São Paulo - As ações da Smiles reverteram as perdas do começo do pregão e lideravam os ganhos do Ibovespa neste começo de tarde, tendo no radar notícia de que a empresa discute recompra de ações, um dia após divulgar queda no lucro do segundo trimestre, refletindo o recuo nas receitas com milhas expiradas sem resgate e o forte aumento das despesas operacionais.
Por volta das 13h, os papéis ordinários da empresa de programas de fidelidade subiam 3,6 por cento, a 53,06 reais, enquanto o Ibovespa perdia 0,3 por cento. Na mínima da sessão, mais cedo, os papéis da Smiles recuaram 4,28 por cento. Na máxima, subiram 4,2 por cento.
Em teleconferência com analistas, o diretor financeiro e de relações com investidores da Smiles, Marcos Pinheiro, disse que a possibilidade de promover uma recompra de ações tem sido discutida pela companhia, mas ainda não há decisão tomada. Segundo o executivo, o preço das ações, que acumulam queda de quase 30 por cento no ano, abre a oportunidade para decidir sobre um plano de recompra.
A empresa, que gerencia o programa de recompensas da sua controladora, a companhia aérea Gol, anunciou na terça-feira à noite que teve lucro líquido de 114,2 milhões de reais no período, queda de 20,7 por cento ante mesma etapa de 2017.
Analistas do Credit Suisse reiteraram recomendação 'outperform' para as ações após o balanço, citando preço-atrativo, mas cortaram o preço-alvo dos papéis de 87,50 para 70 reais após os dados fracos de abril a junho.
A equipe liderada por Felipe Vinagre destacou que a empresa tem estado sob pressão em função de dúvidas com relação à governança corporativa e à renovação do contrato com a Gol, bem como sua política de dividendos e situação financeira mais desafiadora da controladora, entre outro fatores. "...até a greve dos caminhoneiros, as esperanças eram de que a trajetória histórica de forte desempenho operacional ajudasse a compensar os ventos contrários, mas, ao invés disso, os fracos resultados do segundo trimestre reforçaram a tempestade."