentemente ao Refis com provisionamento de valor menor que o esperado pelo mercado.

Gradual

Não foi divulgado o desempenho da carteira, nem em março, nem em 2014.
Papéis incluídos: Valid, Pão de Açúcar e Cesp. Papéis retirados: Oi, BRF e Ambev.

Não foram feitos comentários sobre a carteira.

*Texto atualizado no dia 03/04 com o desempenho da carteira da Geral.

Guide Investimentos

Desempenho em março: +4,62%. Desempenho em 2014: -4,87%.
Papéis incluídos: Itaúsa, CCR e Pão de Açúcar. Papéis retirados: Itaú Unibanco, Duratex, Direcional e Iochpe-Maxion.

Destaques do relatório: A Direcional sai da carteira por conta dos resultados abaixo do esperado e da perspectiva de alta dos juros. A Iochpe-Maxion foi retirada por não ter geração própria de energia e estar exposta ao risco de apagão do setor elétrico. A exposição a Itaúsa representa uma exposição indireta a Duratex e Itaú, e se deve ao fato de a Itaúsa (holding) estar descontada em relação ao Itaú.

Finalmente, a adição de Pão de Açúcar se deve ao fato de a companhia produzir bens de consumo básico, o que a torna uma boa aplicação para momentos de alta volatilidade; já a CCR foi acrescentada em função de seus sólidos fundamentos, boa administração, disciplina de capital e forte geração de caixa no médio e longo prazo.

Magliano

Desempenho em março: +2,58%. Desempenho em 2014: -6,60%.
Papéis incluídos: CCR e Raia Drogasil. Papéis retirados: Ecorodovias, Ultrapar

Destaques do relatório: A Ecorodovias sai da carteira para a entrada da CCR, que, segundo os analistas, está subavaliada e apresenta bom potencial de ganhos. A Raia Drogasil entra no lugar da Ultrapar diante da expectativa de bons resultados e por apresentar melhor custo de oportunidade na visão dos analistas.

Omar Camargo

Desempenho em fevereiro: +4,00%. Desempenho em 2014: -3,50%.
Papéis incluídos: Ambev, Estácio, Ultrapar, Itaúsa. Papéis retirados: Anhanguera, Alupar, BRF e Itaú Unibanco.

Destaques do relatório: A Anhanguera e a BRF deixam a carteira por serem vistas, pelos analistas, como ativos muito arriscados, neste momento. Já a Alupar é retirada para a realização de lucros.

A recuperação do resultado da Ambev, aliada à expectativa de um bom ano para vendas, motiva a entrada de Ambev na carteira. Já a Estácio tem perspectivas de bons resultados neste ano, além da criação de 24 mil vagas e a absorção dos antigos alunos da Gama Filho e da Univercidade. Finalmente, a Ultrapar foi acrescentada por seu perfil defensivo, mas com expectativa de crescimento.

Pax

Desempenho em março: +5,72%. Desempenho em 2014: -0,58%.
Papéis incluídos: Multiplus, Totvs, Estácio, Taesa e Itaúsa. Papéis retirados: Embraer, Suzano, Gerdau, Kroton, Cemig e Bradesco.

Destaques do relatório: Com a queda do dólar, os analistas decidiram reduzir a exposição a empresas exportadoras e focar em empresasdo mercado interno que possuemvantagens competitivas, o que justifica a inclusão das ações da Multiplus e da Totvs. Além disso, foram excluídas da carteira as ações da Kroton, da Cemig e do Bradesco, que tiveram uma forte alta e, segundo os analistas, já são negociadas a valores que precificam a situação atual das empresas. Elas foram substituídas por ações que têm maior potencial de valorização na visão da corretora.

Planner

Desempenho em março: +6,21%. Desempenho em 2014: -0,84%
Papéis incluídos: Alpargatas, Ecorodovias e Magazine Luiza. Papéis retirados: Ambev, Cielo, Grendene, Pão de Açúcar, Telefônica (Vivo).

