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Rechaçada por torcedores, Superliga europeia entra na mira de investidores

Ações de clubes fundadores chegam a subir quase 18% e JPMorgan estaria disposto a investir 3,5 bilhões de euros para competição se tornar realidade

Manchester United x Juventus: ações disparam de ambos os clubes dispararam, com projeto de Superliga europeia (Daniele Badolato- Juventus FC/Juventus FC/Getty Images)

Manchester United x Juventus: ações disparam de ambos os clubes dispararam, com projeto de Superliga europeia (Daniele Badolato- Juventus FC/Juventus FC/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 20 de abril de 2021 às 12h40.

Última atualização em 20 de abril de 2021 às 13h15.

A tentativa de 12 dos maiores clubes de futebol mundial de formar uma Superliga europeia está longe de cair no gosto da torcida. Mas, para investidores, a competição pode ser uma grande oportunidade de fazer dinheiro com o esporte mais popular do mundo.

Ainda no papel, a Superliga foi originada por seis times ingleses (Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United e Tottenham), três espanhóis (Atlético de Madrid, Barcelona, Real Madrid) e três italianos (Milan, Juventus e Inter de Milão). 

Outros três clubes são aguardados para integrar a fundação da liga. E além dos times fundadores, outros cinco seriam convidados com base no rendimento obtido na temporada anterior. 

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Na prática, a competição prevê aspectos semelhantes ao da NBA. Entre eles, estariam a falta de rebaixamento - ao menos para os clubes fundadores -, concentração dos melhores (e mais bem pagos) jogadores do mundo e um abismo em relação a qualquer outra liga.

Financeiramente, contudo, os clubes participantes tenderiam a ganhar muito mais dinheiro do que hoje. Entre os fundadores, somente o Manchester United e a Juventus são listados em bolsa. No último pregão, o otimismo dos investidores com a competição se refletiu na alta de 6,74% das ações do United e de 17,85% das da Juventus. 

À Reuters, analistas do banco italiano Intesa Sanpaolo estimaram que a Superliga renderia mais direitos de TV do que os cerca de 2 bilhões de euros que a Liga dos Campeões ganhou por ano nas temporadas de 2018-21, e seria dividida entre apenas 20 clubes.

“A venda de ingressos, patrocínios e merchandising também podem se beneficiar, considerando a qualidade dos jogos e o grande público desses clubes”, disseram à agência. 

A competição também recebeu o apoio de um dos maiores bancos de investimentos do mundo, o JPMorgan, que se comprometeu a fazer um investimento inicial de 3,5 bilhões de euros (cerca de 23 bilhões de reais), de acordo com a Bloomberg. Ainda segundo a publicação, o financiamento teria prazo de 23 anos com taxa de juros de 2% a 3%. E um dos requisitos para o aporte seria a permanência das equipes por "anos" na liga.

Mas competição deve receber forte resistência para sair do papel. Torcedores, inclusive dos próprios times fundadores, têm se rebelado contra a ideia. Em Manchester, apoiadores do United se reuniram em frente ao estádio do clube para protestar sob os gritos de “criado por pobres, roubado por ricos”. 

Manifestações semelhantes também foram feitas em frente a estádios de outros clubes que originaram a Superliga, como o Manchester City Juventus e Liverpool. Também houve protestos por partes de clubes que foram deixados de fora da competição. Na Espanha, o site oficial do Real Betis retirou o Real Madrid, Barcelona e Atlético de Madrid da tabela do campeonato nacional. 

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Entre os entraves também estão a pressão de dirigentes das principais ligas nacionais da Europa, da UEFA (União das Federações Europeias de Futebol) e da própria Fifa, que, no limite, pode decidir banir os jogadores da Superliga de participarem da Copa do Mundo - sonho da grande maioria dos jogadores profissionais. 

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