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12 dicas para baixar o preço do seguro do carro

Especialistas ensinam a pagar mais barato sem assumir riscos demais cortando coberturas necessárias

Carros antigos: seguros mais caros devido aos custos de reparo (.)

Carros antigos: seguros mais caros devido aos custos de reparo (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h48.

São Paulo - Seguro de automóvel é um gasto permanente, alto e necessário. Dependendo do perfil do motorista, do modelo do carro e dos locais por onde o veículo circula, os preços podem ser bem salgados. Tudo se relaciona ao risco que o segurado corre. Pesquisar bastante é essencial, mas também existem medidas simples que podem aliviar o bolso. Mas não se deve economizar demais, pois o barato pode sair caro na hora do sinistro.

O valor do seguro é resultado de um cálculo que leva em conta os serviços de cobertura contratados (colisão, incêndio, roubo, responsabilidade civil e serviços adicionais), o perfil de risco do segurado (baseado em informações pessoais e dados do veículo) e as estatísticas de sinistro da seguradora. "Quanto maior o risco, maior o prêmio", resume Anderson Mello, diretor de automóveis da SulAmérica Seguros. A partir dessas variáveis, calcula-se a probabilidade de o veículo ser roubado ou sofrer acidente, quanto seria necessário pagar de indenização em caso de sinistro e, finalmente, quanto será cobrado do segurado. É claro que nessa conta entram também o lucro da seguradora, as despesas administrativas e a comissão de corretagem.

As características de perfil que mais podem encarecer o seguro são a idade do condutor, os lugares por onde o veículo circula, o preço das peças de reposição do carro e se o modelo costuma ou não ser alvo de roubos. É claro que é impossível modificar a própria idade. Nem é tão fácil mudar de bairro ou cidade. E muitas vezes aquele modelo popular muito visado por ladrões é o que atende melhor aos objetivos do motorista. Mesmo assim, é possível usar algumas dessas variáveis a favor do segurado para reduzir pelo menos um pouco o preço do seguro. Os especialistas dão as dicas.


1 - Carro na garagem paga menos. Quanto menos o carro for exposto a riscos, menor o valor do seguro. Deixá-lo na garagem ou em estacionamentos fechados diminui as chances de roubo, furto e de alguns acidentes. O simples fato de ter garagem em casa pode reduzir o preço em até 25%.

2 - Faça com que motoristas jovens sejam condutores eventuais. A inexperiência no trânsito e a maior disposição para correr riscos acabam pesando no preço dos seguros feitos em nome de pessoas com idades de 18 a 25 anos. Por isso, se o jovem usar pouco o carro, é melhor que ele seja um condutor eventual do veículo dos pais, utilizando-o no máximo 15% do tempo, do que fazer um seguro em seu nome. Mas é fundamental que o tempo de uso do veículo não ultrapasse esse limite. Em caso de sinistro, se a seguradora verificar que o condutor principal era o jovem e não um dos pais, a família pode perder o direito à indenização.

3 - Equipamentos de segurança reduzem o preço. Ter equipamentos contra roubo instalados, como rastreadores, facilita a localização do veículo e diminui o risco da seguradora, reduzindo também o valor do seguro. No entanto, corretores e executivos de seguradoras alertam que só vale a pena fazer essa instalação caso ela seja oferecida pela própria companhia. Do contrário, os custos com a compra e manutenção do equipamento não compensam. Em geral, as seguradoras instalam esses equipamentos de graça nos carros com índices de roubo e furto mais altos. O desconto no valor do seguro pode chegar a 20%.


5 - Escolha a cobertura ideal para seu bolso. A abrangência da cobertura do seguro também influencia no preço final, mas é preciso avaliar que itens são realmente necessários. Existem as coberturas completas (colisão, incêndio, roubo e furto), as parciais (só contra incêndio e roubo, por exemplo), a cobertura de responsabilidade civil facultativa (RCF) e a de acidentes pessoais de passageiros (APP), destinada às despesas médicas dos ocupantes do veículo segurado. Além disso, as seguradoras oferecem uma série de serviços extras, como assistência 24 horas, auxílio em caso de pane seca e elétrica, carro extra para quando o veículo segurado estiver na oficina, traslado e hotel caso o sinistro ocorra fora da cidade do segurado, e até serviços domésticos, como conserto de aparelhos eletroeletrônicos, help desk de informática, chaveiro e consultas veterinárias gratuitas. Fora os seguros adicionais para acessórios. É claro que tudo tem seu preço. Na hora de escolher, cabe avaliar o que é realmente necessário e o que é dispensável. Para alguns modelos de veículo, por exemplo, pode não valer a pena fazer um seguro completo. Os antigos e fora de linha têm peças de reposição muito caras ou simplesmente impossíveis de achar no mercado. Por essa razão, fazer cobertura contra colisão, nesses casos, pode ter um preço exorbitante. Se o carro for aquele xodó que só circula em torno do quarteirão no fim de semana, pode-se fazer apenas um RCF, para se precaver contra eventuais danos a terceiros em caso de acidente. Mas se o carro antigo rodar mais que isso, uma cobertura só contra incêndio e roubo ainda sai bem mais em conta. Os corretores em geral recomendam que não se corte demais a cobertura, para não ficar em apuros no momento do sinistro. Por exemplo, a assistência 24 horas normalmente está incluída nas coberturas mínimas. Em geral, não compensa limitar esse serviço, como propõem algumas seguradoras. "Em certas companhias é possível restringir o número de utilizações para a assistência 24 horas ou a quilometragem que o guincho pode percorrer até o local do sinistro. Isso não vale a pena, pois barateia muito pouco em relação à dor de cabeça que o segurado pode ter", explica o corretor Carlos Lucena, da Lucena Seguros.