Destaques do relatório: Para abril, os analistas da Planner acreditam que o noticiário ainda deverá continuar focalizando a solicitação para a instalação de uma CPI na Petrobras, mas os investidores já começam a prestar atenção no desempenho das empresas no primeiro trimestre. Este pode já ser uma referência para o primeiro semestre, que terá menos dias úteis por conta da Copa do Mundo e provavelmente setores com desempenho abaixo da expectativa. Desta forma, dizem os analistas, não há alterações significativas no comportamento do mercado no radar, após a boa correção de março.

Quantitas

Desempenho em março: +3,25%. Desempenho em 2014: -7,18%

Papéis incluídos: Abril Educação. Papéis retirados: Usiminas.

Não foram feitos comentários sobre a carteira.

Rico/Octo Investimentos

Desempenho em março: +5,24%. Desempenho em 2014: -8,09%
Papéis incluídos: BB Seguridade e BM&FBovespa. Papéis retirados: Ultrapar e Cetip.

Destaques do relatório: as ações do BB Seguridade entram na carteira em razão dos bons resultados nos últimos períodos, da alta rentabilidade, da perspectiva de distribuição de bons dividendos, da expectativa de crescimento de um setor ainda com baixa penetração no país e porque a empresa se beneficia do forte canal de distribuição que é o BB.

Já a BM&FBovespa entra na carteira por ser considerada uma empresa negociada a múltiplos descontados se comparada a seus pares globais, em função da ameaça de possível concorrência e do decréscimo de volume negociado nos últimos meses. No entanto, os analistas do Rico acreditam que a maioria das más notícias já foi assimilada pelo mercado, e que a ação pode se valorizar em função da conclusão da integração da compensação, operações de alta frequência, redução dos custos operacionais, entre outros motivos.

Santander

Desempenho em março: +4,32%. Desempenho em 2014: -7,26%

Papéis incluídos: Banco do Brasil, EZTec, Lojas Americanas e Usiminas. Papéis retirados: BB Seguridade, Klabin e Iochpe-Maxion.

Destaques do relatório: A Usiminas entra na carteira diante das expectativas de bons resultados do primeiro trimestre de 2014, que deve ser divulgado no dia 24 de abril. As Lojas Americanas e a EZTec foram incluídas porque, com a expectativa de que o ciclo de aperto monetário esteja chegando ao fim, as ações de varejo e de construção civil podem ser impulsionadas. Conforme a corretora explica, existe uma forte correlação inversa entre a curva de juros e o retorno das ações dos dois setores. O Banco do Brasil foi incluído pela expectativa de distribuição de bons dividendos.

Souza Barros

Papéis incluídos: Cemig. Papéis retirados: Tractebel.

Não foram feitos comentários sobre as alterações na carteira e não foi informado o desempenho da carteira.

Spinelli

Desempenho em março: +6,35%. Desempenho em 2014: -6,34%.
Papéis incluídos: BRF, Klabin e Weg. Papéis retirados: CCR, Cielo e Suzano.

Destaques do relatório: A BRF entra na carteirapor passar por um processo de contenção de custos, com foco em produtos de maior valor e maior margem líquida e tambémpor manter seu foco no mercado internacional, ponto positivo em meio a um mercado doméstico já saturado. A Klabin foi incluída por possuir menor nível de alavancagem em relação a seus pares; pela entrada no mercado de fluffs (usado em absorventes e fraldas); e pelo potencial de crescimento dos resultados durante a Copa, a exemplo do aumento do consumo de papelão ondulado.

Já a Weg se beneficia de fatores como: o câmbio depreciado, que amplia a competitividade de produtos nacionais; a ampliação do mix de produtos; o início da produção na divisão de motores para eletroeletrônicos fora do Brasil; e o crescimento no fornecimento de subestações para interligar as unidades geradoras de energia eólica.

Um Investimentos

Desempenho em março: +4,02%. Desempenho em 2014: -6,82%.
Papéis incluídos: BR Malls e Ultrapar. Papéis retirados: Itaú Unibanco e Randon.

Destaques do relatório: A BR Malls, empresa do setor de shoppings centers, é sugerida pela expectativa de fortes resultados no primeiro trimestre de 2014; pelo preço atrativo em relação aos concorrentes; e por possuir um portfóliodiversificado, atendendo consumidores de todas as classes sociais. A Ultrapar, que atua no setores de distribuição de combustíveis, por meio da Ipiranga e da Ultragaz, é recomendada por estar bem posicionada para atender à crescente demanda por combustíveis e pela entrada no setor farmacêutico, via aquisição da Extrafarma.

