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Relatório ADP nos EUA, produção industrial no Brasil e ata do Fed: o que move o mercado

O dia é marcado por uma agenda cheia de indicadores tanto locais como no exterior, incluindo a inflação da China e a inflação do produtor na zona do euro

Radar: Fed pode ter menos espaço para cortar juros em 2025 (Chip Somodevilla/Getty Images)
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 8 de janeiro de 2025 às 08h29.

Última atualização em 8 de janeiro de 2025 às 10h48.

Os dados de emprego dos Estados Unidos seguem sendo o destaque nesta semana.Ontem, terça-feira, 7, o relatório Jolts mostrou que o mercado de trabalho segue aquecido nos Estados Unidos, o que fortaleceu a tese de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) terá pouco espaço para cortar juros.

Colaborou para a narrativa de uma economia mais forte os dados do Índice de Gerentes de Compras (PMI) de serviços, divulgados pelo Institute for Supply Management (ISM). Em dezembro, o índice mostrou uma aceleração da atividade, alimentando preocupações em torno da inflação persistente.

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Dois dirigentes do Fed, Thomas Barkin (Richmond) e Raphael Bostic (Atlanta) reconheceram que o mercado de trabalho americano segue forte e que o BC americano deve adotar uma abordagem mais cautelosa.

O resultado foi quea taxa de 10 anos chegou a bater 4,7%, seu nível mais alto desde abril.Além disso, a plataforma FedWatch, do CME Group, registrou um salto nas apostas de manutenção dos juros na reunião do dia 29 de janeiro: de 88,8% na semana passada para 95,2% ontem.

Já as apostas para o primeiro corte de juros em 2025 se deslocaram de maio para junho e a chance de haver apenas uma redução no ano cresceu ligeiramente, de 35% para 37,7%.

Caso isso se concretize,a notícia é ruim para o câmbio no Brasil, que ganhou fôlego nos últimos diasgraças às notícias relatando a possibilidade de Trump instituir “menos” tarifas por lá – mas reduziu as perdas na sessão de ontem, após os dados dos EUA.

Nesta quarta-feira, 8, mais dados de emprego por lá movimentam o mercado: às 10h15 será divulgado o relatório da ADP sobre o ritmo do emprego do setor privado em dezembro. Entretanto, o dado mais aguardado é o payroll, relatório de empregos não-agrícolas do setor privado, que será divulgado na sexta-feira, 10.

Ata do Fed

Outro documento que pode dar mais pistas sobre o rumo da política monetária nos EUA é a ata do Fed, que será publicada às 16h. A autoridade monetária, na última decisão, justificou o corte em menor nível do que nos encontros anteriores – em 0,25 ponto percentual (p.p.) – dizendo que a economia americana ainda segue resiliente e o mercado de trabalho desacelera, mas de forma mais lenta do que o previsto.

Além dos dados da ADP e da ata do Fed, os EUA divulgam os pedidos de auxílio-desemprego na semana passada. As estimativas apontam para uma alta de 4 mil a 215 mil. Antes da sequência de dados, o diretor do Fed Christopher Waller discursa na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), na França, às 10h.

Dados de inflação na China

Ao final da noite desta quarta, a China divulgará seus dados de inflação. Às 22h30 (horário de Brasília) o National Bureau of Statistics (NBS) pública o Índice de Preços ao Consumidor de junho (CPI, na sigla em inglês) e o Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) de dezembro. O mercado segue na expectativa de nova rodada de estímulos econômicos.

Na zona do euro, também foi divulgado o PPI de novembro pela manhã.O indicador caiu 1,2% na base anual, ante o consenso de -1,9%). Na margem, subiu 1,6%, ante a previsão de +1,5%.

Produção industrial

Por aqui, investidores acompanham a produção industrial em novembro, às 9h. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) deve registrar uma diminuição de 0,6% em novembro, segundo a mediana do Broadcast, ampliando a queda de 0,2% em outubro. As projeções variam de -1,4% a +0,3%. Na comparação anual, a Genial estima uma alta de 1,4%, ante os 5,8% registrados em outubro.

O Banco do Central (BC) também informa o fluxo cambial de dezembro e total de 2024, às 14h30. No acumulado do ano, até o dia 27 do mês passado, a saída de dólares do país estava negativa em US$ 15,918 bilhões, a terceira maior da série histórica do BC.

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