Mercados

UBS vê chance de EUA classificar Suíça como manipuladora de câmbio

País europeu intervém para impedir valorização excessiva do franco e se encaixa em critérios de manipulação estabelecidos por americanos, afirma banco suiço

Dólar entre francos: Suíça pode entrar em lista de manipuladores de câmbio (FJZEA/Getty Images)

Dólar entre francos: Suíça pode entrar em lista de manipuladores de câmbio (FJZEA/Getty Images)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 23 de julho de 2020 às 15h20.

Última atualização em 23 de julho de 2020 às 15h20.

A Suíça deve ser identificada como manipulador de câmbio pelos EUA, o que pode criar obstáculos para o banco central do país, segundo o UBS.

O governo suíço, que há anos usa intervenções no mercado de câmbio para impedir uma valorização excessiva do franco, agora se encaixa nos três critérios para manipuladores estabelecidos pelos EUA: alto superávit comercial e de conta corrente, além de intervenções em larga escala, disse o economista do UBS Alessandro Bee em relatório a clientes.

A Suíça já está em uma lista de monitoramento e seu status poderia mudar quando os EUA publicarem seu próximo relatório.

O Banco Nacional Suíço afirma que, juntamente com as taxas de juros negativas, as intervenções são essenciais para evitar o início da deflação e a recessão. Os formuladores de políticas enfatizam que não estão tentando manter a moeda artificialmente desvalorizada, mas simplesmente limitando uma forte valorização.

“Depende muito das habilidades diplomáticas das autoridades suíças e da boa vontade dos EUA”, disse Bee, acrescentando que os EUA podem se abster de qualquer medida de represália.

“Mesmo que um conflito com os EUA possa ser evitado, o cumprimento dos três critérios formais deve aumentar a incerteza sobre a futura política monetária do BNS e, provavelmente, aumentará a volatilidade” da taxa de câmbio.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioEstados Unidos (EUA)SuíçaUBS

Mais de Mercados

CVC sobe 7% na bolsa com poison pill e alta das ações domésticas

Em meio a pressão por boicotes, ação do Carrefour sobe 3,31%

O saldo final – e os vencedores – da temporada de balanços do 3º tri, segundo três análises

Warren Buffett doa US$ 1,1 bilhão em ações da Berkshire Hathaway: "Nunca quis criar uma dinastia"