Votorantim

Desempenho em março: +5,05%. Desempenho em 2014: -10,42%.
Papéis incluídos: Cetip, Gerdau, Mills e Petrobras. Papéis retirados: Cielo, Cyrela, JBS.

Destaques do relatório: A Petrobras foi incluída porque pode ser menos afetada do que o Ibovespa em uma possível correção, já que a companhia subiu bastante em março em função das notícias sobre as eleições presidenciais. A Cielo foi substituída pela Cetip, por ser um ativo também defensivo, mas com a vantagem de passar por um momento positivo.

A Gerdau entra na carteira diante das boas expectativas sobre as investigações do Departamento de Comércio americano sobre medidas antidumping, que devem ser anunciadas em 18 de abril. E a Cyrela foi substituída pela Mills, que está com um preço atrativo e, segundo os analistas, deve apresentar bons resultados de crescimento.

Walpires

Desempenho em março: +10,75%. Desempenho em 2014: +8,15%.

Não foram feitos comentários sobre a carteira e não houve alterações nos papéis sugeridos.

XP Investimentos

Desempenho em fevereiro: +3,70%. Desempenho em 2014: -0,60%

Papéis incluídos: Petrobras e Randon. Papéis retirados: Cosan e Multiplus.

Destaques do relatório: Sobre a inclusão da Randon, os analistas afirmam que a empresa tem forte participação de mercado e um bom histórico de resultados. Apesar de o preço atual da ação ter atingido os níveis de 2012 (a ação caiu 30% desde o fim de 2013), ano que foi muito ruim para o setor de autopeças, eles esperam um resultado bem diferente para 2014, com nível de produção recorde e demanda alta.

Segundo os analistas,a volatilidade do Ibovespaé o principal motivo para a inclusão de Petrobras na carteira. Para reduzir essa volatilidade, os analistas optaram por incluir a ação com um peso de 8%, um pouco abaixo da sua participação no Ibovespa, de 12%. Além disso, eles ressaltam que boa parte das preocupações do mercado com a companhia está precificada e a ação tem sido negociada pelo equivalente a 54% do seu patrimônio.

Matéria alterada em 06/05/2014 com uma correção na rentabilidade anual da Walpires.

São Paulo - Revertendo a sequência de quedas dos últimos meses, o Ibovespa , principal índice de referência da bolsa brasileira, fechou março com alta de 7,04%. Mesmo com a recuperação, no acumulado de 2014 o índice ainda registra variação negativa, com queda de 2,12%.

As carteiras recomendadas de ações também fecharam o mês com resultados positivos, de forma geral. Mas, dentre as 22 carteiras recebidas por EXAME.com até o fechamento desta reportagem, apenas três tiveram desempenho superior ao Ibovespa: a da Walpires (+10,75%), da Geral (+8,75%) e a da Geração Futuro (+8,60%).

Segundo as corretoras , a alta da Bovespa foi puxada sobretudo pela melhoria no cenário internacional, com destaque para os Estados Unidos , e pela boa reação do mercado diante da queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff , que se refletiu na alta das ações de empresas estatais.

As ações mais sugeridas para abril foram: Vale ( VALE5 ), sugerida por 12 corretoras; Pão de Açúcar ( PCAR4 ), recomendada em dez portfólios; BB Seguridade ( BBSE3 ) e Itaú Unibanco ( ITUB4 ), ambas sugeridas por nove corretoras; BRF ( BRFS3 ), presente em oito carteiras; e Ambev ( ABEV3 ), recomendadas por sete corretoras.

Por meio dos relatórios mensais, analistas destacaram que em abril deve ser mantida a postura de cautela. Os mercados devem ficar atentos aos dados de crescimento do primeiro trimestreda China, que serão divulgados no dia 15 de abril, e àreunião do Fed em 30 de abril, que não deve trazer grandes surpresas, mas deve confirmar a manutenção da redução dos estímulos.

