Sem surpresas do Copom, juros sobem com exterior e dólar
Avanço das taxas foi contido, porém, por por resultado fiscal mais fraco que o esperado do governo central
Da Redação
Publicado em 29 de novembro de 2012 às 16h15.
São Paulo - Com o dólar cotado, durante praticamente todo o dia, acima de R$ 2,10 e a melhora do ambiente externo, os investidores em juros encontraram espaço para puxar as taxas futuras para cima nesta quinta-feira, um dia após o Comitê de Política Monetária (Copom) manter a Selic estável em 7,25% ao ano, em linha com o esperado. Apesar de fatores técnicos influenciarem a formação de preço do dólar em relação ao real, operadores argumentam que o câmbio pode sim ter uma nova banda, o que impactaria a inflação mais adiante.
Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o contrato de juro com vencimento em janeiro de 2014 (213.410 contratos) projetava taxa de 7,31%, de 7,29% no ajuste. O DI para janeiro de 2015 (138.020 contratos) marcava 7,91%, de 7,88% na quarta-feira. Entre os vencimentos longos, o DI com vencimento em janeiro de 2017 (150.665 contratos) estava em 8,74%, de 8,70% na véspera. E o DI para janeiro de 2021 (9.080 contratos) apontava 9,39%, de 9,36% no ajuste.
"O dólar incomoda um pouco, caso tenha mesmo um novo piso mais elevado, por seu efeito na inflação no médio prazo. E junto com a melhora externa de hoje, foi motivo para esse avanço das taxas", afirmou o sócio gestor da Leme Investimentos, Paulo Petrassi. Hoje, após bater na máxima de R$ 2,1110 mais cedo, o dólar no mercado à vista de balcão terminou cotado a R$ 2,0980, com alta de 0,48%. Em um ambiente de inflação já acima do centro da meta, ainda que o BC reitere que a convergência será não linear, esse patamar de dólar pode trazer algum incômodo no futuro.
Mesmo porque, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou que o IGP-M de novembro caiu 0,03%, menos que a mediana das expectativas projetada pelo AE Projeções, de -0,09%. E para o coordenador de análises econômicas da FGV, Salomão Quadros, o IGP-M deve deixar o terreno negativo no próximo mês, na medida em que o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que tem participação de 60% no dado cheio, também migrar para o campo das altas.
Os demais indicadores do dia ficaram em segundo plano, mas o resultado fiscal mais fraco do que o previsto ajudou a diminuir, ainda que de forma discreta, o avanço das taxas. O governo central registrou um superávit primário de R$ 9,914 bilhões em outubro, segundo dados divulgados pelo Tesouro Nacional. No acumulado de janeiro a outubro, o superávit primário do governo central é de R$ 64,711 bilhões, ou 1,77% do PIB.
No exterior, as esperanças de que os EUA conseguirão evitar o chamado abismo fiscal e indicadores econômicos positivos estimularam o apetite por risco, provocando altas das bolsas, commodities e do euro. Ontem, o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, disse que estava "otimista" de que um acordo para evitar uma série de aumentos de impostos e cortes de gastos prevista para entrar em vigor em 1º de janeiro seria alcançado. Além disso, ainda nos EUA, a expansão da economia no terceiro trimestre foi revisada da leitura anterior de 2% para uma taxa anualizada de 2,7%, a maior taxa de expansão trimestral desde o quarto trimestre de 2011.
São Paulo - Com o dólar cotado, durante praticamente todo o dia, acima de R$ 2,10 e a melhora do ambiente externo, os investidores em juros encontraram espaço para puxar as taxas futuras para cima nesta quinta-feira, um dia após o Comitê de Política Monetária (Copom) manter a Selic estável em 7,25% ao ano, em linha com o esperado. Apesar de fatores técnicos influenciarem a formação de preço do dólar em relação ao real, operadores argumentam que o câmbio pode sim ter uma nova banda, o que impactaria a inflação mais adiante.
Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o contrato de juro com vencimento em janeiro de 2014 (213.410 contratos) projetava taxa de 7,31%, de 7,29% no ajuste. O DI para janeiro de 2015 (138.020 contratos) marcava 7,91%, de 7,88% na quarta-feira. Entre os vencimentos longos, o DI com vencimento em janeiro de 2017 (150.665 contratos) estava em 8,74%, de 8,70% na véspera. E o DI para janeiro de 2021 (9.080 contratos) apontava 9,39%, de 9,36% no ajuste.
"O dólar incomoda um pouco, caso tenha mesmo um novo piso mais elevado, por seu efeito na inflação no médio prazo. E junto com a melhora externa de hoje, foi motivo para esse avanço das taxas", afirmou o sócio gestor da Leme Investimentos, Paulo Petrassi. Hoje, após bater na máxima de R$ 2,1110 mais cedo, o dólar no mercado à vista de balcão terminou cotado a R$ 2,0980, com alta de 0,48%. Em um ambiente de inflação já acima do centro da meta, ainda que o BC reitere que a convergência será não linear, esse patamar de dólar pode trazer algum incômodo no futuro.
Mesmo porque, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou que o IGP-M de novembro caiu 0,03%, menos que a mediana das expectativas projetada pelo AE Projeções, de -0,09%. E para o coordenador de análises econômicas da FGV, Salomão Quadros, o IGP-M deve deixar o terreno negativo no próximo mês, na medida em que o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que tem participação de 60% no dado cheio, também migrar para o campo das altas.
Os demais indicadores do dia ficaram em segundo plano, mas o resultado fiscal mais fraco do que o previsto ajudou a diminuir, ainda que de forma discreta, o avanço das taxas. O governo central registrou um superávit primário de R$ 9,914 bilhões em outubro, segundo dados divulgados pelo Tesouro Nacional. No acumulado de janeiro a outubro, o superávit primário do governo central é de R$ 64,711 bilhões, ou 1,77% do PIB.
No exterior, as esperanças de que os EUA conseguirão evitar o chamado abismo fiscal e indicadores econômicos positivos estimularam o apetite por risco, provocando altas das bolsas, commodities e do euro. Ontem, o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, disse que estava "otimista" de que um acordo para evitar uma série de aumentos de impostos e cortes de gastos prevista para entrar em vigor em 1º de janeiro seria alcançado. Além disso, ainda nos EUA, a expansão da economia no terceiro trimestre foi revisada da leitura anterior de 2% para uma taxa anualizada de 2,7%, a maior taxa de expansão trimestral desde o quarto trimestre de 2011.