Mercados

Taurus reverte ganhos e cai mais de 20% após Bolsonaro assinar decreto

Por volta das 14:45, os papéis estavam em leilão após caírem 9 por cento, a 7,55 reais

A Taurus, que afirma ser uma das maiores fabricantes de armas leves do mundo, encerrou os nove meses até setembro de 2018 com receita líquida 623,5 milhões de reais (Ethan Miller/Getty Images)

A Taurus, que afirma ser uma das maiores fabricantes de armas leves do mundo, encerrou os nove meses até setembro de 2018 com receita líquida 623,5 milhões de reais (Ethan Miller/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 15 de janeiro de 2019 às 11h32.

Última atualização em 15 de janeiro de 2019 às 14h57.

São Paulo - As ações preferenciais da fabricante de armas Taurus reverteram os ganhos e recuavam nesta terça-feira, tendo perdido mais de 20 por cento na mínima da sessão, marcada pela assinatura de decreto de flexibilização de posse de armas no país pelo presidente Jair Bolsonaro, uma de suas principais promessas de campanha.

 

 

Redigido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e finalizado na Casa Civil, o novo decreto prevê o aumento do prazo para renovação da autorização de posse de arma de 5 para 10 anos e a ampliação de casos considerados para essa necessidade, como morar em área rural ou em cidades com mais de 10 homicídios por 100 mil habitantes por ano.

Por volta das 14:45, os papéis estavam em leilão após caírem 9 por cento, a 7,55 reais, com muitos investidores aproveitando para realizar lucros, após a cotação mais do que dobrar desde o começo do ano. Até a véspera, as preferenciais contabilizavam em 2019 um ganho de 104,94 por cento. Mais cedo, o papel chegou a se valorizar 11,08 por cento. Na mínima, até o momento, caiu 21,33 por cento.

As ações ordinárias, que têm menos liquidez, caíam 12,25 por cento, também em leilão, a 7,81 reais.

"Vejo como um movimento de realização de lucro", destacou o analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos, destacando que a trajetória de alta do começo do pregão se inverteu depois que a assinatura do decreto foi confirmada.

Em 2018, as preferenciais saltaram 88,37 por cento e as ordinárias dispararam 146,91 por cento, em grande parte apoiadas em sinalizações de Bolsonaro, no sentido de ampliação de investimentos em segurança pública e liberalização nas regras de posse de armas.

A companhia também divulgou na semana passada que seu conselho de administração aprovou acordo preliminar com autoridades norte-americanas para encerrar processo nos Estados Unidos relacionado aos produtos da fabricante de armas brasileira.

A Taurus, que afirma ser uma das maiores fabricantes de armas leves do mundo, encerrou os nove meses até setembro de 2018 com receita líquida 623,5 milhões de reais, mas prejuízo consolidado de 44,6 milhões de reais.

As vendas líquidas de armas nos 9 primeiros meses do ano passado totalizaram 613,6 milhões de reais, alta de 17,4 por cento em relação ao mesmo período de 2017, com as vendas nos mercados interno e externo registrando aumentos de 73 e 10,4 por cento, respectivamente, segundo o balanço da empresa.

Acompanhe tudo sobre:AçõesArmasB3bolsas-de-valoresEstatuto do desarmamentoIbovespaTaurus

Mais de Mercados

Dólar fecha em queda de 0,84% a R$ 6,0721 com atuação do BC e pacote fiscal

Entenda como funcionam os leilões do Banco Central no mercado de câmbio

Novo Nordisk cai 20% após resultado decepcionante em teste de medicamento contra obesidade

Após vender US$ 3 bilhões, segundo leilão do Banco Central é cancelado