Internamente, serão monitoradas a reunião do Copom , que pode definir uma nova elevação da taxa básica de juros, a Selic , além dos balanços de resultados das empresas no primeiro trimestre de 2014 (que talvez tenham mais repercussão sobre os resultados de maio).

Veja a seguir as recomendações de cada corretora para o mês de abril:

Alpes/Wintrade
Ativa
BB Investimentos
Bradesco/Ágora
Concórdia
Geração Futuro
Geral
Gradual
Guide Investimentos (ex-Indusval)
Magliano
Omar Camargo
Pax
Planner
Quantitas
Rico/Octo Investimentos
Santander
Souza Barros
Spinelli
Um Investimentos
Votorantim
Walpires
XP Investimentos

Alpes/Wintrade

Desempenho em março: +4,20%. Desempenho em 2014: -4,94%.
Papéis incluídos: Bradespar e Klabin (units). Papéis retirados: Klabin (preferenciais), Petrobras, CCR e Vale.

Destaques do relatório: A Petrobras sai da carteira uma vez que a mudança no cenário eleitoral que animou as ações pode não se concretizar. Além disso, o cenário de seca deve pesar sobre a inflação e impedir um novo repasse nos preços dos combustíveis, enquanto aumenta a necessidade de importação de diesel para as usinas térmicas. Já a CCR foi retirada por ter boa parte de sua dívida atrelada ao CDI, que tem perspectiva de alta, além de receitas atreladas ao PIB, cujo crescimento deve ser revisado para baixo.

A troca das ações preferenciais da Klabin pelas units se deve ao fato de a empresa ter realizado o desdobramento de suas ações recentemente e ter aberto novo período para conversão dos atuais acionistas, de 31 de março a 9 de abril. Isso deve aumentar a liquidez das units e diminuir a das ações preferenciais. Finalmente, a troca de Vale por Bradespar, sua holding controladora, se deve ao forte desconto da holding frente aos ativos por ela controlados.

Ativa

Desempenho em março: +4,12%. Desempenho em 2014: -3,76%.
Não houve alterações na carteira para abril.

Destaques do relatório: os analistas da Ativa dizem permanecer céticos em relação ao cenário global para os próximos meses, sobretudo no que diz respeito a Brasil e China. No entanto, acreditam que algumas teses de investimento permanecem válidas e apresentam sólidos fundamentos e interessantes potenciais de valorização.

BB Investimentos

Desempenho em março: +3,94%. Desempenho em 2014: -8,1%.
Papéis incluídos: Arteris, Banrisul, Cyrela, IMCH, Mills, Petrobras e Rossi. Papéis retirados: Embraer, Minerva, MRV, Porto Seguro, Suzano, Tupy, Ultrapar.

Destaques do relatório: Apesar das diversas trocas realizadas na carteira, não foram feitos comentários sobre as alterações. A corretora apenas afirmou que o cenário para abril é promissor. Segundo os analistas, a reunião do Fed, prevista para o dia 30 de abril, não deve trazer notícias negativas, apenas a continuidade de redução dos estímulos, fato já esperado pelo mercado; e o obstáculo maior pode vir da China, que divulgará em 15 de abril o seu resultado do primeiro trimestre, mas a tempo de a bolsa brasileira se recuperar de uma eventual queda.

Bradesco/Ágora

Desempenho em março: +2,30%. Não foi divulgado o desempenho no acumulado de 2014.

Papéis incluídos: Ultrapar. Papéis retirados: Brasil Pharma.

Destaques do relatório: Segundo os analistas, a Ultrapar entra na carteira por operar em mercados estáveis, o que torna o ativo menos arriscado, e por apresentar um bom potencial diante da recente aquisição da rede de farmácias Extrafarma. A corretora se mantém cautelosa porque, apesar da correção da bolsa em março, a alta foi motivada por fatores externos, eos fundamentos locais continuam desafiadores, com destaque para os resultados das enquetes eleitorais, que têm influenciado o desempenho das estatais.

Concórdia

Desempenho em março: +4,93%. Desempenho em 2014: -5,82%
Papéis incluídos: Lojas Americanas. Papéis retirados: Gerdau.

