Preço da ação da Tesla dobra e Morgan Stanley recomenda venda
Alta foi impulsionada por um surpreendente lucro no terceiro trimestre, fortes entregas e rápida construção de uma fábrica na China
Guilherme Guilherme
Publicado em 18 de janeiro de 2020 às 07h00.
Última atualização em 18 de janeiro de 2020 às 08h00.
Pela primeira vez em mais de sete anos, o Morgan Stanley recomenda vender ações da Tesla .
O otimismo em relação ao crescimento do principal negócio da montadora de carros elétricos na China já está embutido no preço das ações, segundo relatório da equipe de analistas liderada por Adam Jonas. Eles também reduziram o valuation da unidade de mobilidade da empresa, citando um ambiente jurídico e regulatório adverso para a implantação de uma rede de robotáxis.
O preço das ações da Tesla mais do que dobrou desde o início de outubro, impulsionado por um surpreendente lucro no terceiro trimestre, fortes entregas e rápida construção de uma fábrica na China. O rebaixamento do Morgan Stanley chega em um momento em que o rali deixou o preço-alvo de consenso dos analistas muito abaixo da cotação atual.
“O momentum e confiança de curto prazo sobre a ação são, de fato, muito fortes, mas agora questionamos a sustentabilidade do momentum”, disse o Morgan Stanley. Embora os analistas tenham elevado o preço-alvo de US$ 250 para US$ 360, o valor ainda implica uma queda de 30% em relação ao fechamento da quarta-feira.
O Morgan Stanley tinha recomendação underweight para a Tesla em setembro de 2012, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. As ações subiram cerca de 1.600% desde então.
O banco está longe de ser o único pessimista em relação à Tesla - há outros 15 com recomendação de venda para a ação entre os pesquisados pela Bloomberg, com 10 recomendações de compra e 10 de manutenção. A empresa ultrapassou a Apple como aação com mais posições vendidas nos EUA na quarta-feira.
Embora a Tesla mereça estar entre as empresas automotivas mais valiosas do mundo, considerando sua liderança em veículos elétricos, “os investidores terão oportunidades mais atraentes para comprar as ações no futuro”, acrescentou o Morgan Stanley.