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Santander terá 2 tipos de ações na bolsa de São Paulo

O banco terá no final deste ano dois tipos de ações na bolsa de São Paulo, após a conclusão da operação para adquirir parte das ações do Santander Brasil


	Banco Santander: grupo Santander anunciou hoje uma oferta por 25% das ações que não controla de sua filial no Brasil
 (David Ramos/Bloomberg)

Banco Santander: grupo Santander anunciou hoje uma oferta por 25% das ações que não controla de sua filial no Brasil (David Ramos/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 29 de abril de 2014 às 12h59.

São Paulo - O Banco Santander espanhol terá no final deste ano dois tipos de ações na bolsa de São Paulo, após a conclusão da operação para adquirir parte das ações do Santander Brasil, que ainda não controla, e que correspondem a 25% do total, informaram nesta terça-feira fontes da entidade.

"Vamos manter o Santander Brasil como companhia aberta e duas cotações no mercado brasileiro. Essa é nossa intenção para o futuro. Não temos planos para fechar o capital", disse o presidente do Santander Brasil, Jesús Zabalza, em uma teleconferência com jornalistas.

O grupo Santander anunciou hoje uma oferta por 25% das ações que não controla de sua filial no Brasil, pelas quais pode pagar, em caso de uma adesão total, o equivalente a US$ 6,360 bilhões.

Os acionistas minoritários que aceitem a oferta receberão em troca de suas ações no Santander Brasil papéis de emissão do Santander Espanha que serão emitidos nas bolsas de São Paulo e de Nova York, a um câmbio de 0,70 ação do Santander Espanha por cada ação do Santander Brasil.

Enquanto os acionistas brasileiros receberão como pagamento por seus papéis Brazilian Depositary Receipts (BDRs), que são títulos representativos de ações de emissão da matriz do Santander na bolsa de São Paulo, os investidores com papéis do Santander Brasil na Bolsa de Nova York receberão American Depositary Recipts (ADRs) cotadas em Wall Street.

Segundo Zabalza, em caso de uma adesão total, o Banco Santander tendia que emitir cerca de 665 milhões de novas ações, equivalentes a 5,8% de seu capital.

"Como esperamos fechar a operação em outubro, o mais provável é que no final do ano o Santander tenha duas ações cotadas na bolsa de São Paulo: as do Santander Brasil dos minoritários que não aceitem a oferta e as BDRs do Santander Espanha que serão emitidas", explicou Zabalza.


Os atuais acionistas do Santander Brasil que aceitem a oferta se transformarão em acionistas do Santander Espanha, acrescentou.

O dirigente explicou que a oferta é voluntária tanto no Brasil como nos Estados Unidos e que não está condicionada a um nível mínimo de aceitação, por isso alguns acionistas poderão manter seus papéis se desejarem.

Apesar de o Grupo Santander ter oferecido aos minoritários um ágio de 20% sobre a cotação das ações do Santander Brasil no fechamento de ontem, segunda-feira, o que equivale a US$ 6,95 por ação, os analistas advertiram que esse valor está abaixo do preço original da ação.

Isso se deve a que, quando o Santander Brasil abriu seu capital no país em 2009, as ações se colocaram ao equivalente a US$ 10,7 por unidade.

"Quando fizemos a IPO (oferta pública inicial de ações) era outro momento no Brasil e outro momento na bolsa", afirmou Zabalza.

O presidente do Santander Brasil assegurou que a operação beneficia tanto os acionistas da filial brasileira, que receberá um significativo ágio por seus papéis, quanto os da matriz espanhola, que poderão receber um lucro maior por ação.

O dirigente explicou que, segundo especialistas, o Santander Brasil poderá obter em 2015 um lucro líquido equivalente a US$ 2,910 bilhões, dos quais 75% poderá se transformar em dividendos para os acionistas na Espanha.

"Em caso que o Santander Espanha controle todo o Santander Brasil, o lucro por ação para os acionistas na Espanha poderá ser elevado em 1,3% em 2015 e em 1,1% em 2016", afirmou.

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