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Valor do título da dívida da Petrobras despenca

A queda é um sinal do aumento da percepção de risco em relação à empresa

Petrobras: investidores procuram se desfazer dos bônus da estatal (Sergio Moraes/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 16 de dezembro de 2014 às 07h56.

São Paulo - A cotação dos títulos da dívida da Petrobras emitidos no exterior está em forte queda, em um sinal do aumento da percepção de risco em relação à empresa.

Hoje, os bônus da Petrobras são cotados a preços equivalentes aos de empresas com maior percepção de risco, os chamados junk bonds.

Ou seja, como se a empresa não tivesse mais a classificação de risco de grau de investimento, considerada segura pelo mercado, embora esta ainda seja a nota que ainda a empresa possui segundo as agências internacionais de rating.

Investidores procuram se desfazer dos bônus da Petrobras, depois da divulgação, na sexta-feira, 12, de informações complementares sobre a situação financeira da estatal.

Na sexta-feira, a Petrobras adiou, pela segunda vez, as demonstrações contábeis do terceiro trimestre, em meio às investigações sobre corrupção, mas adiantou alguns dados aos investidores.

As informações veiculadas na sexta-feira mostram que a Petrobras obteve um prazo maior com credores para que apresente seu balanço sem revisão do auditor.

Com essa medida, a empresa evita que donos dos títulos da dívida exerçam uma cláusula do contrato que a obrigaria a acelerar o pagamento de suas dívidas, caso não publicasse o balanço auditado.

Isso mostra a preocupação - e o risco - da empresa em relação à possibilidade de ter de adiantar o pagamento das dívidas. A queda do preço do petróleo também contribuiu para pressionar os bônus da estatal.

De acordo com fontes que operam no mercado de dívida, o bônus da Petrobras que vence em 2024 registrou queda de aproximadamente de 4,2%, saindo de 95% do valor de face na sexta-feira para 91% ontem.

Nesse preço, o retorno do papel está em 7,6%, o mais alto desde que foi lançado este ano, enquanto o spread sobre o Treasury está em 545 pontos-base (5,45 pontos porcentuais).

Na sexta-feira, o spread estava em torno de 495 pontos-base. Quanto maior o retorno, maior a percepção de risco.

"A máxima de hoje é a mínima de amanhã", brincou um operador ao falar da cotação das ações da Petrobras.

Dúvidas

Existem muitas dúvidas sobre o acerto. A Petrobras reapresentou na sexta-feira, por exigência da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o formulário de referência de 2014, em sua terceira versão, com informações complementares sobre cláusulas contratuais (covenants).

O documento informa que um aditivo contratual "aprovado e em execução" confere à Petrobras o prazo de até 120 dias após o término do trimestre para divulgar o balanço trimestral sem revisão de auditor.

A estatal teria, dessa forma, até o dia 28 de janeiro para publicar o balanço.

O documento não deixa claro, contudo, quais mudanças envolvem a atualização. O documento informa que houve uma mudança na "obrigação para apresentação de balanço sem revisão do auditor", de forma a ampliar o prazo para a divulgação do material sem revisão pelo auditor.

As cláusulas contratuais estão vinculadas a financiamentos no valor de US$ 7 bilhões. Colaboraram André Magnabosco, Mariana Durão e Vinícius Neder. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

São Paulo - O Ibovespa registrou perdas de 2,05% no pregão de segunda-feira. O índice foi puxado pela ações da Petrobras, que recuraram 9,10%.  A sexta desvalorização seguida das ações da Petrobras fez com que as papéis preferenciais da estatal chegassem a ser cotado em 9,19 reais. A Petrobras não é a única que vale menos de 10 reais no Ibovespa. Veja nas fotos quais são estas ações. *os dados acima são referentes ao pregão de segunda-feira (15 de dezembro)
  • 2. PDG (PDGR3)

    2 /17(Jonne Roriz/EXAME)

  • Veja também

    Preço em R$0,83
    Variação em 2014-54,14%
  • 3. Oi (OIBR4)

    3 /17(REUTERS/Nacho Doce)

  • Preço em R$1,10
    Variação em 2014-69,36%
  • 4. Gafisa (GFSA3)

    4 /17(EXAME.com)

    Preço em R$2,07
    Variação em 2014-40%
  • 5. Rossi (RSID3)

    5 /17(Divulgacao/EXAME.com)

    Preço em R$2,06
    Variação em 2014-79,80
  • 6. Klabin (KLBN4)

    6 /17(Paulo Fridman/Bloomberg)

    Preço em R$2,63
    Variação em 2014+10,70%
  • 7. Usiminas (USIM5)

    7 /17(Nelio Rodrigues/EXAME)

    Preço em R$4,59
    Variação em 2014-67,70%
  • 8. CSN (CSNA3)

    8 /17(Alexandre SantAnna/Veja Rio)

    Preço em R$4,69
    Variação em 2014-67,39%
  • 9. ALL (ALLL3)

    9 /17(.)

    Preço em R$4,95
    Variação em 2014-24,50%
  • 10. Marfrig (MRFG3)

    10 /17(Divulgação/Marfrig)

    Preço em R$5,30
    Variação em 2014+32,50%
  • 11. Eletrobras (ELET6)

    11 /17(Tiago Queiroz)

    Preço em R$6,51
    Variação em 2014-24,68%
  • 12. Gerdau (GGBR4)

    12 /17(Miriam Fichtner/Pluf Fotos)

    Preço em R$8,12
    Variação em 2014-24,68%
  • 13. Eletropaulo (ELPL4)

    13 /17(Germano Luders)

    Preço em R$8,21
    Variação em 2014-8,21%
  • 14. Petrobras (PETR3)

    14 /17(Tomohiro Ohsumi/Bloomberg News)

    Preço em R$8,57
    Variação em 2014-44,49%
  • 15. Itaúsa (ITSA4)

    15 /17(Divulgação)

    Preço em R$8,96
    Variação em 2014+14,81%
  • 16. Petrobras (PETR4)

    16 /17(Dado Galdieri/Bloomberg)

    Preço em R$9,19
    Variação em 2014-42,74%
  • 17. Quem serão os maiores pagadores de dividendos em 2015?

    17 /17(REUTERS/Edgar Su)

  • Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasDívidas empresariaisEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasGás e combustíveisIndústria do petróleoPetrobrasPetróleo

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