Mercados

Tóquio fecha com maior queda porcentual em 10 meses

O índice Nikkei foi atingido pelo índice de confiança do consumidor dos EUA, divulgado na sexta-feira, e pelo acordo de resgate de 10 bilhões de euros do Chipre


	Bolsa de Tóquio: o índice Nikkei perdeu 2,7%, terminando o pregão com 12.220,63 pontos
 (REUTERS/Kim Kyung-Hoon)

Bolsa de Tóquio: o índice Nikkei perdeu 2,7%, terminando o pregão com 12.220,63 pontos (REUTERS/Kim Kyung-Hoon)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de março de 2013 às 06h21.

Tóquio - A Bolsa de Tóquio fechou com a maior queda porcentual em 10 meses nesta segunda-feira, uma vez que o fortalecimento acentuado do iene desencadeou uma realização de lucros em ações como as da Fast Retailing e do Softbank, além de causar uma onda de vendas em exportadores e empresas financeiras, como a Tokyo Electron e a Dai-ichi Life Insurance.

O iene ganhou força por causa da incerteza criada pelo resgate bancário cipriota e após a divulgação de dados fracos da economia norte-americana.

O índice Nikkei perdeu 2,7%, terminando o pregão com 12.220,63 pontos. Após uma alta de 1,5% na sexta-feira, quando atingiu o maior nível em quatro anos e meio. O resultado deste início de semana marcou a pior perda porcentual para o índice desde 18 de maio de 2012.

O índice Nikkei foi atingido pelo índice de confiança do consumidor dos EUA, divulgado na sexta-feira, e pelo acordo de resgate de 10 bilhões de euros do Chipre com o FMI e com o Eurogrupo.

Os dois eventos juntos ajudaram a pressionar para baixo o dólar e o euro contra o iene. Por volta das 3h (em Brasília), quando o pregão estava fechado, o dólar era negociado em torno de 94,32 ienes enquanto o euro rondava 121,72 ienes.

"A situação de Chipre poderia muito bem levar a uma onda de vendas do euro e uma postura mais avessa ao risco do investidor em geral", disse David Baran, Co-CEO da Asset Manager Symphony Partners, que tem sede em Tóquio. "Mas dadas as expectativas sobre a nova direção do BoJ, o euro deverá cair mais em relação ao dólar do que contra o iene, e as ações japonesas, apesar de sua recente ascensão, estão longe de suas máximas históricas, ao contrário das ações dos EUA."


"Com o Nikkei em alta acumulada de 21% no ano até sexta-feira passada, o mercado estava esperando por uma correção", disse um trader de renda variável de uma corretora estrangeira. "A economia de exportação do Japão está muito menos expostas ao euro do que ao dólar, mas como ambos continuaram mostrando uma improvável recuperação no decorrer do dia, a rodada inicial de realização de lucros abriu caminho para novas vendas."

A Fast Retailing e o Softbank caíram 3,7% e 4,2%, respectivamente. Entre os grandes exportadores industriais, a Honda Motor e a Toyota Motor perderam 3,4% e 3,4%.

A Tokyo Electron liderou as ações de tecnologia para baixo, caindo 5,3%, enquanto a Shin-Etsu Chemical perdeu 2,8% e a Advantest cedeu 4,8%. A Dainippon Screen Manufacturing foi atingida por uma perda de 7,5%.

As ações de grandes bancos também se enfraqueceram, com o Sumitomo Mitsui Financial Group caindo 2,7%e o Mitsubishi UFJ Financial Group atingindo uma queda de 3,1%.

Várias seguradoras, que normalmente detêm grandes parcelas de ações estrangeiras, acabaram o pregão em forte baixa, com a Dai-Ichi Life em queda de 4,0% e a Tokio Marine Holdings caindo 3,4%.

A Panasonic ficou entre as poucas empresas que fecharam em terreno positivos, terminando o dia com alta de 0,6% após uma reportagem do jornal Nikkei afirmar que a empresa planeja reduzir significativamente o tamanho de suas operações de TV ao longo de três anos a partir do ano fiscal de 2013.

Embora a Panasonic tenha dito que a matéria não se baseia em qualquer anúncio oficial feito pela empresa, os analistas receberam bem essa possibilidade. As informações são da Dow Jones.

Acompanhe tudo sobre:Açõesbolsas-de-valoresMercado financeiroNikkei

Mais de Mercados

Economista que previu a crise de 2008 alerta para bolha e risco de correção no mercado de ações

Hypera anuncia processo de otimização do capital de giro de até R$2,5 bi

Embraer registra recorde de US$ 22,7 bilhões na carteira de pedidos com aumento de 33% nas entregas

Vale e BHP: termos finais do acordo da barragem do Fundão, em Mariana (MG), devem somar R$ 170 bi