Destaques do relatório: Segundo os analistas, investidores têm deixado de focar nos fundamentos das empresas para capturar oportunidades momentâneas. Neste cenário, pesquisas que reflitam a perda de popularidade do atual governo podem seguir impulsionando empresas mais expostas à intervenção estatal. Podem pesar para a queda da bolsa fatores como a recuperação do governo em pesquisas, além de dados menos animadores da economia interna e da economia externa (China e EUA). Diante desse quadro, foram recomendadas ações com capacidade de manter sua operação a despeito das instabilidades, e que têm forte potencial de recuperação frente ao elevado desconto de alguns ativos.

(*) Preço médio segundo os analistas consultados pela Bloomberg

Geração Futuro

Desempenho em março: +8,60%. Desempenho em 2014: +1,20%.
Papéis incluídos: Cetip. Papéis retirados: Klabin.

Destaques do relatório: A Cetip foi acrescentada à carteira por ter mais previsibilidade de resultados que a Klabin, mesmo em um cenário volátil e de menor crescimento econômico. A companhia tem uma elevada margem EBITDA (70%), baixa necessidade de capital, base de receitas diversificada e uma barreira de entrada a competidores para seus principais produtos. Cerca de 50% das receitas são recorrentes e não dependem do fluxo de ativos negociados.

Geral Investimentos

Desempenho em março: +8,45%. Desempenho em 2014: -5,16%.
Papéis incluídos: Bradesco e Vale. Papéis retirados: Grendene e Itaú Unibanco.

Destaques do relatório: As ações do Bradesco foram acrescentadas no lugar dos papéis do Itaú porque estes acabam de sofrer forte valorização. Já a Vale entra por estar seguindo uma estratégia de redução de custos, disciplina de alocação de capital e foco em projetos de maiores retornos em minério de ferro. Além disso, a companhia se beneficia do preço elevado do minério de ferro e do câmbio. A empresa também aderiu recentemente ao Refis com provisionamento de valor menor que o esperado pelo mercado.

Gradual

Não foi divulgado o desempenho da carteira, nem em março, nem em 2014.
Papéis incluídos: Valid, Pão de Açúcar e Cesp. Papéis retirados: Oi, BRF e Ambev.

Não foram feitos comentários sobre a carteira.

*Texto atualizado no dia 03/04 com o desempenho da carteira da Geral.

Guide Investimentos

Desempenho em março: +4,62%. Desempenho em 2014: -4,87%.
Papéis incluídos: Itaúsa, CCR e Pão de Açúcar. Papéis retirados: Itaú Unibanco, Duratex, Direcional e Iochpe-Maxion.

Destaques do relatório: A Direcional sai da carteira por conta dos resultados abaixo do esperado e da perspectiva de alta dos juros. A Iochpe-Maxion foi retirada por não ter geração própria de energia e estar exposta ao risco de apagão do setor elétrico. A exposição a Itaúsa representa uma exposição indireta a Duratex e Itaú, e se deve ao fato de a Itaúsa (holding) estar descontada em relação ao Itaú.

Finalmente, a adição de Pão de Açúcar se deve ao fato de a companhia produzir bens de consumo básico, o que a torna uma boa aplicação para momentos de alta volatilidade; já a CCR foi acrescentada em função de seus sólidos fundamentos, boa administração, disciplina de capital e forte geração de caixa no médio e longo prazo.

Magliano

Desempenho em março: +2,58%. Desempenho em 2014: -6,60%.
Papéis incluídos: CCR e Raia Drogasil. Papéis retirados: Ecorodovias, Ultrapar

Destaques do relatório: A Ecorodovias sai da carteira para a entrada da CCR, que, segundo os analistas, está subavaliada e apresenta bom potencial de ganhos. A Raia Drogasil entra no lugar da Ultrapar diante da expectativa de bons resultados e por apresentar melhor custo de oportunidade na visão dos analistas.

Omar Camargo

Desempenho em fevereiro: +4,00%. Desempenho em 2014: -3,50%.
Papéis incluídos: Ambev, Estácio, Ultrapar, Itaúsa. Papéis retirados: Anhanguera, Alupar, BRF e Itaú Unibanco.

Destaques do relatório: A Anhanguera e a BRF deixam a carteira por serem vistas, pelos analistas, como ativos muito arriscados, neste momento. Já a Alupar é retirada para a realização de lucros.

