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Recompra de ações ganha força no Brasil com queda da Bovespa

A Telesp, a MRV Engenharia & Participações SA e outras três companhias anunciaram recompra nas últimas duas semanas

O Ibovespa perdeu 17% em 5 dias até 8 de agosto, passando a ser negociado a 8 vezes a estimativa de ganhos dos analistas: sinal de papéis baratos para as empresas (Germano Lüders/EXAME)

O Ibovespa perdeu 17% em 5 dias até 8 de agosto, passando a ser negociado a 8 vezes a estimativa de ganhos dos analistas: sinal de papéis baratos para as empresas (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 11 de agosto de 2011 às 13h45.

São Paulo - A Telecomunicações de São Paulo SA e a incorporadora MRV Engenharia & Participações SA informaram planos de recomprar ações depois que as preocupações com a economia global geraram o maior movimento de venda dos papéis desde a crise financeira de 2008.

As duas empresas se juntam a pelo menos mais três outras companhias brasileiras que anunciaram recompras nas últimas duas semanas, segundo dados compilados pela corretora Link Investimentos, de São Paulo. A decisão da MRV é uma “sinalização para o mercado positiva,” disseram analistas do JPMorgan Chase & Co. em relatório encaminhado a clientes por e-mail hoje.

Os múltiplos na Bovespa caíram para o mais baixo patamar em dois anos e meio. O Ibovespa perdeu 17 por cento em 5 dias até 8 de agosto, passando a ser negociado a 8 vezes a estimativa de ganhos dos analistas, segundo dados levantados pela Bloomberg.

“É um ótimo sinal porque, se a empresa acha que o papel está barato, vai saber melhor que ninguém”, disse Otávio Vieira, que ajuda a administrar R$ 1,5 bilhão na Safdié Private Banking, em São Paulo.

A Telesp, empresa do grupo Telefônica SA, informou em comunicado hoje que planeja comprar até 2,7 milhões de ações preferenciais até 20 de outubro, o equivalente a R$ 120,7 milhões pela cotação de fechamento do pregão de ontem. A MRV, quinta maior incorporadora brasileira em receita, informou planos de recomprar até 10 milhões de ações ordinárias durante o próximo ano, o equivalente a R$ 110,3 milhões, segundo comunicado distribuído ontem, à noite.

A Marcopolo SA, maior fabricante brasileira de ônibus, disse em 8 de agosto que iria recomprar o equivalente a R$ 20,8 milhões em ações de própria emissão nos 120 dias seguintes. A construtora Cyrela Commercial Properties SA Empreendimentos & Participações disse em 4 de agosto que poderá recomprar ações até o montante de R$ 75 milhões dentro de um ano. E a Bradespar SA, holding que detém participação na mineradora Vale SA, informou em 27 de julho que iria recomprar ações ordinárias e preferenciais até o limite de R$ 61,3 milhões, com base na cotação daquele dia.

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