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Real aguarda progresso na reforma da Previdência para consolidar ganhos

Com a aprovação da reforma da Previdência, analista do Commerzbank projeta o real em 3,30 por dólar dentro de um ano

Real: analistas avaliam que a aprovação da Previdência deve sustentar o real a partir do 2º semestre (Pablo Valadares/Agência Câmara)

Real: analistas avaliam que a aprovação da Previdência deve sustentar o real a partir do 2º semestre (Pablo Valadares/Agência Câmara)

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Reuters

Publicado em 5 de julho de 2019 às 09h21.

Buenos Aires — O real brasileiro está aguardando um iminente avanço da reforma da Previdência no Congresso para consolidar os recentes ganhos depois de um volátil primeiro semestre de 2019, mostrou uma pesquisa da Reuters publicada nesta sexta-feira.

A mediana das estimativas de 24 estrategistas de câmbio consultados entre 1º e 3 de julho apontou taxa de câmbio de 3,80 reais por dólar em 12 meses, próxima à estimativa de junho e quase exatamente a cotação de fechamento da divisa na quinta-feira.

O governo do presidente Jair Bolsonaro espera que o texto da reforma previdenciária seja aprovado em plenário da Câmara dos Deputados antes do recesso parlamentar, que começa em 18 de julho. A expectativa é que o Senado conclua o processo até o final do ano.

"Uma aprovação bem-sucedida da reforma previdenciária deve sustentar o real a partir do segundo semestre do ano", disse You-Na Park, analista de mercados emergentes do Commerzbank, que projeta o real em 3,30 por dólar dentro de um ano, na previsão mais otimista da sondagem.

A discussão política sobre o escopo e o impacto social da reforma das aposentadorias impôs um difícil começo de ano para o real, que só se recuperou a partir de maio, nas primeiras indicações claras de que a matéria estava no caminho certo.

O otimismo ganhou força na véspera, quando a comissão especial da reforma da Previdência aprovou o texto-base do parecer do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP). Não foi divulgado o impacto fiscal da terceira e última versão do parecer da reforma, mas a segunda previa gerar uma economia de cerca de 1 trilhão de reais em dez anos, como deseja a equipe encabeçada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

O real se valorizou cerca de 0,7% na quinta-feira, para 3,7993 por dólar, no melhor desempenho dentre as principais moedas globais pelo segundo pregão consecutivo.

A taxa de câmbio também tem sido amparada nas últimas semanas pelo ambiente internacional.

O impacto indireto da ansiedade dos mercados em relação aos planos tarifários dos Estados Unidos foi "parcialmente atenuado pelos efeitos sobre as moedas emergentes decorrentes da retórica mais 'dovish' do Fed, o que é particularmente o caso do real", observou o Rabobank em relatório desta semana.

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