A recuperação do resultado da Ambev, aliada à expectativa de um bom ano para vendas, motiva a entrada de Ambev na carteira. Já a Estácio tem perspectivas de bons resultados neste ano, além da criação de 24 mil vagas e a absorção dos antigos alunos da Gama Filho e da Univercidade. Finalmente, a Ultrapar foi acrescentada por seu perfil defensivo, mas com expectativa de crescimento.

Pax

Desempenho em março: +5,72%. Desempenho em 2014: -0,58%.
Papéis incluídos: Multiplus, Totvs, Estácio, Taesa e Itaúsa. Papéis retirados: Embraer, Suzano, Gerdau, Kroton, Cemig e Bradesco.

Destaques do relatório: Com a queda do dólar, os analistas decidiram reduzir a exposição a empresas exportadoras e focar em empresasdo mercado interno que possuemvantagens competitivas, o que justifica a inclusão das ações da Multiplus e da Totvs. Além disso, foram excluídas da carteira as ações da Kroton, da Cemig e do Bradesco, que tiveram uma forte alta e, segundo os analistas, já são negociadas a valores que precificam a situação atual das empresas. Elas foram substituídas por ações que têm maior potencial de valorização na visão da corretora.

Planner

Desempenho em março: +6,21%. Desempenho em 2014: -0,84%
Papéis incluídos: Alpargatas, Ecorodovias e Magazine Luiza. Papéis retirados: Ambev, Cielo, Grendene, Pão de Açúcar, Telefônica (Vivo).

Destaques do relatório: Para abril, os analistas da Planner acreditam que o noticiário ainda deverá continuar focalizando a solicitação para a instalação de uma CPI na Petrobras, mas os investidores já começam a prestar atenção no desempenho das empresas no primeiro trimestre. Este pode já ser uma referência para o primeiro semestre, que terá menos dias úteis por conta da Copa do Mundo e provavelmente setores com desempenho abaixo da expectativa. Desta forma, dizem os analistas, não há alterações significativas no comportamento do mercado no radar, após a boa correção de março.

Quantitas

Desempenho em março: +3,25%. Desempenho em 2014: -7,18%

Papéis incluídos: Abril Educação. Papéis retirados: Usiminas.

Não foram feitos comentários sobre a carteira.

Rico/Octo Investimentos

Desempenho em março: +5,24%. Desempenho em 2014: -8,09%
Papéis incluídos: BB Seguridade e BM&FBovespa. Papéis retirados: Ultrapar e Cetip.

Destaques do relatório: as ações do BB Seguridade entram na carteira em razão dos bons resultados nos últimos períodos, da alta rentabilidade, da perspectiva de distribuição de bons dividendos, da expectativa de crescimento de um setor ainda com baixa penetração no país e porque a empresa se beneficia do forte canal de distribuição que é o BB.

Já a BM&FBovespa entra na carteira por ser considerada uma empresa negociada a múltiplos descontados se comparada a seus pares globais, em função da ameaça de possível concorrência e do decréscimo de volume negociado nos últimos meses. No entanto, os analistas do Rico acreditam que a maioria das más notícias já foi assimilada pelo mercado, e que a ação pode se valorizar em função da conclusão da integração da compensação, operações de alta frequência, redução dos custos operacionais, entre outros motivos.

Santander

Desempenho em março: +4,32%. Desempenho em 2014: -7,26%

Papéis incluídos: Banco do Brasil, EZTec, Lojas Americanas e Usiminas. Papéis retirados: BB Seguridade, Klabin e Iochpe-Maxion.

Destaques do relatório: A Usiminas entra na carteira diante das expectativas de bons resultados do primeiro trimestre de 2014, que deve ser divulgado no dia 24 de abril. As Lojas Americanas e a EZTec foram incluídas porque, com a expectativa de que o ciclo de aperto monetário esteja chegando ao fim, as ações de varejo e de construção civil podem ser impulsionadas. Conforme a corretora explica, existe uma forte correlação inversa entre a curva de juros e o retorno das ações dos dois setores. O Banco do Brasil foi incluído pela expectativa de distribuição de bons dividendos.

