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Volta da China, Azul e sabatina do Galípolo: o que move o mercado

Expectativa é de que a inflação de setembro no Brasil tenha registrado uma alta mensal de 0,46%

Radar: mercado se decepciona com ausência de medidas na China (Thomas Peter/Reuters)

Radar: mercado se decepciona com ausência de medidas na China (Thomas Peter/Reuters)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 8 de outubro de 2024 às 08h39.

Última atualização em 8 de outubro de 2024 às 09h10.

Os mercados internacionais operam mistos na manhã desta terça-feira, 8. Na Ásia, as bolsas fecharam sem direção única, com a de Xangai devolvendo a maior parte dos ganhos, em meio à frustração após a ausência de novas medidas fiscais por parte do governo chinês. Nos Estados Unidos, às vésperas da ata do Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), os índices futuros sobem. Na Europa, as bolsas recuam também na esteira da decepção com a China.

Volta da China e ausência de medidas

Após um feriado de sete dias, os mercados da China voltaram a operar nesta terça-feira. Havia uma certa expectativa de que as bolsas sofressem um novo rally com mais medidas que seriam anunciadas pelo governo. Alguns bancos, como o UBS, inclusive previram que a China anunciaria mais um pacote fiscal na casa dos US$ 280 bilhões.

Entretanto, o movimento não se confirmou. Em coletiva de imprensa, autoridades do principal órgão de planejamento do país somente comentaram detalhes do plano de resgate que havia sido anunciado antes do feriado.

Com a ausência de medidas, o Xangai Composto, um dos principais índices acionários chinês, que havia saltado 10% na abertura com a expectativa do anúncio, devolveu boa parte dos ganhos e fechou em alta de 4,59%.

Também na volta das negociações, o contrato mais negociado do minério de ferro na bolsa de Dalian caiu 2,37% a US$ 111,08 a tonelada. Em Singapura, os contratos caíram forte com o futuro a 5,82% a US$ 105,20 a tonelada e o mercado à vista em queda de 4,90% cotado a US$ 105,85 a tonelada.

Azul

No radar corporativo, a Azul (AZUL4) anunciou, ontem à noite, que conseguiu renegociar 92% de suas obrigações com arrendadores e fabricantes de equipamentos originais (OEMs). No total são cerca de R$ 3 bilhões em obrigações que foram renegociados.

A informação sobre a proximidade de um acordo com a maior parte dos arrendadores de aeronaves, também chamados de lessores no jargão do setor, já havia sido antecipada pelo INSIGHT no final de setembro.

Em nota desta segunda-feira, 7, a companhia destacou que esses acordos fazem parte de uma estratégia para melhorar a geração de caixa e otimizar a estrutura de capital da companhia.

IPCA amanhã

De olho nos indicadores, o mercado aguarda os números do Índice de Preços Amplo ao Consumidor (IPCA), que serão divulgados amanhã, às 9h. A expectativa é de que o indicador registre 0,46% de alta mensal e avanço de 4,43% no acumulado de 12 meses.

Nesta manhã, a grande maioria do mercado precifica um aumento de 0,50 pontos percentuais (p.p.). Segundo a plataforma da B3, 73,18% apostavam nessa hipótese. Entretanto, investidores ainda seguem incertos, com diversas outras possibilidades aparecendo: manutenção (1,49%), aumento de 0,25 p.p. (12,94%), aumento de 0,75 p.p. (9,45%) e aumento de 1 p.p. (1,99%).

Na Alemanha, investidores repercutem a produção industrial, que avançou 2,9% em agosto ante julho, segundo dados com ajustes sazonais do Destatis, o escritório de estatísticas do país. O avanço foi significativamente maior do que o esperado pelo consenso da FactSet, que previa uma alta de 0,8%.

No confronto anual, o indicador caiu 2,7% em agosto.

Excluindo os setores de energia e construção, a produção industrial subiu 3,4% na comparação mensal de agosto, enquanto o setor de construção registrou um avanço de 0,3%.

Terça-feira, 8 de outubro

  • 8h00 – FGV: IPC-S - Brasil
  • 3h00 – Pesquisa industrial - Alemanha
  • 9h30 – Balança comercial - EUA

Sabatina de Galípolo

Todas as atenções do mercado local se voltam para a sabatina de Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assumir a presidência do Banco Central em 2025. A sessão está marcada para às 10h, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

Caso aprovado, a nomeação segue para votação em plenário do Senado. A expectativa é que Galípolo tenha seu nome aprovado pelos senadores. Entretanto, é esperado que senadores da oposição o questionem sobre a independência que ele terá em relação ao governo federal para conduzir o órgão, devido a discussões passadas entre o mercado sobre a possível interferência de Lula no BC.

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