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Uso da bitcoin em mercados ilegais pode bater recorde este ano

O uso da Bitcoin, na chamada dark web, pode bater recorde este ano com gastos superiores a US$ 1 bilhão

Dark web: cerca de US$ 515 milhões da moeda digital já foram gastos este ano (peshkov/Getty Images)

Dark web: cerca de US$ 515 milhões da moeda digital já foram gastos este ano (peshkov/Getty Images)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 6 de julho de 2019 às 08h56.

Última atualização em 6 de julho de 2019 às 08h56.

(Bloomberg) -- O uso da bitcoin em mercados ilegais que negociam de tudo, de remédios a pornografia infantil, pode bater recorde este ano com gastos superiores a US$ 1 bilhão, segundo um relatório da Chainalysis.

Embora a proporção de transações com bitcoin dedicadas a compras ilegais esteja diminuindo, cerca de US$ 515 milhões da moeda digital já foram gastos este ano na chamada dark web, segundo a Chainalysis, que ajuda empresas como bolsas de criptomoedas a investigar e prevenir operações ilegais. Os gastos com bitcoin na dark web atingiram um pico em 2017, totalizando US$ 872 milhões, e diminuíram no ano passado, quando a moeda sofreu uma queda vertiginosa.

Os resultados destacam os riscos regulatórios relacionados aos tokens digitais, que são muito procurados por criminosos que buscam manter algum grau de anonimato.

No mês passado, a Força-Tarefa de Ação Financeira - uma organização intergovernamental focada no combate à lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo - começou a exigir medidas rigorosas de "conheça seu cliente" para mercados de criptomoedas e custódias. Também em junho, a Europol se encontrou com empresas de criptomoedas para trocar dicas sobre as melhores práticas na detecção de crimes praticados com moedas digitais.

De todos os marketplaces ilegais online, o Hydra é o maior, segundo a Chainalysis, que examinou as transações no blockchain da bitcoin para identificar o valor gasto nesses sites.

As drogas são a categoria mais proeminente de produtos vendidos, mas a pornografia infantil e informações de cartões de crédito roubadas também têm alta demanda, segundo a Chainalysis. A bitcoin é a criptomoeda mais popular aceita nesses mercados, seguida pelo Monero, disse a Chainalysis.

Embora o crescimento dos gastos ilícitos com bitcoins possa ser alarmante, uma grande ressalva é que a proporção de transações com bitcoin vinculadas a negócios ilegais está em declínio. A atividade ilegal foi responsável por menos de 1% de todas as atividades com a bitcoin até agora este ano comparado com os 7% em 2012, segundo Hannah Curtis, gerente sênior de dados da Chainalysis.

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