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Sob alerta do Banco Mundial, dólar sobe ante o real

Em um relatório com novas previsões econômicas, o Bird declarou que espera que a economia global cresça apenas 2,4% este ano, pouco melhor do que o fraco ritmo de 2012


	O dólar à vista começou a sessão no balcão cotado a R$ 2,0370, com ganho de 0,05%
 (Marcos Santos/USP Imagens)

O dólar à vista começou a sessão no balcão cotado a R$ 2,0370, com ganho de 0,05% (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

São paulo - O dólar ante o real abriu alinhado com a valorização da moeda norte-americana em relação a divisas de países exportadores de commodities no exterior. Essas moedas consideradas mais arriscadas recuam após a previsão do Banco Mundial (Bird) de queda de preços das commodities em 2013, em decorrência das condições meteorológicas extremas e da estagnação econômica mundial, afirmou a organização.

A estimativa somada ao alerta do Bird de que a crise fiscal nos Estados Unidos está representando um risco maior para a economia mundial do que a crise da zona do euro sustentam a aversão ao risco nos mercados.

O dólar à vista começou a sessão no balcão cotado a R$ 2,0370, com ganho de 0,05%. No mercado futuro, o dólar para fevereiro de 2013 também abriu com leve alta de 0,05%, a R$ 2,0430. Até 9h18, esse vencimento futuro de dólar registrou uma mínima de R$ 2,040 (-0,10%).

Em Nova York, nesse mesmo horário, o dólar norte-americano subia diante do dólar australiano (+0,08%), do dólar canadense (+0,12%) e da rupia indiana (+0,23%). Em relação ao euro e o iene, no entanto, o dólar opera em baixa desde cedo. O euro subia a US$ 1,3322, de US$ 1,3263 no fim da tarde de ontem. O dólar recuava a 88,29 ienes, de 88,80 ienes na véspera.

Em um relatório com novas previsões econômicas, o Bird declarou que espera que a economia global cresça apenas 2,4% este ano, pouco melhor do que o fraco ritmo de 2012.

Contudo, os EUA, que são a maior economia do mundo, podem entrar em recessão se os cortes no orçamento federal ocorrerem como programado, no início de março. Além disso, a instituição acredita que a crise da zona do euro deve continuar ao longo do ano. Os países em desenvolvimento, enquanto isso, estão crescendo nos ritmos mais lento da última década. "É um ano de riscos", disse o economista-chefe do Banco Mundial, Kaushik Basu.

A expectativa do banco para o crescimento dos EUA é de 1,9% neste ano, desde que haja "progresso significativo" rumo a um plano de orçamento para o médio prazo. Caso o Congresso ofereça apenas uma solução de curto prazo para o teto da dívida, o Bird acredita que a economia dos EUA encolherá 0,4%, atingindo a Europa com uma profunda contração e reduzindo o crescimento global em 1,4 ponto porcentual.


Em consequência do fraco crescimento global em 2012, a China teve queda no Investimento Estrangeiro Direto (IED) em dezembro e no ano passado. A China atraiu US$ 11,7 bilhões em investimento estrangeiro direto (IED) em dezembro, o que representa uma queda de 4,5% ante o mesmo mês do ano anterior e a sétima retração consecutiva nessa base de comparação.

O número, contudo, foi superior aos US$ 8,29 bilhões registrados em novembro. Para todo o ano de 2012, o IED caiu 3,7%, para US$ 111,7 bilhões.

A fim de estimular a internacionalização de sua moeda, o yuan, a China poderá permitir que investidores do varejo do país negociem diretamente em mercados do exterior a partir deste ano, em vez de realizarem operações através de instituições financeiras, informou a Shanghai Securities News.

Atualmente, os investidores chineses estão autorizados a aplicar o seu dinheiro no exterior através do programa de Investidores Domésticos Qualificados (QDII, em inglês), em que corretoras, bancos e outros investidores institucionais adquirem cotas que podem ser investidas em mercados de capitais fora do continente.

De acordo com o presidente-executivo da Guotai Junan International Holdings, Yan Feng, o governo deve colocar o programa em prática antes de permitir que estrangeiros invistam diretamente nos mercados de capitais da China. Atualmente, os investidores estrangeiros estão limitados a fazer as operações na China através de instituições financeiras.

Mais cedo no Japão, o dólar caiu abaixo de 88 ienes - menor nível desde 10 de janeiro. A recuperação do iene prejudicou as empresas exportadoras como a Honda, Fanuc e Canon e a Bolsa de Tóquio fechou com a pior queda desde maio de 2012. Também pesou o rebaixamento da recomendação das ações da Fast Retailing pelo Goldman Sachs.


A confiança do consumidor japonês também está em baixa. Em dezembro, o índice de confiança do consumidor do país caiu a 39,2 pontos, ante o mês de novembro, quando atingiu 39,4. A boa notícia foi que as encomendas de máquinas japonesas subiram 3,9% em novembro na comparação com o mesmo mês do ano anterior, acima das previsões do mercado.

A alta de novembro nas encomendas de máquinas representa o segundo aumento consecutivo mensal. O resultado foi devido à contínua resistência do consumo privado e às esperanças de uma ousada política econômica sob o novo governo japonês.

Na Europa, os negócios começam com o alerta do presidente do Eurogrupo - que reúne os ministros de Finanças da zona do euro, Jean-Claude Juncker, de que o euro estaria muito valorizado. Ontem à noite, ele alertou que o euro está "perigosamente alto" após a subida da divisa nos últimos dias, que levou a moeda única para o nível mais valorizado em 10 meses.

A escalada da moeda aconteceu após leilões de dívida bem sucedidos de países como Espanha e Itália e com a afirmação do Banco Central Europeu de que, ao contrário da expectativa do mercado, a instituição não cogitou reduzir o juro este mês.

Já no mercado brasileiro, os agentes financeiros apostam que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve confirmar, na noite desta quarta-feira, a manutenção do juro básico da economia (Selic) em 7,25% ao ano. Mais do que o anúncio da taxa, já que as apostas de estabilidade são majoritárias, os investidores aguardam o comunicado da autoridade monetária sobre sua decisão e sinais que possam antecipar a reunião de março.

Nesta manhã, o Banco Central informou que o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) subiu 0,40% em novembro ante outubro do ano passado, mesmo porcentual registrado em outubro ante setembro (dado revisado), na série com ajuste sazonal. O número passou de 143,15 pontos em outubro para 143,72 pontos em novembro na série dessazonalizada.

A alta do IBC-Br de novembro ante outubro é maior que mediana das projeções dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE Projeções, de +0,20%, e ficou dentro do intervalo das estimativas (-0,20% a +0,45%). Na comparação entres os meses de novembro de 2012 e de 2011, houve expansão de 2,76% na série sem ajustes sazonais.

Na série observada, novembro terminou com IBC-Br em 143,10 pontos. O indicador de novembro de 2012 ante novembro de 2011 também ficou acima da mediana, de +2,34%, e dentro das previsões (+1,90% a +2,84%) dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE Projeções.

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