6 - Baixe o seguro do segundo veículo da família. Se o segundo carro da família só for utilizado eventualmente, sem objetivos comerciais ou de ida e volta diária ao trabalho, o valor do prêmio será naturalmente mais baixo. Na hipótese de sair caro demais fazer mais um seguro completo, pode-se contratar apenas a cobertura de responsabilidade civil facultativa (RCF), que é aquela que cobre os danos causados a terceiros.

7 - Seja um motorista exemplar. Segurados que não têm registro de sinistro no último ano recebem bônus, isto é, um desconto na hora da renovação. Quando ocorre um sinistro, o segurado pode perder uma classe de bônus, o que pode reduzir o desconto. Os bônus pertencem ao segurado, ou seja, ele carrega o desconto consigo se mudar de seguradora. Evitar multas também é uma boa maneira de tentar reduzir o valor do prêmio, pois algumas seguradoras concedem desconto para quem não tem pontos na carteira.

8 - Se o valor do dano for próximo da franquia, não acione o seguro. Os consertos só são cobertos pelo seguro caso seus custos ultrapassem o valor da franquia. Se o segurado tiver bônus e os custos de reparo estiverem só um pouco acima do valor da franquia, o melhor é não acionar o seguro, para não correr o risco de perder uma classe de bônus. O segurado arca com as despesas de reparo e deixa para acionar o seguro quando os danos forem realmente grandes.


9 - Modifique o valor da franquia de acordo com seus riscos. As companhias de seguros oferecem três modalidades de franquia. A obrigatória, que é a quantia normal, proporcional ao valor do seguro; a facultativa, somada à obrigatória para subir o valor da franquia e, com isso, reduzir o prêmio; e a reduzida, menor que a obrigatória, mediante um aumento do valor do prêmio. Se a maior preocupação do segurado for roubo, aumentar o valor da franquia pode ser uma boa opção para pagar um prêmio menor, mas a cobertura contra colisões também será reduzida. Mas atenção: dobrar a franquia não significa que o prêmio vai reduzir à metade. A queda varia somente entre 10% e 20%. Já para os motoristas que se preocupam mais com colisão do que com roubo pode ser mais vantajoso optar pela franquia reduzida. Embora aumente o valor do prêmio de 20% a 30%, a franquia mais baixa permitirá que mais eventos estejam cobertos.

10 - O seguro contratado na concessionária pode ser mais vantajoso. Algumas montadoras, como Mitsubishi, Volkswagen e Honda, oferecem a contratação do seguro diretamente na concessionária no ato da compra. Esses pacotes podem ser ligeiramente mais baratos para alguns modelos específicos, como os que ainda não possuem estatísticas de sinistros no mercado, os esportivos e algumas picapes. Segundo o presidente da Mitsubishi no Brasil, Robert Rittscher, o seguro de uma Pajero TR4 pode custar 3,7% do valor do carro na concessionária ao passo que no mercado o seguro fica acima de 4,5% do preço do veículo. Além disso, as montadoras costumam oferecer outros benefícios, como garantia de conserto em uma concessionária da marca, o que para um carro zero é essencial para não haver perda do direito à garantia da peça reparada. Existem outras vantagens. Na Honda, por exemplo, há produtos específicos para portadores de necessidades especiais. Já na Mitsubishi, há facilidades no parcelamento, a cobertura de responsabilidade civil costuma ser mais alta que a média do mercado e, no caso de roubo ou furto com menos de seis meses de seguro, a montadora dá um carro novo para o segurado.

11 - Pesquise a melhor seguradora. A contratação de um seguro, no Brasil, exige a intermediação de um corretor. Por isso, o primeiro passo é pesquisar bastante para encontrar uma boa corretora, que trabalhe com seguradoras de renome e, de preferência, indicada por alguém de confiança. Uma boa opção é checar no Procon local se a corretora e as seguradoras têm contra elas alguma reclamação grave. Também é importante cotar o seguro em várias seguradoras, pois como o cálculo do preço é baseado nas estatísticas de sinistros de cada companhia, o valor da apólice, para um mesmo perfil, pode variar de uma seguradora para a outra. "Para contratar um bom seguro é fundamental procurar um profissional que conheça o ramo e não se ater somente ao valor final, mas principalmente à cobertura oferecida", aconselha Marcelo Sebastião, diretor do ramo de automóvel da Porto Seguro. Na busca do melhor serviço pelo menor preço possível, a saída é transformar o corretor em um aliado. Ele deve ser disponível e orientar o segurado a tomar as melhores decisões. "O corretor deve ser um guardião dos bens do cliente e não um simples vendedor. Ele é corresponsável pelo seguro. Bom preço é uma consequência do seguro bem contratado", opina Clécio Brichesi, corretor da Nova Feabri.

12 - Nunca minta para a seguradora para baixar o preço da apólice. Na hora de informar o perfil do motorista para o corretor, é fundamental que todas as informações sejam verdadeiras. Qualquer incorreção pode fazer o segurado perder o direito à indenização em caso de sinistro. As companhias de seguros têm maneiras de averiguar a veracidade dos fatos e podem se recusar a pagar pelos danos caso constatem alguma irregularidade. Ou seja, não adianta contar uma "mentira branca'' para tentar reduzir o risco do seu perfil. Nada de dizer que não há pessoas com idade entre 18 e 25 anos morando com o condutor principal ou fazer o seguro no nome da esposa, sendo que o marido fica a maior parte do tempo com o carro. E, para os jovens de mais de 25 anos, nada de emprestar o carro para aquele amigo de 24 anos dar uma volta. A idade do motorista que causou o acidente é o fator mais sério quando se fala em perda de direito à indenização.


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