Souza Barros

Papéis incluídos: Cemig. Papéis retirados: Tractebel.

Não foram feitos comentários sobre as alterações na carteira e não foi informado o desempenho da carteira.

Spinelli

Desempenho em março: +6,35%. Desempenho em 2014: -6,34%.
Papéis incluídos: BRF, Klabin e Weg. Papéis retirados: CCR, Cielo e Suzano.

Destaques do relatório: A BRF entra na carteirapor passar por um processo de contenção de custos, com foco em produtos de maior valor e maior margem líquida e tambémpor manter seu foco no mercado internacional, ponto positivo em meio a um mercado doméstico já saturado. A Klabin foi incluída por possuir menor nível de alavancagem em relação a seus pares; pela entrada no mercado de fluffs (usado em absorventes e fraldas); e pelo potencial de crescimento dos resultados durante a Copa, a exemplo do aumento do consumo de papelão ondulado.

Já a Weg se beneficia de fatores como: o câmbio depreciado, que amplia a competitividade de produtos nacionais; a ampliação do mix de produtos; o início da produção na divisão de motores para eletroeletrônicos fora do Brasil; e o crescimento no fornecimento de subestações para interligar as unidades geradoras de energia eólica.

Um Investimentos

Desempenho em março: +4,02%. Desempenho em 2014: -6,82%.
Papéis incluídos: BR Malls e Ultrapar. Papéis retirados: Itaú Unibanco e Randon.

Destaques do relatório: A BR Malls, empresa do setor de shoppings centers, é sugerida pela expectativa de fortes resultados no primeiro trimestre de 2014; pelo preço atrativo em relação aos concorrentes; e por possuir um portfóliodiversificado, atendendo consumidores de todas as classes sociais. A Ultrapar, que atua no setores de distribuição de combustíveis, por meio da Ipiranga e da Ultragaz, é recomendada por estar bem posicionada para atender à crescente demanda por combustíveis e pela entrada no setor farmacêutico, via aquisição da Extrafarma.

Votorantim

Desempenho em março: +5,05%. Desempenho em 2014: -10,42%.
Papéis incluídos: Cetip, Gerdau, Mills e Petrobras. Papéis retirados: Cielo, Cyrela, JBS.

Destaques do relatório: A Petrobras foi incluída porque pode ser menos afetada do que o Ibovespa em uma possível correção, já que a companhia subiu bastante em março em função das notícias sobre as eleições presidenciais. A Cielo foi substituída pela Cetip, por ser um ativo também defensivo, mas com a vantagem de passar por um momento positivo.

A Gerdau entra na carteira diante das boas expectativas sobre as investigações do Departamento de Comércio americano sobre medidas antidumping, que devem ser anunciadas em 18 de abril. E a Cyrela foi substituída pela Mills, que está com um preço atrativo e, segundo os analistas, deve apresentar bons resultados de crescimento.

Walpires

Desempenho em março: +10,75%. Desempenho em 2014: +8,15%.

Não foram feitos comentários sobre a carteira e não houve alterações nos papéis sugeridos.

XP Investimentos

Desempenho em fevereiro: +3,70%. Desempenho em 2014: -0,60%

Papéis incluídos: Petrobras e Randon. Papéis retirados: Cosan e Multiplus.

Destaques do relatório: Sobre a inclusão da Randon, os analistas afirmam que a empresa tem forte participação de mercado e um bom histórico de resultados. Apesar de o preço atual da ação ter atingido os níveis de 2012 (a ação caiu 30% desde o fim de 2013), ano que foi muito ruim para o setor de autopeças, eles esperam um resultado bem diferente para 2014, com nível de produção recorde e demanda alta.

Segundo os analistas,a volatilidade do Ibovespaé o principal motivo para a inclusão de Petrobras na carteira. Para reduzir essa volatilidade, os analistas optaram por incluir a ação com um peso de 8%, um pouco abaixo da sua participação no Ibovespa, de 12%. Além disso, eles ressaltam que boa parte das preocupações do mercado com a companhia está precificada e a ação tem sido negociada pelo equivalente a 54% do seu patrimônio.

Matéria alterada em 06/05/2014 com uma correção na rentabilidade anual da Walpires.