Presidente tem se desdobrado para reduzir os custos e atrasos da empresa (Marcelo Correa/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 3 de novembro de 2012 às 07h48.
São Paulo – Os acionistas da Petrobras não têm vivido dias, semanas e até anos tranquilos recentemente. O desempenho da estatal de petróleo brasileira na bolsa (PETR3; PETR4) tem derrapado há anos e foi acelerada em setembro de 2010 com a megacapitalização de 120 bilhões de reais. Quem comprou os papéis há cinco anos, por exemplo, ainda e ainda não os vendeu assiste a uma queda de aproximadamente 30%.
O último resultado trimestral fez emergir mais uma vez à superfície os maiores problemas enfrentados pela administração para elevar a rentabilidade para os níveis médios do setor no mundo.
A Petrobras embolsou 5,567 bilhões de reais no entre julho e setembro, mas ainda convive com um enorme prejuízo na área de abastecimento (5,6 bilhões de reais) causado pela estratégia de repassar lentamente os preços praticados no mercado internacional para o interno.
Problemas
O reajuste em junho de 7,83% nos preços da gasolina, de 3,94% no diesel em junho e depois mais 6% em julho, ajudou a compensar as perdas. A defasagem, contudo, continua a afetar os resultados.
Além disso, a nova presidente Maria das Graças Foster tem se desdobrado para reduzir os custos e atrasos crescentes. O desafio é enorme. Segundo dados levantados pela Bloomberg, as margens brutas caíram por 11 trimestres consecutivos em relação ao ano anterior.
E os atrasos na entrega das sondas para acelerar a exploração têm adiado ainda mais o crescimento da produção da petroleira. A produção de 1,843 milhão de barris em setembro foi a menor registrada desde abril de 2008.
A equipe da Citi Corretora listou 5 temas essenciais para que a ação volte a subir:
1º- A empresa parece cada vez mais uma aposta alavancada pelo câmbio, com a exposição líquida de 100 bilhões de reais em passivo e a baixa alavancagem dos resultados operacionais no curto prazo. “A empresa vai num curso de colisão com seu balanço patrimonial e não descartaríamos a possibilidade de que precise de capital novo no futuro para poder manter seu programa de investimentos”, ressaltam os analistas Pedro Medeiros e Fernando Valle.
2º- O desconto nos preços da gasolina em relação aos internacionais, em 7%, pode sustentar um possível aumento em breve.
3º- Os dividendos começarão a importar mais para os acionistas, com a maior parte sendo distribuída no último trimestre do ano.
4º- A recuperação esperada da produção para o último trimestre
5º- A discussão e a conclusão da venda de ativos, novos cortes de investimentos e os recebíveis de 4,4 bilhões de reais no setor de serviços públicos.
“Continuamos sendo compradores das ações da Petrobras e acreditamos que a diretoria esteja conduzindo a empresa na direção certa. Mas a aposta continua altamente alavancada nos ajustes dos preços dos combustíveis e da melhor execução na base de produção da Bacia de Campos em 2013”, ressaltam Medeiros e Valle.