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Ser um Net ou Embratel? As novas implicações da oferta de Carlos Slim

Analistas veem maior risco para o minoritário e baixa probabilidade de aumento da oferta

Um aumento de dois reais na proposta poderia assegurar a adesão dos dois terços, estima o Bank of America Merrill Lynch
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Da Redação

Publicado em 15 de março de 2011 às 10h18.

São Paulo - O mercado ficou surpreso esta semana com novas exigências na oferta pública de aquisição no valor de 4,6 bilhões de reais deflagrada em 5 de agosto pela Embratel para adquirir a Net. A proposta, por ação, foi estabelecida em 23 reais. A nova determinação da CVM explica que a Embratel poderá comprar apenas um terço das ações caso a aceitação da oferta fique entre um terço e dois terços.

A mudança mais importante é que agora a base acionária considerada para o cálculo do um terço foi definida para 4 de setembro de 2000. Ou seja, o "um terço" agora representa apenas 1,2 milhão de papéis e não mais 66 milhões de ações. O montante a ser comprado, portanto, pode corresponder a menos de 1% das ações em circulação hoje. A data do leilão, que já tinha passado de 9 de setembro para o dia 29, agora passou para 7 de outubro.

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Com isso, caso a aceitação fique abaixo de dois terços a compra do equivalente a apenas 1% das ações o resultado seria desapontador para as intenções da Embratel em aumentar a sua participação de uma forma relevante. Além disso, desapontador também para aqueles que esperam vender as suas ações pelo preço proposto de 23 reais. Não há mais garantia de que parte relevante da posição dos minoritários será vendida.

"Assumindo que o nível de aceitação fique um pouco abaixo de dois terços, em vez de vender até metade das ações preferenciais, esses investidores seriam deixados com a maioria de suas posições, cujos preços não seriam sustentáveis nos níveis atuais  (entre 22 e 23 reais)", escreveram os analistas do Santander, Valder Nogueira, Bruno Mendonça e Gregório Tomassi, em relatório.

Ou seja, para a Embratel, a ideia de aumentar a posição em apenas 1% não parece tentadora. Tal situação sugere que a empresa poderia elevar a sua proposta de forma a assegurar a aquisição dos dois terços. Contudo, para os analistas de mercado, essa alternativa parece improvável. "Acreditamos que isso pode levar o mercado a observar que o preço da oferta pode ser elevado – porque sem a adesão dos dois terços não for atingida, a operação irá essencialmente falhar. Ainda assim, achamos que essa possibilidade se mantém bastante improvável", explica Tomás Lajous, analista do UBS em nota.

Um aumento de dois reais na proposta poderia assegurar a adesão dos dois terços, estima o banco Bank of America Merrill Lynch. "Ainda não vimos uma indicação de que a América Móvil considera o aumento da sua oferta", dizem Mauricio Fernandes, Lars Konrad e Rodrigo Villanueva. Tornar a oferta mais atraente poderia custar mais 230 milhões de dólares à Embratel. A afirmação também encontra sustentação no perfil das últimas aquisições realizadas pela empresa mexicana. "O Grupo de Slim tem mostrado aversão em pagar prêmios ou o preço cheio de aquisições no passado, mesmo quando isso parecia justificável", destaca Miguel Garcia, analista do Deustche Bank.

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