IBOVESPA: índice chegou a cair 3,5% com anúncio de suspensão da votação do impeachment / Reprodução/TradingView
Da Redação
Publicado em 9 de maio de 2016 às 18h26.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h08.
Susto na bolsa
O Ibovespa fechou o dia com queda de 1,41%. No fim da manhã, o índice chegou a cair 3,5% e o dólar subiu 5% com a notícia da anulação da votação do impeachment da presidente Dilma na Câmara dos Deputados. A piora perdeu força em meio às dúvidas sobre a sustentação da decisão tomada pelo presidente interino Waldir Maranhão (PP-MA). O dólar fechou o dia com alta de 0,63% a 3,52 reais. As ações preferenciais da Petrobras, que inicialmente caíram 10% com a notícia, fecharam o dia com queda de 5,9%.
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Commodities atrapalham
A queda na bolsa foi impactada também pelos dados de abril da balança comercial da China. As exportações despencaram 10,9%, superando a queda de 7,6% em março e revertendo a expectativa de uma recuperação da demanda no país. A notícia provocou uma queda de 5,6% no preço do minério de ferro. Por aqui, as ações da CSN caíram 10% e os papéis ordinários da Vale e preferenciais da Usiminas tiveram queda acima dos 9%, as maiores perdas do Ibovespa.
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Lucro da Caixa encolhe
A Caixa Econômica Federal apresentou queda de 46% no lucro do primeiro trimestre deste ano na comparação anual. O lucro foi de 838 milhões de reais. Um dos principais motivos foi o reforço do saldo de provisões para devedores duvidosos (PDDs), cujo aumento no primeiro trimestre foi de 22%, para 34,7 bilhões de reais.
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Uma ajuda de 150 bilhões
No mercado, já é dado que a Petrobras e a Eletrobras vão precisar de uma “mãozinha” do Tesouro para sobreviver. Segundo a Agência Estado, estima-se que a Petrobras precisará de pelo menos 100 bilhões de reais para quitar as dívidas que vencem neste ano e no próximo. Entre 2016 e 2019, vencerão 253 bilhões de reais em dívida. O valor da capitalização da Eletrobras seria mais baixo, próximo de 50 bilhões de reais. A Eletrobras já vai receber 1 bilhão de reais e pleiteia outros 5,9 bilhões de aportes previstos no orçamento.
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Vai melhorar?
Pela primeira vez desde 2 de abril de 2015, economistas e analistas melhoraram suas projeções para o produto interno bruto (PIB) de 2016. O boletim Focus divulgado hoje pelo Banco Central projeta uma retração de 3,86% no PIB — a projeção anterior era de 3,89%. A melhora parece pouca, mas é a primeira revisão do número para cima nas últimas 58 edições do documento.