Segundo novas orientações da CVM, as empresas devem informar ao mercado o que vai ser divulgado ou comentado em lives (CVM/Divulgação)
Bianca Alvarenga
Publicado em 26 de abril de 2021 às 18h19.
Última atualização em 26 de abril de 2021 às 18h46.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) enviou um novo alerta sobre a atuação da IQ Option. A empresa, que se diz uma corretora de forex e operações não binárias, divulgou uma campanha na semana passada que teve como garoto-propaganda o ator Luciano Szafir.
No comercial, Szafir apresentava um "robô da Nasa" capaz de escolher os investimentos de quem topasse aplicar dinheiro nas operações da empresa. Nenhum detalhe sobre o funcionamento do tal robô foi revelado — a única promessa era de um rendimento de até 300% ao mês.
Rapidamente a campanha ganhou a internet, principalmente pela justa desconfiança quanto ao tal "robô da Nasa". Depois da repercussão negativa, Szafir pediu desculpas e disse que já havia pedido a remoção de sua imagem da campanha.
Não foi a primeira vez que a CVM "enquadrou" a IQ Option. Em abril de 2020, a Comissão emitiu uma suspensão cautelar (stop order) em razão da captação de clientes sem autorização e da atuação irregular como corretora.
"A área técnica informou que a IQ Option não está autorizada pela CVM a captar clientes residentes no Brasil, por não integrar o sistema de distribuição previsto em lei", disse, em nota, a CVM.
Desde o ano passado, portanto, a IQ Option está proibida de angariar investidores no Brasil. A multa para a empresa era de 1.000 reais por dia, caso continuasse atuando irregularmente no mercado Forex (Foreign Exchange), em Contracts For Difference (CFD) e em opções binárias.
Além de multar a IQ Option, a CVM enviou as informações para o Ministério Público Federal, pedindo a investigação de crimes contra o sistema financeiro nacional. A autarquia também entrou em contato com as autoridades de São Vicente e Granadinas, um pequeno país caribenho onde estaria constituída a sede da IQ Option.