Acompanhe:

Traders de Londres se preparam para "choque" do Halloween

State Street e o Mizuho Bank instruíram as equipes de vendas e trading a não tirarem folgas até novembro

Modo escuro

Cúpula da União Europeia na próxima semana pode determinar se outra extensão do prazo será concedida ou se as negociações vão se arrastar até a noite do Halloween. (Paul Hackett/Reuters)

Cúpula da União Europeia na próxima semana pode determinar se outra extensão do prazo será concedida ou se as negociações vão se arrastar até a noite do Halloween. (Paul Hackett/Reuters)

B
Bloomberg

Publicado em 14 de outubro de 2019, 07h30.

Última atualização em 14 de outubro de 2019, 07h30.

É o maior evento do ano para a cidade de Londres, e as empresas não se arriscam antes do prazo do Brexit: as folgas estão suspensas, o acesso às reservas de caixa garantido e o plano de contingência pronto para ser acionado.

Para as instituições financeiras, há muita coisa em jogo: não querem estar do lado errado de uma oscilação de 10% da libra esterlina ou das ações do Reino Unido. O State Street e o Mizuho Bank instruíram as equipes de vendas e trading a não tirarem folgas até novembro, enquanto o Vanguard Group disse que havia destinado “recursos significativos” nos últimos três anos para administrar o impacto.

A cúpula da União Europeia na próxima semana pode determinar se outra extensão do prazo será concedida ou se as negociações vão se arrastar até a noite do Halloween. A volatilidade representa uma oportunidade e um risco para os traders, mas o que torna o Brexit um risco extremo é a fluidez do prazo - duas vezes adiado para 31 de outubro -, os múltiplos cenários possíveis e o tamanho potencial das oscilações do mercado.

“Este período de incerteza dificulta o planejamento“, disse James Wood-Collins, CEO da gestora de câmbio Record. “Você pode imaginar uma situação em que são 9h, 10h do dia 31, e o mercado está na expectativa sobre se uma extensão será concedida ou não. A notícia chega de que não será concedida, e que o Reino Unido vai sair em 30 minutos.”

Nesse pior cenário para os mercados, os operadores ficariam expostos à chamada hora das bruxas, entre o final do dia em Nova York e a abertura do mercado asiático, quando a liquidez é baixa e o risco de movimentos rápidos é exacerbado.