Resultado da eleição não nos preocupa, diz CEO da Taurus (TASA4)
Para o CEO da Taurus, a empresa tem suas maiores receitas em dólares, e isso fornece tranquilidade sobre o futuro
Carlo Cauti
Publicado em 11 de maio de 2022 às 20h05.
Para o CEO da Taurus (TASA4), Salesio Nuhs, o resultado das eleições de outubro 2022 não é fonte de preocupação.
"O direito do cidadão brasileiro de se defender está garantido com o referendo de 2005. E isso nenhum presidente vai poder mudar. Além disso, nossa operação no exterior hoje é muito sólida, e isso nos deixa mais tranquilo sobre qualquer resultado eleitoral", já que nosso faturamento é em grande parte em dólare, explica o CEO da Taurus em entrevista exclusiva à EXAME.
Nuhs comemorou os resultados positivos do primeiro trimestre de 2022 da fabricante de armas.
A Taurus registrou uma receita operacional líquida de R$ 676,6 milhões, alta de 22,8% na comparação com o primeiro trimestre de 2021, quando tinha sido de R$ 551,1 milhões.
O executivo lembrou como a receita líquida cresceu, apesar do número de armas vendidas ficou estável.
"Tivemos um desempenho muito bom no resto do mundo, aumentamos nosso mix de produtos e, com isso, a rentabilidade também", salientou Nuhs.
Para Nuhs, a Taurus está se consolidando como a maior produtora de armas curtas do mundo após o investimento realizado no ano passado.
"Antecipamos nossas previsões, que indicavam esse resultado como possível somente em 2024. Isso graças ao excelente trabalho de toda a equipe da Taurus", explicou Nuhs.
Cenário futuro não preocupa Taurus (TASA4)
Segundo o presidente da Taurus, o cenário atual post-pandêmico representa um desaquecimento na demanda, ou uma estabilização, principalmente nos EUA.
Por outro lado, a guerra na Ucrânia está resultando na militarização da Europa e da Ásia, e isso acaba tendo efeitos sobre as licitações no resto do mundo.
"Ninguém gosta de guerra, nem a gente. Mas isso, obviamente, vai representar maior compra de armas por parte de muitos países", explica Nuhs.
Para ele, essa situação vai aumentar ainda mais a exposição ao mercado externo por parte da empresa.
"Para se ter uma ideia, uma só licitação na Índia é de 94 mil fuzis. Isso representa as vendas totais de um ano no Brasil", explicou Nuhs.
Por outro lado, o executivo salientou como a inflação de matérias primas, de petróleo e gás, vai ter um efeito sobre as operações de muitas empresas, inclusive da Taurus.
Mercado americano continua o mais importante
Para o presidente da Taurus, o mercado americano continua o mais importante em termos de vendas
"Nos EUA eu entendo que a gente tem um novo normal, um novo comportamento dos consumidores, após a euforia de 2020. Mesmo assim, a gente está vendo um crescimento das vendas. Uma tendência Nos últimos vinte anos o mercado americano cresceu, em média, 7% ao ano", salientou Nuhs.
O presidente da Taurus salientou como a empresa se posiciona como melhor custo-benefício do mercado americano.
"A Taurus é um ótimo produto para quem está comprando sua primeira arma de fogo", salientou Nuhs.
Qualidade é a palavra-chave
Sobre as questões de confiabilidade das armas de fogo, que gerou muita polêmica no passado, Nuhs foi categórico.
"O problema de confiabilidade das armas é algo que ficou no passado. A palavra-chave hoje é qualidade. Um exemplo disso é a escolha que a Brigada Militar do Rio Grande do Sul fez em comprar 60 fuzis Taurus para o grupo de operações especiais, o BOPE local", explicou Nuhs.
Segundo o presidente da Taurus, ninguém se torna "o maior vendedor de armas do mundo sem ter qualidade. E manter esse patamar é nosso objetivo".